quinta-feira, 30 de abril de 2020

Questão do IFG 2015 comentada - Igreja na Idade Média

IFG (2015) 

Quando a economia monetária se generaliza, no correr do século XII, período em que a roda da fortuna gira mais rápido para os cavaleiros e os nobres, assim como para os burgueses das cidades em que enxameiam trabalho e negócios e que se emancipam, a senhora Dona Usura torna-se grande personagem.
 LE GOFF, J. A Bolsa e a vida. Economia e religião na Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, p. 29.

Segundo o historiador Jacques Le Goff, a “Usura durante o século XII torna-se o grande personagem e a Igreja é sensível a isso”. Assinale a alternativa correta entre as relações da Igreja e a prática da Usura.

a) O terceiro concílio de Latrão (1179) declara que muitos homens nunca iriam abandonar sua situação, seu ofício, para se tornarem usurários.
b) Entre meados do século XII e meados do século XIII o recrudescimento das condenações da usura se explica pelo temor da Igreja de ver a sociedade descontrolada pela proliferação das práticas usuárias.
c) Elemento fundamental: a usura não se configurou como crime e muito menos como pecado.
d) A usura não é um pecado contra o preço justo, não é um pecado contra a natureza.
e) A falta de usura faz com que surja a ameaça do desinteresse pela ocupação dos solos e pela agricultura, e, com esse desinteresse, o espectro da fome.


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a) O terceiro concílio de Latrão (1179) declara que muitos homens nunca iriam abandonar sua situação, seu ofício, para se tornarem usurários. Apesar de cobrar um conteúdo dificilmente explicado nos livros e na escola, esse concílio excomungou (expulsou da Igreja) os que praticavam a usura, diferente do texto da alternativa.
b) Entre meados do século XII e meados do século XIII o recrudescimento das condenações da usura se explica pelo temor da Igreja de ver a sociedade descontrolada pela proliferação das práticas usuárias. A Igreja busca controlar o modo de vida e mentalidade das pessoas como forma de evitar a prática da usura, considerado um pecado.
c) Elemento fundamental: a usura não se configurou como crime e muito menos como pecado. A usura não constituía crime, porém a Igreja tratava-a como um pecado, podendo ser até expulso (excomungado).
d) A usura não é um pecado contra o preço justo, não é um pecado contra a natureza. Usura e preço justo não se relacionam, a não ser que alguém desrespeite essa premissa da Igreja. Mas essa alternativa não esta de acordo com o texto explicativo da questão, já que outra alternativa se encaixa melhor.

e) A falta de usura faz com que surja a ameaça do desinteresse pela ocupação dos solos e pela agricultura, e, com esse desinteresse, o espectro da fome. A usura praticada principalmente pelos comerciantes, não englobariam nesse momento aqueles que trabalhavam na terra (agricultura).


Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. O nível de dificuldade das avaliações do Instituto Federal Goiano é muito grande. O candidato precisa estudar bastante assim como ter conteúdo para poder interpretar corretamente.. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Brasil Colônia - A Cristianização dos Escravos na Colônia


Brasil Colônia – Escravidão (religiosidade)


A Cristianização dos Escravos na Colônia

      Os africanos que vieram para o Brasil trabalharem nas lavouras servindo como mão-de-obra, além de serem obrigados a trabalharem, também deveriam ser devotos do catolicismo. Muitos historiadores já contavam que ao embarcarem nos navios negreiros já recebiam um nome bíblico. Mesmo assim não deixaram de praticar a sua cultura e religiosidade.

A prática do calundu (crença no sobrenatural, adivinhações e curandeirismo), foram um dos primeiros cultos africanos em terras brasileiras. Não só os africanos como também diversos membros da sociedade, incluindo homens brancos. O curandeirismo usando ervas, mostrou-se eficiente na ausência de médicos.


Para facilitar na cristianização dos escravos, pensaram em maneiras de que houvesse identificação com a religião cristã. Os santos negros cumpriram o seu papel na necessidade dessa devoção. Foi grande a aceitação dos escravos pelos santos: São Benedito, Santo Antônio de Categeró ou Noto, Santo Elesbão e Santa Efigênia.


