República Velha
As relações de trabalho na República Velha
No final do século XIX a principal
atividade econômica brasileira continuava a ser a agricultura. A maior parte da
população residia e trabalhava na zona rural, subordinada ao mando dos
coronéis. Estes, usavam seu controle sobre a população para manipular as
eleições.
Nos primeiros anos da República, não
houve mudanças significativas na situação de vida dos brasileiros mais pobres. No
campo, as condições de trabalho nos grandes latifúndios mudaram pouco em
relação ao período da escravidão. Os contratos de trabalho nas lavouras de
café, por exemplo, tinham brechas para pagamentos irrisórios e as condições de
vida eram tão precárias como na época das senzalas.
Percebe-se diversas semelhanças do
trabalho escravo, mesmo após ter sido abolida em 13 de maio de 1888. Em muitas
fazendas ainda existiam construções como senzalas, antes locais que abrigavam
os negros escravizados. O pagamento era muito pouco diante do trabalho que os
lavradores de café executavam. Apesar desse produto ser o carro chefe da
economia do país, era as custas de muito suor e uma mão de obra muito barata.
As relações de trabalho também
mudaram com a implantação da República, principalmente entre patrão e
empregado. O que antes era através da violência e práticas nada amistosas como
chibatadas, agora os empregados viam os fazendeiros com admiração e respeito,
muitas vezes até mais do que mereciam. Essa nova relação se fazia necessária
principalmente pelas classes dominantes, desfazendo assim aquela antiga ideia de
que eram escravocratas. Mas cabe aqui apontar o surgimento dos coronéis nesse
período.
A origem da figura do coronel remonta
a criação da Guarda Nacional, em 1831, destinada a auxiliar as Forças Armadas e
o Corpo dos Permanentes para combater as agitações políticas do período
regencial. Essa milícia era constituída por cidadãos e organizada em companhias
distribuídas por todo o país. Estas eram chefiadas por pessoas influentes em
sua região, as quais recebiam do governo imperial o título de coronel. Com o tempo,
a condecoração deixou de se vincular apenas aos chefes das companhias para
também ser destinadas aos grandes proprietários de terras, que se utilizavam do
título para impor seu poder na região.
Diante de tantas dificuldades
passadas por esses trabalhadores somados a péssimas condições de vida que
algumas revoltas populares ocorrerão pelo Brasil, destacando entre elas: Guerra
de Canudos (citada nesse blog, para saber mais clique aqui), e também a Guerra
do Contestado (também foi abordada nesse blog clique aqui). Mesmo que as elites
dominantes quisessem passar uma imagem de harmonia na relação patrão e
empregado, não era bem na prática que acontecia.
Referências:
JANOTTI,
M. de L. M. Os subversivos da República.
São Paulo: Brasiliense, 1986.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
Mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015.
Fred Costa
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