terça-feira, 9 de março de 2021

Os ex-escravos após a abolição

 Brasil Império

Os ex-escravos após a abolição

            Desde o século XVI, início da colonização do Brasil pelos portugueses que se iniciou a vinda de negros africanos para realizarem o trabalho escravo. Inicialmente utilizado sua força de trabalho nas lavouras de cana de açúcar, esse trabalho foi bastante utilizado nas minas de ouro, vindo a ser conhecida como o terceiro ciclo econômico brasileiro. Mas também essa mão de obra escrava foi bastante utilizada no serviço doméstico, assim como ganhar dinheiros nos mais diversos serviços, desde vendedores até cozinheiros, pedreiros e etc.

            Com o passar dos anos, diversos conflitos existentes ajudaram a pressionar o fim do trabalho escravo, desde os econômicos dos ingleses devido a falta de salário até os humanitários, preocupados pela sua condição humana. Vários pensadores, religiosos, escritores e membros da família imperial se engajaram pelo seu fim. Várias leis precederam o fim da escravidão que viria a ocorrer com a promulgação da Lei Áurea, pela princesa regente no dia 13 de maio de 1888.

            A abolição da escravidão foi importante porque trouxe igualdade perante a lei para todos os brasileiros, independentemente da origem étnica de cada um. Porém, ela não foi suficiente para igualar, na prática, os ex-escravos e seus descendentes aos demais cidadãos brasileiros. Foi longo e duro o processo enfrentado pelos negros ex-escravos, sofrendo dos mais diversos sentimentos, acusações e preconceitos por partes do restante da população.

            Muitos ex-escravos continuaram trabalhando para os fazendeiros em troca de salários muito baixos, enquanto outros buscaram melhores condições de vida nas cidades. Muitos desses escravos que permaneceram nas fazendas conseguiram barganhar algumas melhores nas suas condições de vida, desde moradia até alimentação, negando-se a trabalhar em troca de alimentos ou qualquer benefícios que não fosse o salário. O ex-escravos que se dirigiram para as cidades e não tinham acesso à educação, nem à morada ou emprego, eles passaram a viver em condições precárias.

         Contudo, foi por meio da formação de redes de solidariedade que os ex-escravos puderam sobreviver e resgatar a sua dignidade. Nessas redes, eles se ajudavam mutuamente, arrecadando dinheiro para comprar vestimentas e alimentos, além de trabalharem juntos na construção de suas moradias. Essa forma de ajuda, foi de suma importância já que ao chegarem as cidades com poucas condições financeiras, precisaram se virar, conseguir emprego para se manterem e as suas famílias.

A escravidão foi um período triste e lamentável da História do Brasil, iniciada pelos portugueses no século XVI. Mesmo após a sua independência continuou se mantendo já que era a principal mão de obra utilizada nas mais diferentes lavouras principalmente a de café. Mas o seu fim não foi planejado, seja talvez por falta de interesse ou porque não sabiam o que fazer, largando-os a própria sorte, criando uma grande desigualdade persistente até os dias atuais.

Referências:

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 8° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa

 

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