quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

A Revolta do Vintém.

 Brasil Império

A Revolta do Vintém

      As Revoltas no Brasil não são uma novidade, desde o período colonial ocorriam revoltas manifestando diferentes interesses. Os indígenas que não queriam ser dominados pelos portugueses, assim como a proibição de produção de cachaça e a alta cobrança de impostos sobre a exploração do ouro. Dependendo da época ou interesses, houveram revoltas afim de mudar o status quo das diversas camadas da sociedade.

     Durante o período Imperial, o Brasil construía uma identidade brasileira, o sentimento de pertencimento a uma nação. Mas as desigualdades eram enormes, grande parcela da população não possuíam direitos e eram impedidos de exercitar sua cidadania como votar para escolher os seus representantes no parlamento. Excluídos dessas instituições que tomavam decisões importantes para a sociedade, cabia recorrer a pressão popular e muitas vezes práticas violentas tamanha era a revolta popular.

         Em 1879 foi criado o tributo (imposto) de 1 vintém nas passagens de bonde da capital do Império, Rio de Janeiro. Essa cobrança foi instituída pelo ministro da fazenda, como intuito de aumentar as receitas. A população de imediato não aceitou o aumento da tarifa, e estima-se que cinco mil pessoas aos gritos de “Fora o vintém”, agiram de forma violenta, agredindo alguns condutores de bondes, esfaquearam mulas, tombaram bondes e chegando até mesmo a arrancar trilhos como forma de protesto e insatisfação popular. Tal evento demonstrou a insatisfação da população, principalmente aqueles de baixa renda e usuários desse meio de transporte.

       Após os atos violentos, os manifestantes se dirigiram para o Palácio São Cristóvão, exigindo a diminuição ou o fim do aumento da taxa. Porém, foi negado pelo governo a diminuição da taxa, e os jornais cobriram os fatos criticando duramente os responsáveis por criarem o imposto. O jornalista Lopes Trovão do jornal Gazeta da Noite, convocou a população para novos atos violentos.

         No dia 01 e janeiro de 1880, quando a tarifa entraria em vigor, os revoltosos voltaram a cobrar o fim do aumento da tarifa e novos atos violentos ocorreram novamente. A presença das forças policiais agitaram ainda mais a população indignada, sendo necessário chamar o exército para conter o eminente confronto. Após a cavalaria do Exército terem sido hostilizados com pedras e pedaços de madeira, os oficiais abriram fogo contra a multidão de manifestantes, deixando alguns mortos e feridos, dispersando todos aqueles que estavam na rua protestando.

O aumento da tarifa foi cancelada, se devendo aos manifestantes que não aceitaram o aumento de impostos, principalmente de algo que atingia em cheio a camada mais baixa do Rio de Janeiro. A prática da violenta foi a conseqüência das medidas tomadas pelo presidente do Conselho de Ministros que desejava aumentar as receitas, afim de enfrentar os altos gastos que o Império vinha sofrendo. A população mostrou a sua força e poder, ficando evidente que não aceitariam qualquer desmando independente de quem seja o governante.

Referências:

Revolta do Vintém, disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-vintem.htm, acessado em 02 de Dezembro de 2020.

 

Fred Costa

 

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