quarta-feira, 5 de agosto de 2020

As relações de trabalho na República Velha


República Velha


As relações de trabalho na República Velha

   No final do século XIX a principal atividade econômica brasileira continuava a ser a agricultura. A maior parte da população residia e trabalhava na zona rural, subordinada ao mando dos coronéis. Estes, usavam seu controle sobre a população para manipular as eleições.

     Nos primeiros anos da República, não houve mudanças significativas na situação de vida dos brasileiros mais pobres. No campo, as condições de trabalho nos grandes latifúndios mudaram pouco em relação ao período da escravidão. Os contratos de trabalho nas lavouras de café, por exemplo, tinham brechas para pagamentos irrisórios e as condições de vida eram tão precárias como na época das senzalas.


       Percebe-se diversas semelhanças do trabalho escravo, mesmo após ter sido abolida em 13 de maio de 1888. Em muitas fazendas ainda existiam construções como senzalas, antes locais que abrigavam os negros escravizados. O pagamento era muito pouco diante do trabalho que os lavradores de café executavam. Apesar desse produto ser o carro chefe da economia do país, era as custas de muito suor e uma mão de obra muito barata.

      As relações de trabalho também mudaram com a implantação da República, principalmente entre patrão e empregado. O que antes era através da violência e práticas nada amistosas como chibatadas, agora os empregados viam os fazendeiros com admiração e respeito, muitas vezes até mais do que mereciam. Essa nova relação se fazia necessária principalmente pelas classes dominantes, desfazendo assim aquela antiga ideia de que eram escravocratas. Mas cabe aqui apontar o surgimento dos coronéis nesse período.

      A origem da figura do coronel remonta a criação da Guarda Nacional, em 1831, destinada a auxiliar as Forças Armadas e o Corpo dos Permanentes para combater as agitações políticas do período regencial. Essa milícia era constituída por cidadãos e organizada em companhias distribuídas por todo o país. Estas eram chefiadas por pessoas influentes em sua região, as quais recebiam do governo imperial o título de coronel. Com o tempo, a condecoração deixou de se vincular apenas aos chefes das companhias para também ser destinadas aos grandes proprietários de terras, que se utilizavam do título para impor seu poder na região.


      Diante de tantas dificuldades passadas por esses trabalhadores somados a péssimas condições de vida que algumas revoltas populares ocorrerão pelo Brasil, destacando entre elas: Guerra de Canudos (citada nesse blog, para saber mais clique aqui), e também a Guerra do Contestado (também foi abordada nesse blog clique aqui). Mesmo que as elites dominantes quisessem passar uma imagem de harmonia na relação patrão e empregado, não era bem na prática que acontecia.

Referências:

JANOTTI, M. de L. M. Os subversivos da República. São Paulo: Brasiliense, 1986.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto Mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015.


Fred Costa


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