A história de vida desses santos foram contadas como se fosse uma doutrina a serem seguidas. As virtudes praticadas em vida, assim como obediência a religião católica servia a um ideal de vida. Santo Antônio de Noto abdicou do islamismo para se tornar cristão.

Várias irmandades religiosas negras foram criadas. Permitia-se que aumentassem a quantidade de devotos escravos. Mesmo a discriminação contra os negros e a construção de igrejas somente para os escravos, os padres cumpriram o seu papel ao ensinar a religião cristã, realizar casamentos e batizados.

Mesmo com o esforço da Igreja Católica pela disseminação do cristianismo não impediu que práticas religiosas como o Candomblé ocorresse. O culto aos orixás (deuses da natureza) foram realizados assim como uma forma de resistência que foi o sincretismo (forma de enganar os senhores de engenho, trocando o culto aos santos católicos pelos orixás). Após o fim da escravidão a mistura das tradições africanas, indígenas e católicas, culminando com o surgimento no Brasil da Umbanda.

Referências:

OLIVEIRA; A. J. Negra Devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n° 20, maio 2007.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015.


Fred Costa

terça-feira, 28 de abril de 2020

Questão do Enem 2016.1 comentada - Brasil Colônia - escravidão (religiosidade)

(2016.1)

TEXTO I

Imagem de São Benedito. Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br Acesso em 6 jan. 2016 (adaptado)

TEXTO II

Os santos tornaram-se grandes aliados da Igreja para atrair novos devotos, pois eram obedientes a Deus e ao poder clerical. Contando e estimulando o conhecimento sobre a vida dos santos, a Igreja transmitia aos fiéis os ensinamentos que julgava corretos e que deviam ser imitados por escravos que, em geral, traziam outras crenças de suas terras de origem, muito diferentes das que preconizava a fé católica.
OLIVEIRA, A. J. Negra devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n. 20 maio 2007 (adaptado).

Posteriormente ressignificados no interior de certas irmandades e no contato com outra matriz religiosa, o ícone e a prática mencionada no texto estiveram desde o século XVII relacionados a um esforço da Igreja Católica para

A) reduzir o poder das confrarias.
B) cristianizar a população afro-brasileiras.
C) espoliar recursos materiais dos cativos.
D) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico.

E) atender a demanda popular por padroeiros locais.

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A) reduzir o poder das confrarias. No texto I e II principalmente não deixa nada explícito em reduzir o poder das confrarias assim como não ocorreu.
B) cristianizar a população afro-brasileiras. A imagem do Santo Benedito, que era negro tem como único propósito, assim como o texto II de facilitar na cristianização da população negra, assim como a criação das confrarias e etc.
C) espoliar recursos materiais dos cativos. Não há nos textos nenhuma referência quanto a essa alternativa e também os cativos não possuíam "recursos" já que eram escravos.
D) recrutar libertos para seu corpo eclesiástico. A igreja já possuía seu corpo eclesiástico, e uma tradição para se tornar membro da igreja principalmente na colônia como em muitas vezes ocorreu sendo os filhos mais novos dos senhores de engenhos eram chamados à vocação.

E) atender a demanda popular por padroeiros locais. Esta alternativa até que poderia fazer sentido, mas quando ressalta que os escravos saíam de suas terras trazendo suas crenças, percebemos que não se restringe a padroeiros locais e a Igreja entende-se como uma instituição existente em vários outros continentes.

Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. Nas provas, principalmente de História, aparecem imagens seguidas de textos ou não exigindo a sua interpretação. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários.

domingo, 26 de abril de 2020

Era Vargas - Estado Novo e a Queima das bandeiras estaduais


Era Vargas – Estado Novo


Estado Novo e a Queima das bandeiras estaduais

       A Era Vargas compreende o período de 1930 até 1945. Getúlio Vargas foi responsável por derrubar a Política dos Governadores ou República do Café com Leite, após intensas narrativas durante as eleições de 1930. Após assumir o poder, continuou por um período turbulento de intervencionismo até o período Constitucional a partir de 1934.

