Brasil Império
Café, imigrantes e ferrovias
O Brasil tinha clima e solos
favoráveis para o cultivo do café. Além disso, havia mão de obra escrava e
capitais disponíveis para investir na lavoura cafeeira, provenientes de
comerciantes, ex-mineradores e de antigos donos de engenhos de açúcar. Assim,
entre os anos de 1830 e 1850, os cafezais avançaram pela província de São
Paulo, substituindo as lavouras de cana-de-açúcar. Nesse período, o café passou
a ser o produto mais exportado pelo Brasil.
As técnicas de cultivo do café
utilizadas no século XIX, porém, causavam um rápido esgotamento do solo. Por isso,
para aumentar a produção e atender à demanda de consumo, os cafeicultores foram
desmatando novas regiões para cultivar o café. Essa expansão dos cafezais é
conhecida como “marcha do café”.
A partir da segunda metade do século
XIX, milhares de imigrantes europeus entre eles italianos, alemães e espanhóis,
passaram a viver no Brasil. nessa época, grupos da elite brasileira
compartilhavam a idéia de que a vinda de imigrantes europeus para o Brasil
seria uma alternativa para a substituição da mão de obra escrava, que até então
era a base da economia brasileira.
Por isso os cafeicultores de São
Paulo criaram, em 1886, a Sociedade Promotora da imigração. Essa sociedade
tinha como objetivo reunir trabalhadores europeus a emigrar para o Brasil. para
tanto, a sociedade mantinha agentes na Europa com a função de recrutar
imigrantes. Geralmente esses agentes exageravam ao descrever as oportunidades
oferecidas pelo país, convencendo muitos europeus de que eles teriam ótimas
oportunidades de trabalho no Brasil. Em função dessa forte campanha
publicitária, no final do século XIX, milhares de imigrantes europeus começaram
a embarcar em navios com destinos ao Brasil.
O embarque dos europeus para a América era tumultuado. Havia muitos imigrantes aguardando para embarcar nos navios e, por isso, a espera pela partida podia durar vários dias. Na viagem, que durava cerca de um mês, os imigrantes ocupavam a terceira classe dos navios e, por causa da superlotação, era comum a proliferação de doenças, como o sarampo, a varíola e a cólera.
Para facilitar o transporte do café até os portos, foram feitos muitos investimentos na construção de ferrovias. Parte desses investimentos foi feita por antigos traficantes de escravos: com a proibição do tráfico, em 1850, eles deslocaram seus capitais para novos investimentos, como a cafeicultura e, posteriormente, a construção de ferrovias. Outra parte importante dos investimentos foi feita por estrangeiros, principalmente ingleses. Além disso, o governo brasileiro concedeu vários financiamentos para ampliar a malha ferroviária.
Referências:
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 8° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
Fred Costa
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