Brasil Colônia
A Inconfidência Mineira
As conspirações ocorridas no Brasil
no século XVIII demonstraram a insatisfação da população diante da dominação
portuguesa. Em vários lugares do Brasil ocorreram conspirações populares
anticoloniais motivadas pela insatisfação com as políticas impostas pela
administração portuguesa na Colônia. Entre essas conspirações destacou-se a
chamada Conjuração Mineira, ocorrida entre os anos de 1788 e 1789.
Esse acontecimento foi uma reação de
membros da elite colonial que habitavam Vila Rica (criadores de gado,
proprietário de terras, exploradores das minas, arrecadadores de impostos,
religiosos, intelectuais e até militares e magistrados) contra os abusos
econômicos da Coroa portuguesa. A crise entre os colonos e a Coroa portuguesa
se agravou em um contexto de grave recessão econômica iniciada na capitania de
Minas Gerais na década de 1760. Essa crise se deu, principalmente, pela
diminuição na quantidade de ouro extraída das minas.
Com a menor retirada de ouro, a
capitania de Minas Gerais não conseguiu pagar a totalidade de impostos,
acumulando uma enorme dívida com a Coroa portuguesa. Sem considerar as
dificuldades de captação do ouro nas minas, o secretário colonial Martinho de
Melo e Castro ordenou ao governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena, que
realizasse a derrama (cobrança à força de impostos). Percebe-se a forma que a
Coroa Portuguesa lidava com a colônia e um rígido controle das minas e cobrança
de impostos gerando diversas reclamações entre os colonos.
Endividados e insatisfeitos, vários
colonos passaram a fazer reuniões para planejar a revolta, que seria iniciada
no dia da cobrança da derrama. Os principais objetivos da revolta eram cancelar
o pagamento dos impostos e das dívidas com a Coroa portuguesa e proclamar uma
República em Minas Gerais. Depois que a capitania se tornasse autônoma, os
conjurados pretendiam, entre outras iniciativas, instalar manufaturas na
região, iniciar a exploração de ferro e implantar uma universidade em Minas Gerais.
Contudo, o governador foi informado
dos planos dos conspiradores e ordenou a suspensão da derrama. Desarticulados,
os conjurados decidiram esperar por uma melhor oportunidade para iniciar o
movimento, porém acabaram presos e condenados. Entre os envolvidos na
Inconfidência Mineira, estava o alferes Joaquim José da Silva Xavier
(1746-1792). Ele era conhecido como Tiradentes e foi um dos membros mais ativos
do movimento.
Quando a conjuração foi descoberta pelas
autoridades, Tiradentes foi preso e assumiu toda a responsabilidade por sua
organização. Assim, enquanto os demais conjurados foram condenados ao exílio na
África, Tiradentes foi o único condenado à morte. Apesar de ter sido
considerado um traidor pela Coroa portuguesa, quando o Brasil tornou-se uma
República, em 1889, Tiradentes foi transformado em “herói nacional”. Em vários
momentos da história do Brasil, a imagem de Tiradentes foi apresentada pelos
historiadores e defendida por diferentes governos como um exemplo de luta e
sacrifício em defesa da liberdade.
Referências:
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 7° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
Fred Costa
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