Moisés, o Êxodo e a História
Comentando o filme Êxodo: deuses e reis, do britânico
Ridley Scott, o jornalista e doutor em estudo lingüístico Reinado José Lopes
aponta que não existem registros
egípcios em seus monumentos de pedra sobre o acontecimento do Êxodo nem sinais
arqueológicos dos efeitos de uma saída de uma imensa população (suposto 600
mil) sobre a economia do Egito. Aponta também que:
[...]
O problema começa com a cronologia. A própria Bíblica afirma que o Templo de
Jerusalém foi construído 480 anos depois da saída do Egito. Isso indicaria um
êxodo em torno de 1450 a. C. – o que não faz sentido, porque essa época foi o
auge do poderio egípcio no Oriente Médio. Canaã, a “Terra Prometida” (mais ou
menos o atual território israelense, palestino e libanês), era então uma
província do Egito, e assim continuaria pelos 250 anos seguintes.
Isso
levou alguns arqueólogos, como o americano William Albright (1891-1971), a
propor que a grande jornada das 12 tribos de Israel teria acontecido perto de
1200 a. C. [...].
O
consenso entre arqueólogos hoje: os israelitas surgiram como um grupo dentro de
Canaã que, por algum motivo, adotou uma identidade étnica diferente da de seus
vizinhos. Moisés pode até ter sido um profeta desse grupo, cujos feitos foram
lembrados nos séculos seguintes. Mas tudo indica que, se existiu, ele não
precisou abrir o mar Vermelho: já estava do outro lado mesmo.
LOPES, Reinaldo
José. O Êxodo que não estava lá. In: Folha
de S. Paulo, 21 dez. 2014. p. C7.
Referências:
LOPES,
Reinaldo José. O Êxodo que não estava lá. In: Folha de S. Paulo, 21 dez. 2014.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015. p. 152.
Fred Costa
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