sábado, 5 de dezembro de 2020

Conheça mais à História - Moisés, o Êxodo e a História.

 Moisés, o Êxodo e a História

         Comentando o filme Êxodo: deuses e reis, do britânico Ridley Scott, o jornalista e doutor em estudo lingüístico Reinado José Lopes aponta que não existem  registros egípcios em seus monumentos de pedra sobre o acontecimento do Êxodo nem sinais arqueológicos dos efeitos de uma saída de uma imensa população (suposto 600 mil) sobre a economia do Egito. Aponta também que:

         [...] O problema começa com a cronologia. A própria Bíblica afirma que o Templo de Jerusalém foi construído 480 anos depois da saída do Egito. Isso indicaria um êxodo em torno de 1450 a. C. – o que não faz sentido, porque essa época foi o auge do poderio egípcio no Oriente Médio. Canaã, a “Terra Prometida” (mais ou menos o atual território israelense, palestino e libanês), era então uma província do Egito, e assim continuaria pelos 250 anos seguintes.

         Isso levou alguns arqueólogos, como o americano William Albright (1891-1971), a propor que a grande jornada das 12 tribos de Israel teria acontecido perto de 1200 a. C. [...].

        O consenso entre arqueólogos hoje: os israelitas surgiram como um grupo dentro de Canaã que, por algum motivo, adotou uma identidade étnica diferente da de seus vizinhos. Moisés pode até ter sido um profeta desse grupo, cujos feitos foram lembrados nos séculos seguintes. Mas tudo indica que, se existiu, ele não precisou abrir o mar Vermelho: já estava do outro lado mesmo.

LOPES, Reinaldo José. O Êxodo que não estava lá. In: Folha de S. Paulo, 21 dez. 2014. p. C7.

Referências:

LOPES, Reinaldo José. O Êxodo que não estava lá. In: Folha de S. Paulo, 21 dez. 2014. 

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 152.

 

Fred Costa

 

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