domingo, 28 de março de 2021

Documentos Hitóricos - Uma sociedade nascida de sua própria natureza

 Uma sociedade nascida de sua própria natureza

          O Bhagavad-Gita é um texto religioso hindu, provavelmente escrito no século IV a. C. Ele narra um diálogo entre Krishna (a personificação de Deus na Terra) e seus discípulo Arjuna. Acredita-se que ele reúna os principais ensinamentos dos Vedas (textos sagrados indianos).

           Leia a seguir, um trecho desse texto.

41. Os brâmanes, os xátrias, os vaixás e os sudras distinguem-se pelas qualidades que [...] são nascidas de sua própria natureza, ó castigador do inimigo.

42. Tranquilidade, autocontole, austeridade, pureza, tolerância, honestidade, conhecimento, sabedoria e religiosidade – são estas as qualidades naturais com as quais os brâmanes agem.

43. Heroísmo, poder, determinação, destreza, coragem na batalha, generosidade e liderança são as qualidades naturais das atividades dos xátrias.

44. A agricultura, a proteção às vacas e o comércio são atividades naturais dos vaixás, e os sudras devem executar trabalho e serviço para os outros.

45. Sujeitando-se às qualidades de seu trabalho, cada um pode tornar-se perfeito. Agora, por favor, ouça enquanto falo como é que alguém pode tomar essa atitude.

46. Prestando adoração ao Senhor, que é a fonte de todos os seres e que é onipenetrante, o homem pode atingir a perfeição através da execução de seu próprio trabalho.

47. É melhor alguém dedicar-se à sua própria ocupação, mesmo que venha a executá-la imperfeitamente, do que aceitar alguma ocupação alheia e executá-la com perfeição. [...]

AZEVEDO, Cláudio. A Bhagavad-Gita. Fortaleza: Órion Edições, 2008.

Referências:

AZEVEDO, Cláudio. A Bhagavad-Gita. Fortaleza: Órion Edições, 2008.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 182-183.

 

Fred Costa

sábado, 27 de março de 2021

Conheça mais à História - A dominação da Índia e a independência

 A dominação da Índia e a independência

            No final do século XV, liderados por Vasco da Gama, exploradores portugueses chegaram à Índia, seguidos pelos franceses, holandeses e ingleses. Eles exploravam as riquezas da região, como tecidos e especiarias, que eram comercializadas na Europa e na América. Durante séculos, esses países disputaram o domínio da Índia, que só se completou  no século XIX, quando a região passou a ser de domínio inglês.

         Após muitas lutas, em 1947 os indianos obtiveram a independência da Inglaterra, sob a liderança de Mahatma Gandhi e Nehru. Formaram  então três países: a Índia, basicamente hinduísta; o Paquistão, muçulmano, dividido em Paquistão Ocidental e Paquistão Oriental; e o Sri Lanka, de maioria budista. Em 1971, o Paquistão Oriental proclamou-se independente, adotando o nome de Bangladesh.

Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 180.

 

Fred Costa

 

quarta-feira, 17 de março de 2021

Questão do Enem 2015.2 comentada - Idade Moderna (Colonização)

 Enem (2015.2) Colonização

Colonizar, afirmava, em 1912, um eminente jurista, “é relacionar-se com os países novos para tirar benefícios dos recursos de qualquer natureza desses países, aproveitá-los no interesse nacional, e ao mesmo tempo levar às populações primitivas as vantagens da cultura intelectual, social, científica-comercial e industrial, apanágio das raças superiores. A colonização é, pois, um estabelecimento fundado em país novo por uma raça de civilização avançada, para realizar o duplo fim que acabamos de indicar.”

(Précis de législation et d’économie coloniales. Apud LINHARES, M. Y. A luta contra a Metrópole (Ásia e África). São Paulo: Brasiliense, 1981.

 A definição de colonização apresentada no texto tinha a função ideológica de:

A) dissimular a prática de exploração mediante a idéia de civilização
B) compensar o saque das riquezas mediante a educação formal dos colonos.
C) formar uma identidade colonial mediante a recuperação de sua ancestralidade.
D) reparar o atraso da Colônia mediante a incorporação dos hábitos da Metrópole.
E) promover a elevação cultural da Colônia mediante a incorporação de tradições metropolitanas.