         O segundo período da Era Vargas, Constitucional, sucedeu 4 anos de governo Provisório. O país parecia voltar a normalidade, sob uma nova constituição com várias conquistas principalmente para os trabalhadores. Porém, o mandato do presidente tinha data para terminar, mas um falso plano em que judeus comunistas queriam tomar o poder (Plano Cohen) justificou um golpe de Estado praticado pelo Getúlio Vargas com poderes ditatoriais.


O estado Novo, anunciado em 10 de Novembro de 1937, buscou-se um “Estado forte e centralizado”, o que se mostrou uma ditadura. A Constituição de 1937, no seu artigo 2° dizia: “A bandeira, o hino, o escudo e as armas nacionais são de uso obrigatório em todo o País. Não haverá outras bandeiras, hinos, escudos e armas. A lei regulará o uso dos símbolos nacionais”. O evento conhecido como “queima das bandeiras estaduais”, foi uma cerimônia realizada na Praça Roosevelt no Rio de Janeiro no dia 27 de Novembro de 1937, pelo então presidente do Brasil.

A solenidade cívica de comemoração da festa da bandeira. As bandeiras dos estados foram cremadas. Várias personalidades, ministros e o corpo diplomático estavam presentes. Após a missa campal, Getúlio Vargas, hasteou a bandeira do Brasil ao mesmo tempo em que 22 mastros eram hasteados com o pavilhão nacional. Em uma pira, as bandeiras estaduais foram cremadas.


O ministro da Justiça, Francisco Campos, discursou após a queima das bandeiras: “Bandeira do Brasil, és hoje a única hasteada. Hasteada a esta hora em todo o território nacional, única e só, não há lugar no coração dos brasileiros para outras flâmulas, outras bandeiras, outros símbolos. Os brasileiros se reuniram em torno do Brasil e decretaram desta vez com determinação de não sentir que a discórdia volte novamente a dividi-lo, que o Brasil é uma só pátria e que não há lugar para outro pensamento do Brasil, nem espaço e devoção para outra bandeira que não seja esta, hoje hasteada por entre as bênçãos da Igreja e a continência das espadas e a veneração do povo e os cantos da juventude. Tu és a única, porque só há um Brasil – em torno de ti se refaz de novo a unidade do Brasil, a unidade de pensamento e de ação, a unidade que se conquista pela vontade e pelo coração, a unidade que somente pode reinar quando se instaura pelas decisões históricas, por entre as discórdias e as inimizades públicas, uma só ordem moral e política, a ordem soberana, feita de força e de ideal, a ordem de um único pensamento e de uma só autoridade, o pensamento e a autoridade do Brasil”.


Considerando a escalada autoritária do Varguismo adotando práticas políticas que continham os interesses regionais foi uma das características do Estado Novo. Esse período ditatorial culminou com grande exaltação ao civismo, principalmente em torno do líder Getúlio Vargas. Este que tinha como inspiração Adolf Hitler, expoente do nazismo.

Referências:

Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 10 de Novembro de 1937.

Enem – Geografia e História. São Paulo: Edicase, 2019.

Estado Novo - Cremação da bandeiras estaduais, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=bVWeFulc7pI, acessado em 26 de Abril de 2020.

InfoEscola, disponível em https://www.infoescola.com/historia/queima-das-bandeiras-estaduais/, acessado em 25 de Abril de 2020.



Fred Costa

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Questão do Enem 2015.1 comentada - Era Vargas (Estado Novo)

(2015.1)

Bandeira do Brasil, és hoje a única. Hasteada a esta hora em todo o território nacional, única e só, não há lugar no coração do Brasil para outras flâmulas, outras bandeiras, outros símbolos. Os brasileiros se reuniram em torno do Brasil e decretaram desta vez com determinação de não consentir que a discórdia volte novamente a dividi-lo!
(Discurso do Ministro da Justiça Francisco Campos na cerimônia de festa da bandeira, em novembro de 1937. Petrópolis: Vozes, 1992).

O discurso proferido em uma celebração em que as bandeiras estaduais eram queimadas diante da bandeira nacional revela o pacto nacional proposto pelo Estado Novo, que se associa à:

A) supressão das diferenças socioeconômicas entre as regiões do Brasil, priorizando as regiões estaduais carentes.
B) orientação do regime quanto ao esforço do federalismo, espelhando-se na experiência política norte-americana.
C) adoção de práticas políticas autoritárias, considerando a contenção dos interesses regionais dispersivos.
D) propagação de uma cultura política avessa aos ritos cívicos, cultivados pela cultura regional brasileira.

