Dança: conversa com os deuses
Você já se perguntou como um historiador
estuda a música e a dança de povos como os egípcios, fenícios e hebreus, por
exemplo?
A música e a dança praticada por
esses povos não deixaram grandes pistas. Mas existem documentos que indicam
como elas eram praticadas.
A principal fonte utilizada pelos
historiadores para investigar as danças do passado são imagens deixadas pelos
grupos que as realizavam. Os relatos escritos sobre sua prática também são
bastante úteis. Outra fonte são as transmissões orais passadas de geração em
geração, como as feitas pelos griôs. Da Pré-História aos reinos, a dança esteve
presente em todos os continentes.
Origens da dança
Muitos estudiosos acreditam que a
dança surgiu como uma forma de imitar as forças da natureza, que tanto
intrigavam os homens pré-históricos. Acredita-se que ele seja uma das mais
antigas formas de comunicação criadas pelos grupos humanos.
Há registros que as primeiras formas
de dança, surgidas no Paleolítico, eram em roda. Homens e mulheres se
organizavam em círculo e, sem se tocarem, repetiam movimentos desordenados. Indícios
apontam que o uso de máscaras com feições animais era comum.
No período Neolítico, as primeiras
comunidades sedentárias dançavam em rituais que pediam a fertilidade da terra
para o plantio do solo e em cultos para os antepassados.
As danças espetaculares, aquelas que
são realizadas para serem assistidas, surgiram nas primeiras civilizações, com
a divisão da sociedade em grupos sociais. Elas eram controladas pelos
sacerdotes. No campo, continuou-se a praticar as danças de roda.
A dança entre egípcios,
mesopotâmicos e hebreus antigos
No Egito, as primeiras formas de
dança estavam associadas a rituais de fertilidade praticados exclusivamente por
mulheres. Osíris, sua irmã-esposa Ísis e seu filho Hórus eram reverenciados
nesses rituais.
Com o tempo, esses rituais se
transformaram em danças espetaculares, praticadas em festivais realizados antes
das cheias do rio Nilo. Neles, sacerdotes, músicos e bailarinos representavam a
morte e a ressurreição de Osíris. Os primeiros registros sobre esses festivais
datam de 3000 a. C.
Por volta de 2000 a. C., fragmentos
de textos hieroglíficos descrevem dois tipos de dança: uma funerária, dedicada
aos mortos, e outra de colheita. Havia também as danças acrobáticas, nas quais
os dançarinos realizavam movimentos com grande habilidade técnica, lançando as
pernas para o alto ou curvando as costas.
Há
poucas informações sobre a dança na Mesopotâmia. No entanto, diversos fragmentos
de cerâmica produzidos pelos sumérios mostram fileiras de dançarinos
estilizados, de mãos dadas.
Os hebreus não deixaram imagens de
suas danças, pois sua religião proibia a representação de seres vivos. Algumas passagens
da Bíblia, porém, citam danças que eram praticadas por esse povo.
Ao contrário da dança egípcia, a
dança hebraica não era usada em rituais, sendo praticadas pelas multidões. Mas ainda
assim tinha caráter religioso. Era organizada em rodas ou fileiras, contendo
movimentos de giro, saltos e a flexão dos joelhos.
Referências:
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015. p. 158 e 159.
Fred Costa