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A) dissimular a prática de exploração mediante a idéia de civilização. O texto visa confundir provocando uma falsa realidade dos fatos, relacionando a colonização com a vantagem de ser civilizado.
B) compensar o saque das riquezas mediante a educação formal dos colonos. No texto não possui indicações sobre a educação formal dos colonos.
C) formar uma identidade colonial mediante a recuperação de sua ancestralidade. Conforme o texto, ocorreria o contrário, negando a identidade nacional.
D) reparar o atraso da Colônia mediante a incorporação dos hábitos da Metrópole. No texto não tem explícita a palavra reparar, apesar de que o intuito da metrópole era explorar em troca de cultura e conhecimento.
E) promover a elevação cultural da Colônia mediante a incorporação de tradições metropolitanas. Não era interesse da metrópole elevar a cultura da colônia, e sim explorá-la.

Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. Muito fácil essa questão, onde pouco conhecimento sobre colonização permite acertar essa questão. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários. 

segunda-feira, 15 de março de 2021

Questão do Enem 2012.1 comentada - Idade Moderna (América Espanhola)

Enem (2012.1) América Espanhola

Mas uma coisa ouso afirmar, porque há muitos testemunhos, e é que vi nesta terra de Veragua (Panamá) maiores indícios de ouro nos dois primeiros dias do que na Hispaniola em quatro anos, e que as terras da região não podem ser mais bonitas nem mais bem lavradas. Ali, se quiserem podem mandar extrair à vontade.

(Carta de Colombo aos reis da Espanha, julho/1503)

 O documento permite identificar um interesse econômico espanhol na colonização da América a partir do século XV. A implicação desse interesse na ocupação do espaço americano está indicada na:

A) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico.
B) promoção das guerras justas para conquistar o território.
C) imposição da catequese para explorar o trabalho africano. 
D) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico.
E) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas. 


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A) expulsão dos indígenas para fortalecer o clero católico. Assim como não contém no texto, não ocorreu no contexto histórico.
B) promoção das guerras justas para conquistar o território. No texto da pergunta não tem nenhuma indicação sobre guerras.
C) imposição da catequese para explorar o trabalho africano. Na colonização espanhola inicialmente não houve a imposição como forma de explorar o trabalho africano.
D) opção pela policultura para garantir o povoamento ibérico. No texto da questão não trás nenhum elemento sobre agricultura que possa indicar essa alternativa.
E) fundação de cidades para controlar a circulação de riquezas. O ouro é o indício das riquezas contida na alternativa, apesar da fundação das cidades não esta tão implícito.

Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. Essa questão exige um conhecimento prévio que facilitará excluir as alternativas que não tem relação com o texto ou conhecimento histórico. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários. 

domingo, 14 de março de 2021

Conheça mais à História - Asoka, o Imperador budista

 Asoka – O Imperador budista

           Veja uma das determinações de Asoka (Imperador indiano da dinastia Máuria e que seguiu os ensinamentos budistas), sobre o respeito que deveria haver entre as crenças indianas de sua época:

          O rei amigo dos deuses deseja o progresso do essencial de todas as seitas. O progresso do essencial é que cada seguidor não ataque as outras seitas. O bom é que se escutem uns aos outros. O resultado é o progresso da seita de cada um e o triunfo da Lei.

LEITE, Edgard. In: Phoinix: laboratório de História antiga. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1999. p. 150.

Referências:

LEITE, Edgard. In: Phoinix: laboratório de História antiga. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1999.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 175..

 

Fred Costa

 

sábado, 13 de março de 2021

Conheça mais à História - O budismo

 O budismo

            O budismo surgiu na cultura indiana no século VI a. c. Tratava-se de uma doutrina contrária à sociedade de castas. Criado por Sidharta Gautama, o budismo pregava a igualdade entre os seres humanos e defendia que cada pessoa deveria buscar a supressão dos desejos, alcançando assim a iluminação e tornando-se um Buda (“iluminado”).

            Após ganhar muitos adeptos na Índia, o budismo conquistou seguidores de outros reinos e países, especialmente no Extremo Oriente e Sudeste Asiático, como Japão, China, Vietnã, Laos, entre outros. Atualmente, conta com  mais de 370 milhões de adeptos, dos quais aproximadamente 10 milhões, apenas, se encontram na Índia.

