quarta-feira, 29 de abril de 2020

Brasil Colônia - A Cristianização dos Escravos na Colônia


Brasil Colônia – Escravidão (religiosidade)


A Cristianização dos Escravos na Colônia

      Os africanos que vieram para o Brasil trabalharem nas lavouras servindo como mão-de-obra, além de serem obrigados a trabalharem, também deveriam ser devotos do catolicismo. Muitos historiadores já contavam que ao embarcarem nos navios negreiros já recebiam um nome bíblico. Mesmo assim não deixaram de praticar a sua cultura e religiosidade.

A prática do calundu (crença no sobrenatural, adivinhações e curandeirismo), foram um dos primeiros cultos africanos em terras brasileiras. Não só os africanos como também diversos membros da sociedade, incluindo homens brancos. O curandeirismo usando ervas, mostrou-se eficiente na ausência de médicos.


Para facilitar na cristianização dos escravos, pensaram em maneiras de que houvesse identificação com a religião cristã. Os santos negros cumpriram o seu papel na necessidade dessa devoção. Foi grande a aceitação dos escravos pelos santos: São Benedito, Santo Antônio de Categeró ou Noto, Santo Elesbão e Santa Efigênia.


A história de vida desses santos foram contadas como se fosse uma doutrina a serem seguidas. As virtudes praticadas em vida, assim como obediência a religião católica servia a um ideal de vida. Santo Antônio de Noto abdicou do islamismo para se tornar cristão.

Várias irmandades religiosas negras foram criadas. Permitia-se que aumentassem a quantidade de devotos escravos. Mesmo a discriminação contra os negros e a construção de igrejas somente para os escravos, os padres cumpriram o seu papel ao ensinar a religião cristã, realizar casamentos e batizados.

Mesmo com o esforço da Igreja Católica pela disseminação do cristianismo não impediu que práticas religiosas como o Candomblé ocorresse. O culto aos orixás (deuses da natureza) foram realizados assim como uma forma de resistência que foi o sincretismo (forma de enganar os senhores de engenho, trocando o culto aos santos católicos pelos orixás). Após o fim da escravidão a mistura das tradições africanas, indígenas e católicas, culminando com o surgimento no Brasil da Umbanda.

Referências:

OLIVEIRA; A. J. Negra Devoção. Revista de História da Biblioteca Nacional, n° 20, maio 2007.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015.


Fred Costa

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