E) defesa da unidade do território nacional, ameaçado por movimentos separatistas contrários à política varguista.

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A) supressão das diferenças socioeconômicas entre as regiões do Brasil, priorizando as regiões estaduais carentes. O texto não indica nenhuma prioridade para reduzir as diferenças socioeconômicas.
B) orientação do regime quanto ao esforço do federalismo, espelhando-se na experiência política norte-americana. Nesse período caracteriza-se o Estado Novo, centralização do poder em Vargas. Não haveria nenhuma experiência parecida com os Estados Unidos.
C) adoção de práticas políticas autoritárias, considerando a contenção dos interesses regionais dispersivos. O Estado Novo foi o período de autoritarismo da Era Vargas, representada no texto por uma maior centralização do poder em Getúlio Vargas.
D) propagação de uma cultura política avessa aos ritos cívicos, cultivados pela cultura regional brasileira. O Estado Novo possuía como característica justamente dos ritos cívicos, exaltação ao líder que se tornou ditador.

E) defesa da unidade do território nacional, ameaçado por movimentos separatistas contrários à política varguista. Desde a Revolução Constitucionalista de 1932, não houveram movimentos separatistas. O Movimento revolucionário mais recente (Intentona Comunista) não passou de uma tentativa fracassada.

Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. A Era Vargas "despenca" nas edições do Enem. Sempre bom estudar esse período, pois sempre é cobrado. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Independência da América - As ideias defendidas pelas lideranças políticas na independência da América Latina

Independência da América

As ideias defendidas pelas lideranças políticas na independência da América Latina

        As idéias iluministas que se posicionavam contra o absolutismo e defendia a liberdade, igualdade e propriedade privada chegaram à América no final do século XVIII. O grande exemplo desses ideais foi a independência das 13 colônias que viriam a se tornar Estados Unidos. Os ideais defendidos pelos filósofos iluministas, desde a forma de governo até a economia foram colocados em prática. Porém permaneceram com a escravidão.


As nações que se formariam a partir da independência do que foi a America Espanhola tinham vários interesses entre si. Os criollos (nascidos na América) representados pelos proprietários de terras, além de intelectuais e altos oficiais militares. Cabe ressaltar que foram dois militares, Simón Bolívar e San Martín, libertaram a América do domínio espanhol, além de outros líderes.

Suas idéias não convergiram sobre como seria a forma de governo dessas nações. San Martín defendia que as nações surgidas tornassem Monarquias, podendo ser governadas por um rei. Já Simón Bolívar desejava que houvesse um grande país independente, sendo governado por um presidente. Nenhuma das duas idéias ocorreu de fato.

Pelas diversas capitanias-gerais e vice-reinos havia os interesses dos criollos que desejavam o poder para si. Apesar de ter uma massa da população apoiando e lutando pela independência, foram os criollos que detiveram o poder político-militar, exercendo uma forma de governo ditatorial. A isso denominamos: caudilhismo.

Somente na América do Sul, após a independência das colônias espanholas fez com que surgissem oito países. Todos se tornaram republicanos, sendo o presidente da república o governante. A massa da população foi excluída da participação política, porém a escravidão foi abolida em todos eles.


Na América Portuguesa seria diferente. D. Pedro, filho do rei português estava como regente da colônia. Com a pressão das Cortes Portuguesas que na Assembleia Constituinte Portuguesa queriam acabar com a autonomia do Brasil, D. Pedro interveio a favor da colônia. Atendendo aos interesses dos proprietários rurais, donos de escravos e que queriam uma constituição que os favorecessem. Mesmo após a proclamação da independência por D. Pedro, o sistema econômico, escravidão e social se manteriam o mesmo. Não houve mudanças radicais como nas ex-colônias da América Espanhola, somente a forma de governo (Reino para Império) e o governante (D. João VI para D. Pedro).

Referências:

Enem – Geografia e História. São Paulo: Edicase, 2019..

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015.


