Idade Contemporânea
As ideologias imperialistas
Os países imperialistas buscaram
justificara intervenção colonial com argumentos de cunho ideológico. O imperialismo
se baseia, essencialmente, na dominação de uma nação sobre outra,
principalmente por interesses políticos e econômicos. Para consolidar essa
dominação, o uso de ideologias foi muito comum.
Durante o século XX, os países
imperialistas se preocuparam em buscar a aprovação e o apoio popular para as
campanhas militares de intervenção nos países dominados. Nessa época,
ideologias etnocêntricas se reafirmaram, glorificando a origem e a cultura
europeias e menosprezando as culturas de outros povos.
A igreja Católica também exerceu um
papel importante no esforço de legitimação do Imperialismo nos países
dominados. Na África, por exemplo, a Igreja atuou defendendo a política de
conquista colonial. Os religiosos acreditavam que os africanos precisavam ser
salvos pela fé. Por meio da catequização, eles teriam contato com o
cristianismo e com os costumes e valores da cultura europeia, dita “superior”. Dessa
forma, essas sociedades deixariam de ser “primitivas” para se tornarem “civilizadas”.
Durante o período neocolonialista, tanto as ideologias “científicas” quanto as
religiosas serviram para legitimar o Imperialismo em várias partes do mundo. A violência
física e os choques culturais resultantes dessa política causaram, entre outras
mazelas, a desestruturação da ordem social e cultural nos países dominados.
A publicação da obra A origem das espécies (1859) pelo
naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) causou grande impacto entre os
estudiosos europeus do século XIX, entre eles filósofos, naturalistas e
sociólogos. Nessa obra, Darwin tratou do processo de evolução dos seres vivos
defendendo a hipótese da conservação das espécies mais adaptadas e a eliminação
das espécies menos adaptadas por meio da seleção natural, que se dá em longos
períodos de tempo.
Um dos estudiosos que mais se empenhou na divulgação
da teoria da evolução de Darwin foi o filósofo e sociólogo inglês Herbert
Spencer (1820-1903). Em seus estudos, ele buscou aplicar a teoria de Darwin à
análise das sociedades humanas. Leia o texto: “[...] A sociedade europeia [...] era vista como o ápice social humana,
criando uma demanda por explicações racionais para essa crença. Herbert Spencer
(1820-1903), seguindo essa tendência, foi um expoente da noção de progresso nas
ciências humanas. Conhecido como o mais influente proponente na corrente
anualmente chamada de “darwinismo social”, Spencer chegou mesmo a usar o termo “sobrevivência
do mais adaptado” (survival of the fittest) antes mesmo que Darwin. Porém, suas
ideias contrastavam com as de Darwin, uma vez que Spencer defendia a noção de progresso
a partir de uma perspectiva social. Darwin, por sua vez, defendia a ocorrência
de seleção natural por meio de uma perspectiva biológica [...]”. (Pedro José
Tótora da Glória. Seria a teoria da evolução darwiniana domínio exclusivo dos
biólogos? Implicações da evolução biológica para as ciências humanas. Revista da Biologia, vol. 3, dez. 2009,
p. 2. Extraído do site: http://www.ib.usp.br/revista/node/23 . Acesso em: 27
mar. 2015.)
Assim, o chamado darwinismo social criou as bases
ideológicas para o racismo, que
buscava justificar o direito natural de dominação dos europeus sobre povos
considerados “inferiores”. A “raça branca” europeia seria a mais favorecida na
luta pela sobrevivência, portanto mais “forte” e “capaz” que outros povos
considerados cultural e fisicamente “inferiores”.
Referências:
Pedro
José Tótora da Glória. Seria a teoria da evolução darwiniana domínio exclusivo
dos biólogos? Implicações da evolução biológica para as ciências humanas. Revista da Biologia, vol. 3, dez. 2009,
p. 2. Extraído do site: http://www.ib.usp.br/revista/node/23 . Acesso em: 27
mar. 2015.)
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
Fred Costa