sábado, 12 de dezembro de 2020

Conheça mais à História - Dança: conversa com os deuses

 Dança: conversa com os deuses

      Você já se perguntou como um historiador estuda a música e a dança de povos como os egípcios, fenícios e hebreus, por exemplo?

      A música e a dança praticada por esses povos não deixaram grandes pistas. Mas existem documentos que indicam como elas eram praticadas.

     A principal fonte utilizada pelos historiadores para investigar as danças do passado são imagens deixadas pelos grupos que as realizavam. Os relatos escritos sobre sua prática também são bastante úteis. Outra fonte são as transmissões orais passadas de geração em geração, como as feitas pelos griôs. Da Pré-História aos reinos, a dança esteve presente em todos os continentes.


Origens da dança

        Muitos estudiosos acreditam que a dança surgiu como uma forma de imitar as forças da natureza, que tanto intrigavam os homens pré-históricos. Acredita-se que ele seja uma das mais antigas formas de comunicação criadas pelos grupos humanos.

       Há registros que as primeiras formas de dança, surgidas no Paleolítico, eram em roda. Homens e mulheres se organizavam em círculo e, sem se tocarem, repetiam movimentos desordenados. Indícios apontam que o uso de máscaras com feições animais era comum.

     No período Neolítico, as primeiras comunidades sedentárias dançavam em rituais que pediam a fertilidade da terra para o plantio do solo e em cultos para os antepassados.

      As danças espetaculares, aquelas que são realizadas para serem assistidas, surgiram nas primeiras civilizações, com a divisão da sociedade em grupos sociais. Elas eram controladas pelos sacerdotes. No campo, continuou-se a praticar as danças de roda.


A dança entre egípcios, mesopotâmicos e hebreus antigos

     No Egito, as primeiras formas de dança estavam associadas a rituais de fertilidade praticados exclusivamente por mulheres. Osíris, sua irmã-esposa Ísis e seu filho Hórus eram reverenciados nesses rituais.

     Com o tempo, esses rituais se transformaram em danças espetaculares, praticadas em festivais realizados antes das cheias do rio Nilo. Neles, sacerdotes, músicos e bailarinos representavam a morte e a ressurreição de Osíris. Os primeiros registros sobre esses festivais datam de 3000 a. C.

     Por volta de 2000 a. C., fragmentos de textos hieroglíficos descrevem dois tipos de dança: uma funerária, dedicada aos mortos, e outra de colheita. Havia também as danças acrobáticas, nas quais os dançarinos realizavam movimentos com grande habilidade técnica, lançando as pernas para o alto ou curvando as costas.

       Há poucas informações sobre a dança na Mesopotâmia. No entanto, diversos fragmentos de cerâmica produzidos pelos sumérios mostram fileiras de dançarinos estilizados, de mãos dadas.

       Os hebreus não deixaram imagens de suas danças, pois sua religião proibia a representação de seres vivos. Algumas passagens da Bíblia, porém, citam danças que eram praticadas por esse povo.

      Ao contrário da dança egípcia, a dança hebraica não era usada em rituais, sendo praticadas pelas multidões. Mas ainda assim tinha caráter religioso. Era organizada em rodas ou fileiras, contendo movimentos de giro, saltos e a flexão dos joelhos.

 

Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 6° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 158 e 159.

 

Fred Costa

 

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