            Os diversos reinos vedas eram governados por rajás (príncipes). Havia disputas entre eles, mas quando surgia uma ameaça externa, se uniam sob o comando de um marajá (rei). Apesar disso, a fragmentação e rivalidade entre os reinos permitiu que os persas, por volta de 500 a. C., fizessem sucessivas invasões e conquistassem o noroeste indiano, a região do rio Indo, transformando-a em uma satrapia (província) do Império Persa.

Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 175..

 

Fred Costa

 


quinta-feira, 11 de março de 2021

A Crise dos Mísseis

 Guerra Fria

A Crise dos Mísseis

         Após a Segunda Guerra Mundial, a tensão entre os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS), as duas maiores potências na época, intensificou-se, assumindo um caráter de disputa ideológica por áreas de influência. Esse período, comumente chamado de Guerra Fria, ocorreu entre os anos de 1945 e 1989. Alguns conflitos e ameaças ocorrerão nesse período, principalmente incentivados pelos países fortemente bélicos e ideológicos.

         A guerra de propaganda entre as duas ideologias sempre se fez presente em todo o período da Guerra Fria. Tanto o capitalismo quanto o socialismo tentavam mostrar que o seu país vivia uma prosperidade econômica assim como mostravam o bem-estar da população feliz e usufruindo dos avanços tecnológicos. Mas essas ideias precisavam ser exportadas para outros países e continentes, tanto o capitalismo presente em boa parte da Europa, como a implantação do socialismo em Cuba.

        Em 1959 foi organizado um levante militar revolucionário em Cuba afim de derrubar o presidente Fulgêncio Batista, aliado dos EUA. Várias pessoas insatisfeitas com o governo, reuniram-se em uma região montanhosa do país conhecida por Sierra Maestra, organizando uma tomada do poder aliada com vários rebeldes e adesões de diversos camponeses. Com o apoio da população cubana, no mesmo ano tomaram o poder, instalando um regime socialista no país.

         Prejudicados pelas mudanças promovidas pelos revolucionários, proprietários rurais e dons de usinas de Cuba buscaram apoio dos EUA e passaram a incentivar boicotes contra o novo governo. Em 1962, o governo estadunidense e o de outros países da América decretaram um bloqueio econômico a Cuba, sob a alegação de que o regime revolucionário cubano interferia na ordem de outros países americanos.

       Por causa do bloqueio econômico liderado pelos EUA e Cuba, o presidente da ilha, Fidel Castro, intensificou as relações comerciais e diplomáticas com a URSS. Para os soviéticos, a localização de Cuba era estratégica, graças à sua proximidade com os EUA. Assim, no início da década de 1960, o governo soviético instalou uma base de lançamento de mísseis nucleares em Cuba e, em troca, forneceu armamentos ao exército cubano. Tremendo um ataque nuclear, os EUA reagiram mobilizando forças militares em torno de Cuba, o que gerou um clima de guerra iminente.

A crise foi superada com um acordo em que a URSS se comprometia a retirar os mísseis desde que os EUA não invadissem a ilha. Esse episódio foi o momento mais tenso da Guerra Fria, pois as duas potências estiveram à beira de um conflito armado. Porta-aviões americanos teriam sido enviados para a Europa e posições estratégicas próximas a URSS para formar um contra-ataque caso os soviéticos tomassem alguma iniciativa o que acabou não sendo preciso, mas o medo perdurou em que imaginava ocorrer o conflito entre as duas potências nucleares mundiais.

Referências:

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa

 

quarta-feira, 10 de março de 2021

Questão do Enem 2016.2 comentada - Guerra Fria

 Enem (2016.2) Guerra Fria

 

 

A charge faz alusão à intensa rivalidade entre as duas maiores potências do século XX. O momento mais tenso dessa disputa foi provocado pela:

A) ampliação da Guerra do Vietnã.
B) construção do muro de Berlim.
C) instalação de mísseis em Cuba.
D) eclosão da Guerra dos Sete Dias.
E) invasão do território do Afeganistão.


