Os Lusíadas, um poema épico
Luís de Camões (1524-1580), um dos
maiores poetas da língua portuguesa, foi também marinheiro e participou da
viagem realizada por Vasco da Gama às Índias. Sua obra mais conhecida, Os Lusíadas, um poema épico que narra
essa viagem, foi publicado em 1572.
As armas e os Barões assinalados
Que,
da Ocidental praia Lusitana,
Por
mates nunca dantes navegados,
Passaram
ainda além da Taprobana,
Em
perigos e guerras esforçados,
Mais
do que prometia a força humana,
E
entre gente remota edificaram
Novo
reino, que tanto sublimaram;
E
também as memórias gloriosas
Daqueles
Reis que foram dilatando
A
Fé, o Império, e as terras viciosas
De
África e da Ásia andaram devastando,
E
aqueles que por obras valerosas
Se
vão da lei da Morte libertando:
Cantando
espalharei por toda parte,
Se
a tanto me ajudar o engenho e arte.
Cessem
do sábio Grego e do Troiano
As
navegações grandes que fizeram;
Cale-se
de Alexandre e de Trajano
A
fama das vitórias que tiveram;
Que
eu canto o peito ilustre Lusitano,
A
quem Netuno e Marte obedeceram.
Cesse
tudo o que a Musa antiga canta,
Que
outro valor mais alto se alevanta.
CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. Comentado por Francisco da Silveira Bueno. São Paulo: Saraiva, 1960. v. 1. (Clássicos Saraiva). p. 87-89. Primeiro canto, estrofes I, II, e III.
Referência:
CAMÕES, Luís Vaz de. Os Lusíadas. São Paulo: Saraiva, 1960.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 7° ano. 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015. p. 137.
Fred Costa
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