quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

O PCB na ilegalidade

 Brasil República

O PCB na ilegalidade

          Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as duas potências que já protagonizavam uma disputa pelo poder armamentista fez com que surgisse um novo conflito posteriormente denominado Guerra Fria. O mundo se divida em que os países precisavam escolher um lado: capitalista ou socialista. Tal escolha, importante a ser feita, necessitava de escolher qual seria o melhor aliado já que era uma tendência global afetando todos os continentes.

          No Brasil não seria diferente e a escolha foi feita. Após o fim da Era Vargas, foram realizadas novas eleições, sendo eleito Eurico Gaspar Dutra, ex-ministro da Guerra de Getúlio Vargas. O novo presidente aproximou-se dos Estados Unidos, promovendo acordos econômicos, até porque combateram lado a lado na Segunda Guerra Mundial. E uma maneira de agradar os aliados estadunidenses, foi posto na ilegalidade o Partido Comunista Brasileiro.


          O Partido Comunista Brasileiro (PCB) foi fundado em 1922 a partir da luta dos trabalhadores por mais direitos, já que iniciava um processo de industrialização no Brasil. A difusão das ideias socialistas, fazendo um contraponto ao capitalismo, ocorreu através dos seus congressos, divulgação de um manifesto e do jornal A Classe Operária. Sua base era o marxismo, discutindo e difundido os textos e ideias de Karl Marx, filósofo alemão que defendia os trabalhadores e era totalmente contra o capitalismo.

           Mesmo elegendo pelo estado da Guanabara o senador Luís Carlos Prestes, líder da Coluna Preste e Intentona Comunista, protagonizando diversos debates. O Partido Comunista Brasileiro possuía uma notável estrutura editorial e jornalística, com diversos jornalistas e intelectuais. Mas a Guerra Fria acabaria com o partido, que possuía mais de duzentos mil filiados em 1947, quando foi colocado na ilegalidade no mês de abril pelo Supremo Tribunal Eleitoral.

           Uma ação movida pelo deputado federal Edmundo Barreto Pinto, questionava a suspensão do PCB por ser uma organização supranacional, defendendo dois programas (eleitoral e partidário) além da defesa da Ditadura do Proletariado, bandeiras dos intelectuais marxistas. Os ministros do TSE que eram alinhados com o Presidente Dutra, realizaram esse aceno cassando os parlamentares do partido e impedindo as diversas tentativas desses parlamentares de registrar outros partidos. Assim desestruturava toda a militância de sua representatividade, publicando em 1950 o Manifesto de Agosto do Comitê Central do Partido Comunista, conclamando o povo em uma linha revolucionária contra os grandes capitalistas nacionais.

Essa medida que colocou o Partido Comunista Brasileiro na ilegalidade demonstra o papel de subserviência do Brasil em querer agradar e manter-se alinhado aos Estados Unidos. O partido que surge a partir da Greve Geral de 1917 em defesa dos trabalhadores operários, mesmo com todas as ideias revolucionárias, teria muito que contribuir, apesar de mesmo presente nacionalmente, não possuía representatividade em todos os estados. Mas aqueles em que a militância era mais forte, percebe-se uma luta por mudanças, principalmente a favor trabalhadores em obter mais direitos.

Referências:

Breve Histórico do PCB, disponível em https://pcb.org.br/portal/docs/historia.html, acessado em 01 de dezembro de 2021.

 

Fred Costa

 

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