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A) ampliação da Guerra do Vietnã. A Guerra do Vietnã foi um conflito envolvendo 2 grupos políticos naquele país, sofrendo uma invasão dos EUA a favor do Vietnã capitalista, não ocorrendo nenhuma ampliação da Guerra.
B) construção do muro de Berlim. A construção do Muro de Berlim, ocorrido na década de 1960, não se tornou um motivo para iniciarem um conflito.
C) instalação de mísseis em Cuba. A crise dos mísseis elevou a tensão da Guerra Fria para a América, com a instalação de mísseis em Cuba apontados para os EUA, fazendo com que quase houvesse declaração de guerra.
D) eclosão da Guerra dos Sete Dias. A Guerra dos Sete dias teve o envolvimento dos países árabes contra Israel, não tendo relação com a Guerra Fria.
E) invasão do território do Afeganistão. A invasão do Afeganistão pela URSS envolveu os EUA ao armar a população civil, mas sem causar um grande perigo para a eclosão da guerra das duas principais potências.

Se você acertou PARABÉNS! Caso contrário espero que os comentários tenham ajudado a entender um pouco mais. Essa questão é fácil pois faz parte de um dos temas obrigatórios ao tratar da Guerra Fria. Caso queira alguma questão comentada, deixe nos comentários. 

terça-feira, 9 de março de 2021

Os ex-escravos após a abolição

 Brasil Império

Os ex-escravos após a abolição

            Desde o século XVI, início da colonização do Brasil pelos portugueses que se iniciou a vinda de negros africanos para realizarem o trabalho escravo. Inicialmente utilizado sua força de trabalho nas lavouras de cana de açúcar, esse trabalho foi bastante utilizado nas minas de ouro, vindo a ser conhecida como o terceiro ciclo econômico brasileiro. Mas também essa mão de obra escrava foi bastante utilizada no serviço doméstico, assim como ganhar dinheiros nos mais diversos serviços, desde vendedores até cozinheiros, pedreiros e etc.

            Com o passar dos anos, diversos conflitos existentes ajudaram a pressionar o fim do trabalho escravo, desde os econômicos dos ingleses devido a falta de salário até os humanitários, preocupados pela sua condição humana. Vários pensadores, religiosos, escritores e membros da família imperial se engajaram pelo seu fim. Várias leis precederam o fim da escravidão que viria a ocorrer com a promulgação da Lei Áurea, pela princesa regente no dia 13 de maio de 1888.

            A abolição da escravidão foi importante porque trouxe igualdade perante a lei para todos os brasileiros, independentemente da origem étnica de cada um. Porém, ela não foi suficiente para igualar, na prática, os ex-escravos e seus descendentes aos demais cidadãos brasileiros. Foi longo e duro o processo enfrentado pelos negros ex-escravos, sofrendo dos mais diversos sentimentos, acusações e preconceitos por partes do restante da população.

            Muitos ex-escravos continuaram trabalhando para os fazendeiros em troca de salários muito baixos, enquanto outros buscaram melhores condições de vida nas cidades. Muitos desses escravos que permaneceram nas fazendas conseguiram barganhar algumas melhores nas suas condições de vida, desde moradia até alimentação, negando-se a trabalhar em troca de alimentos ou qualquer benefícios que não fosse o salário. O ex-escravos que se dirigiram para as cidades e não tinham acesso à educação, nem à morada ou emprego, eles passaram a viver em condições precárias.

         Contudo, foi por meio da formação de redes de solidariedade que os ex-escravos puderam sobreviver e resgatar a sua dignidade. Nessas redes, eles se ajudavam mutuamente, arrecadando dinheiro para comprar vestimentas e alimentos, além de trabalharem juntos na construção de suas moradias. Essa forma de ajuda, foi de suma importância já que ao chegarem as cidades com poucas condições financeiras, precisaram se virar, conseguir emprego para se manterem e as suas famílias.

A escravidão foi um período triste e lamentável da História do Brasil, iniciada pelos portugueses no século XVI. Mesmo após a sua independência continuou se mantendo já que era a principal mão de obra utilizada nas mais diferentes lavouras principalmente a de café. Mas o seu fim não foi planejado, seja talvez por falta de interesse ou porque não sabiam o que fazer, largando-os a própria sorte, criando uma grande desigualdade persistente até os dias atuais.

Referências:

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 8° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa