sábado, 21 de novembro de 2020

Conheça mais à História - A Epopeia de Gilgamesh e o mito do Dilúvio

 A Epopeia de Gilgamesh e o mito do Dilúvio

       A Epopeia de Gilgamesh é considerada a obra literária mais antiga por alguns estudiosos. A narrativa conta o mito do Dilúvio. Ao que parece, esse mito sumeriano está ligado às constantes e violentas enchentes dos rios Tigre e Eufrates. Esse mito foi adotado com adaptações por outros povos da região.

         Os fragmentos escritos que se conservaram da Epopeia de Gilgames (veja imagem abaixo) reúnem relatos antes transmitidos oralmente. Contam a busca que o mítico rei sumério Gilgamesh, senhor de Uruk, na Mesopotâmia, fez para descobrir o segredo da imortalidade. Essas narrativas míticas descrevem os caminhos, as lutas e aventuras de Gilgamesh. Em uma dessas aventuras, ele encontra o sábio Utnapishtim, único sobrevivente de um dilúvio provocado pelos deuses. Utnapishtim conta para Gilgamesh como sobreviveu e como chegou à imortalidade. No caminho de volta, Gilgamesh encontra a “planta da vida”, que devolvia a juventude aos velhos. Mas a planta foi devorada por uma cobra. Por essa razão, as cobras voltam a ser jovens quando trocam de pele e a humanidade deve aceitar a sua mortalidade. O destino final de Gilgamesh não estão nesses fragmentos, mas a epopéia revela o temor humano diante da morte.

       Leia um treccho da Tábua IX do “Poema de Gilgamesh”, achada em Nínive, na Bilioteca de Assurbanipal. Ela traz o relato de Utnapishtim.

         Um dia, os grandes deuses decidiram provocar o Dilúvio. Ea [Enki, deus da sabedoria] estava junto a eles e me repetiu suas palavras: “Derruba tua casa e constrói um barco, abandona suas riquezas, preocupa-te apenas em sobreviver e embarca em teu navio todas as espécies vivas”. Quando com a manhã se fez um pouco de luz, apareceu no horizonte uma nuvem negra e um assustador silêncio de tempestade cruzou o céu e converteu em trevas o que era luminoso. A terra se quebrou como um vaso. Por seis dias e sete noites soprou um vento diluviano. Quando chegou o sétimo dia, a calma voltou ao mar, se calou o vento nefasto e o dilúvio cessou. Abriu uma escotilha e não se escutava um só ruído: todos os povos haviam se convertido em barro. [...]. Quando chegou ao sétimo dia, soltei um corvo e ele não regressou. Então, dirigi-me aos quatro pontos cardeais e fim um sacrifício aos deuses.

MARCHAND, Pierre. História de La humanidad: las primeiras civilizaciones. Larousse: Barcelola, 1998. p. 62.

Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 141.

 

Fred Costa

 

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