quarta-feira, 23 de março de 2022

As ideologias imperialistas

 Idade Contemporânea

As ideologias imperialistas

       Os países imperialistas buscaram justificara intervenção colonial com argumentos de cunho ideológico. O imperialismo se baseia, essencialmente, na dominação de uma nação sobre outra, principalmente por interesses políticos e econômicos. Para consolidar essa dominação, o uso de ideologias foi muito comum.

           Durante o século XX, os países imperialistas se preocuparam em buscar a aprovação e o apoio popular para as campanhas militares de intervenção nos países dominados. Nessa época, ideologias etnocêntricas se reafirmaram, glorificando a origem e a cultura europeias e menosprezando as culturas de outros povos.

            A igreja Católica também exerceu um papel importante no esforço de legitimação do Imperialismo nos países dominados. Na África, por exemplo, a Igreja atuou defendendo a política de conquista colonial. Os religiosos acreditavam que os africanos precisavam ser salvos pela fé. Por meio da catequização, eles teriam contato com o cristianismo e com os costumes e valores da cultura europeia, dita “superior”. Dessa forma, essas sociedades deixariam de ser “primitivas” para se tornarem “civilizadas”. Durante o período neocolonialista, tanto as ideologias “científicas” quanto as religiosas serviram para legitimar o Imperialismo em várias partes do mundo. A violência física e os choques culturais resultantes dessa política causaram, entre outras mazelas, a desestruturação da ordem social e cultural nos países dominados.        

           A publicação da obra A origem das espécies (1859) pelo naturalista inglês Charles Darwin (1809-1882) causou grande impacto entre os estudiosos europeus do século XIX, entre eles filósofos, naturalistas e sociólogos. Nessa obra, Darwin tratou do processo de evolução dos seres vivos defendendo a hipótese da conservação das espécies mais adaptadas e a eliminação das espécies menos adaptadas por meio da seleção natural, que se dá em longos períodos de tempo.

Um dos estudiosos que mais se empenhou na divulgação da teoria da evolução de Darwin foi o filósofo e sociólogo inglês Herbert Spencer (1820-1903). Em seus estudos, ele buscou aplicar a teoria de Darwin à análise das sociedades humanas. Leia o texto: “[...] A sociedade europeia [...] era vista como o ápice social humana, criando uma demanda por explicações racionais para essa crença. Herbert Spencer (1820-1903), seguindo essa tendência, foi um expoente da noção de progresso nas ciências humanas. Conhecido como o mais influente proponente na corrente anualmente chamada de “darwinismo social”, Spencer chegou mesmo a usar o termo “sobrevivência do mais adaptado” (survival of the fittest) antes mesmo que Darwin. Porém, suas ideias contrastavam com as de Darwin, uma vez que Spencer defendia a noção de progresso a partir de uma perspectiva social. Darwin, por sua vez, defendia a ocorrência de seleção natural por meio de uma perspectiva biológica [...]”. (Pedro José Tótora da Glória. Seria a teoria da evolução darwiniana domínio exclusivo dos biólogos? Implicações da evolução biológica para as ciências humanas. Revista da Biologia, vol. 3, dez. 2009, p. 2. Extraído do site: http://www.ib.usp.br/revista/node/23 . Acesso em: 27 mar. 2015.)

Assim, o chamado darwinismo social criou as bases ideológicas para o racismo, que buscava justificar o direito natural de dominação dos europeus sobre povos considerados “inferiores”. A “raça branca” europeia seria a mais favorecida na luta pela sobrevivência, portanto mais “forte” e “capaz” que outros povos considerados cultural e fisicamente “inferiores”.


Referências:

Pedro José Tótora da Glória. Seria a teoria da evolução darwiniana domínio exclusivo dos biólogos? Implicações da evolução biológica para as ciências humanas. Revista da Biologia, vol. 3, dez. 2009, p. 2. Extraído do site: http://www.ib.usp.br/revista/node/23 . Acesso em: 27 mar. 2015.)

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa

 

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