As vantagens de ser senhor de engenho
André João Antonil, nome pelo qual
se tornou conhecido Giovanni, foi um jesuíta italiano que chegou à América
portuguesa por volta de 1667 e escreveu um livro sobre a economia colonial
brasileira. Temendo que o livro incitasse a “cobiça” dos leitores estrangeiros,
a Coroa portuguesa proibiu sua publicação. Nele Antonil descrevia todas as
técnicas e os procedimentos para quem quisesse dedicar à fabricação do açúcar.
Leia o documento abaixo, escrito por
Antonil:
Ser
Senhor de Engenho é título a que muitos aspiram, pois traz consigo o ser
servido, obedecido e respeitado de muitos. E se for, qual deve ser, homem de
cabedal (recursos financeiros) e governo, nem se pode estimar no Brasil o ser
Senhor de Engenho, quanto proporcionadamente se estimam os títulos entre os
fidalgos do Reino. Porque engenhos há, na Bahia, que dão ao senhor quatro mil
pães de açúcar, e outros pouco menos, com cana obrigada (plantada pelo
lavrador, que não possui moenda) à moenda [...].
Dos
senhores dependem os lavradores, que têm partidos (pedaços de terras)
arrendados em terras do mesmo engenho, como os cidadãos dos fidalgos: e quanto
mais os senhores são possantes e bem aparelhados de todo o necessário, afáveis
e verdadeiros, tanto mais são procurados...
Servem
ao senhor de engenho em vários ofícios, além dos escravos de enxada e foice,
que ficam na fazenda e na moenda, e fora os mulatos e mulatas, negros e negras
da casa [...]; canoeiros, [...]; oleiros, vaqueiros, pastores e pescadores.
Adaptado de:
ANTONIL, André João. Cultura e opulência
do Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1966. p. 139-140.
Referência:
ANTONIL,
André João. Cultura e opulência do
Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1966
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno.Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 7° ano. 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015. p. 311.
Fred Costa
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