quarta-feira, 1 de julho de 2020

A Guerra do Contestado


República Velha – Guerra do Contestado


A Guerra do Contestado

   Durante o governo do presidente Hermes da Fonseca (1855-1923), o país enfrentou alguns conflitos urbanos e também no campo. Revolta da Chibata, as disputas pelo poder no Ceará envolvendo o padre Cícero e no Sul do país a Guerra do Contestado. Essa guerra civil foi uma revolta que saiu fora do controle do governo estadual sendo necessário o uso das forças federais.

      A região do Contestado entre os estados do Paraná e Santa Catarina era rica em madeira e erva-mate. A contestação entre os dois estados fez com que o conflito ficasse conhecido por esse nome, de outubro de 1912 até agosto de 1916. O conflito iniciou com a desapropriação de terras para a construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul pela empresa norte-americana Brazil Railway Company.


   Os posseiros que perderam suas terras ficaram muito descontentes assim como os madeireiros que faliram. A insatisfação crescente somou-se a vários outros camponeses que viviam em situação de miséria desassistidos pelo governo. A situação se agrava com a presença do beato José Maria, ao iniciar uma pregação aquelas pessoas carentes e supostamente ter ressuscitado uma jovem.

   Todos os fazendeiros, posseiros e camponeses desempregados e sem terras, prejudicados por causa da estrada de ferro, aconselhados pelo monge decidiram resistir a esse contrato do governo brasileiro e a empresa. Várias pessoas se juntaram a eles, vivendo em comunidades armadas, até que José Maria resolver que a comunidade se tornaria um governo independente, nomeando um fazendeiro como Imperador do Brasil, já que desprezava o governo republicano. Acendia o sinal de preocupação e os grandes latifundiários perceberam o quanto era preocupante politicamente e economicamente.

Na primeira incursão da polícia do Paraná contra os revoltosos, ficando conhecida como Baralha do Irani, mais de vinte pessoas dos dois lados morreram inclusive o beato José Maria. Após ser enterrado, os seus seguidores imaginavam que ele ressuscitaria e se juntaria ao exército de São Sebastião, ex-rei português que desapareceu em combate contra os mouros. Achavam que um poderoso exército se juntariam a eles e derrubariam o governo republicano brasileiro.


Vários outros ataques ocorreriam depois com a união de forças dos governos estaduais do Paraná, Santa Catarina e exército brasileiro. Os revoltosos após a morte do seu líder, receberia “chamados” de jovens meninas que diziam ouvir as ordens do falecido José Maria. Ambos os lados sairiam vitoriosos nos conflitos que se seguiram, até que o Marechal Deodoro nomeou veteranos da Guerra de Canudos para cuidarem dessa situação. Pela primeira vez foi utilizado no Brasil aviões para fins militares, apesar de serem utilizados somente em missões de reconhecimento.

Várias resistências foram vencidas pelo general Setembrino, encarregado de por fim ao conflito. Mais de cinco mil pessoas morreram na Guerra do Contestado, inclusive diversas mulheres que se passaram por soldados. Em agosto de 1916, o último líder Adeodato foi capturado pelas forças federais acabando com esse lamentável conflito.

Referências:

SCHNEEBERGER, Carlos Alberto. Manual Compacto de História. Ensino Fundamental. 1ª ed. São Paulo: Rideel, 2010.


Fred Costa

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