Fred Costa

segunda-feira, 20 de abril de 2020

Questão do Enem 2009.3 comentada - Independência na América

(Enem 2009.3)

A liderança política do processo de independência das colônias foi decisiva para os rumos que as novas nações tomaram, pois as elites evitaram que as reivindicações mais radicais fossem atendidas, marginalizando, assim, política e socialmente, a maioria. A ruptura dos laços coloniais não significou o surgimento de uma sociedade democrática e autônoma.


A respeito da formação do Estado Nacional na América Latina, é correto associar ao texto acima:

A) a falta de líderes para os movimentos nacionais contra o domínio português, em oposição à América Espanhola.
B) o ordenamento jurídico-político e as diretrizes econômicas no início do século XIX beneficiaram os segmentos sociais não proprietários, devido ao incremento na produção manufatureira.
C) a unidade administrativa do império português, por haver características comuns entre as regiões colonizadas e homogeneidade na ocupação.
D) o governo de D. Pedro I no Brasil, que provocou adesões daqueles que queriam mais garantias constitucionais, o que conferiu ao imperador reconhecimento e apoio da elite latifundiária.
E) os partidos políticos que se formaram no final do século XVIII e assumiram os controle políticos e administrativo dos Estados se ergueram contra os grandes proprietários de terra e rebanhos.


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A) a falta de líderes para os movimentos nacionais contra o domínio português, em oposição à América Espanhola. Houve líderes contra o domínio português, também conhecido como "partido brasileiro", entre eles José Bonifácio de Andrada e seus irmãos, além do próprio D. Pedro.
B) o ordenamento jurídico-político e as diretrizes econômicas no início do século XIX beneficiaram os segmentos sociais não proprietários, devido ao incremento na produção manufatureira. Foi justamente a elite, caracterizada muitas vezes pelos grandes proprietários de terras, e no caso do Brasil donos de escravos, ávidos apoiadores pela independência.
C) a unidade administrativa do império português, por haver características comuns entre as regiões colonizadas e homogeneidade na ocupação. O Brasil com toda a sua grandeza territorial não era homogêneo na forma de pensar, prova disso que após a "Proclamação da Independência" ocorreu a "Guerra de Independência", em que grupos ligados aos portugueses não aceitaram a separação com Portugal.
D) o governo de D. Pedro I no Brasil, que provocou adesões daqueles que queriam mais garantias constitucionais, o que conferiu ao imperador reconhecimento e apoio da elite latifundiária. Na independência do Brasil houve uma liderança centrada em D. Pedro, evitando radicalização da sociedade e prevalecendo o interesse da elite latifundiária principalmente, garantindo um regime constitucional.
E) os partidos políticos que se formaram no final do século XVIII e assumiram os controle políticos e administrativo dos Estados se ergueram contra os grandes proprietários de terra e rebanhos. Os partidos políticos surgidos no século XVIII quase não havia assim como eram inexpressivos. A elite (proprietária de terras) era a detentora dos movimentos pela libertação, sendo o restante da população massa de manobra e sem poder de decisões.

Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. O período Brasil Império é bastante cobrado nas edições do ENEM, sendo relacionado com a Independência da América, especificamente nessa questão "América Espahola"! Espero poder ter ajudá-lo. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários.

sábado, 18 de abril de 2020

Brasil Império - Sistema eleitoral segundo a Constituição de 1824


Brasil Império

Sistema eleitoral segundo a Constituição de 1824

        Após dissolver a Assembleia Constituinte de 1823, dom Pedro I nomeou um Conselho de Estado, formado por 10 membros da sua confiança, para ajudá-lo a redigir a Carta Constitucional. Em 25 de março de 1824, ele outorgou (impôs) a primeira Constituição brasileira.



No que tange as eleições, a Constituição previa que fossem censitárias (renda mínima para votar e ser votado) e indiretas. O Capítulo VI da primeira carta magna que consistia dos artigos 90 a 97 tratando somente das eleições. De início possa parecer um pouco complicado se comparado com os dias atuais, já que o voto era indireto. Assim consistia o sistema eleitoral.
  • ·         Eleitores de 1° grau ou paroquiais

Composto por aqueles com renda mínima de 100 mil réis, escolhiam os eleitores de 2° grau ou de província. Conforme o artigo 92:

I. Menores de 25 anos, nos quais não compreendem os casados, e Oficiais Militares, que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis formados e Clérigos de Ordens Sacras.
II. Os filhos de famílias, que estiverem na companhia de seus pais, salvos se servirem de Ofícios públicos.
III. Os criados de servir, em cuja classe não entram os Guarda livros, e primeiros caixeiros das casas de comércio, os Criados da Casa Imperial, que não forem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas.
IV. Os Religiosos, e quaisquer que vivem em Comunidade claustral.
V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou Empregos.

            Apesar de não serem citadas explicitamente, as mulheres eram impedidas de votar. Os cidadãos que tinham direito ao voto eram chamados de “cidadãos ativos”. Aqueles que não participavam do processo eleitoral eram denominados “cidadãos passivos”.
  • ·         Eleitores de 2° grau ou de província

Composto por aqueles com renda mínima de 200 mil réis, eram eles que escolhiam os deputados e senadores. As exceções para esses eleitores, segundo o artigo 94 eram:

I. Os que não tiverem de renda líquida anual de 200 mil réis por bens de raiz, indústria, comércio e emprego.
II. Os libertos.
III. Os criminosos pronunciados em queréla (culpados), ou devassa.

Para um cidadão se candidatar a Deputado, deveria possuir uma renda mínima de 400 mil réis de renda líquida. Não era necessário que o candidato também residisse na província a que fosse se candidatar, de acordo com o artigo 96. Dessa forma, com tantas restrições, a participação política era para poucos.

Referências:

Constituição Política do Império do Brasil - 1824.

PELLEGRINI, Nelson; DIAS, Adriana e GRINBERG, Keila. Vontade de Saber História, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. Manual Compacto de História: ensino fundamental. 1ª ed. São Paulo: Rideel, 2010.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015.


Fred Costa

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Questão do Enem 2011.1 comentada - Brasil Império (Constituição de 1824 - direito ao voto)

(Enem 2011.1)

Art. 92. São excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:

I. Os menores de vinte e cinco anos, nos quais não se compreendam os casados, e Oficiais Militares, que forem maiores de vinte e um anos, os Bacharéis Formados e Clérigos de Ordens Sacras.
IV. Os Religiosos, e quaisquer que vivam em Comunidade claustral.

V. Os que não tiverem de renda líquida anual cem mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou empregos.


(Constituição Política do Império do Brasil – 1824)

A legislação espelha os conflitos políticos e sociais do contexto histórico de sua formulação. A Constituição de 1824 regulamentou o direito de voto dos “cidadãos brasileiros” com o objetivo de garantir:

A) o fim da inspiração liberal sobre a estrutura política brasileira.
B) a ampliação do direito de voto para maioria dos brasileiros nascidos livres.
C) a concentração de poderes na região produtora de café, o Sudeste brasileiro.
D) o controle do poder político nas mãos dos grandes proprietários e comerciantes.

E) a diminuição da interferência da Igreja Católica nas decisões político-administrativas.


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A) o fim da inspiração liberal sobre a estrutura política brasileira. A constituição do Império possuía um viés liberal, apesar de algumas contradições como a manutenção da escravidão.
B) a ampliação do direito de voto para maioria dos brasileiros nascidos livres. Todos os brasileiros nascidos livres não tinham direito ao voto, já que era necessário uma renda mínima anual (voto censitário).
C) a concentração de poderes na região produtora de café, o Sudeste brasileiro. O café era um importante produto na economia brasileira, mas outras regiões poderiam votar conforme o artigo da constituição.
D) o controle do poder político nas mãos dos grandes proprietários e comerciantes. Ao definir o voto censitário, em que para votar necessitava possuir uma renda anual, a maioria parcela da população estava excluída tanto de votar como ser votada. Dessa forma o poder político ficou nas mãos daqueles detentores do capital como grandes proprietários, comerciantes entre outros.

E) a diminuição da interferência da Igreja Católica nas decisões político-administrativas. A Igreja católica apesar de não poder votar, estava ligada ao Estado assim como na Constituição esta expressa a religião Católica Apostólica Romana como oficial.

Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. O período Brasil Império é bastante cobrado nas edições do ENEM! Espero poder ter ajudá-lo. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários.