República Velha – Guerra do
Contestado
A Guerra do Contestado
Durante o governo do presidente
Hermes da Fonseca (1855-1923), o país enfrentou alguns conflitos urbanos e
também no campo. Revolta da Chibata, as disputas pelo poder no Ceará envolvendo
o padre Cícero e no Sul do país a Guerra do Contestado. Essa guerra civil foi
uma revolta que saiu fora do controle do governo estadual sendo necessário o
uso das forças federais.
A região do Contestado entre os
estados do Paraná e Santa Catarina era rica em madeira e erva-mate. A contestação
entre os dois estados fez com que o conflito ficasse conhecido por esse nome,
de outubro de 1912 até agosto de 1916. O conflito iniciou com a desapropriação
de terras para a construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio
Grande do Sul pela empresa norte-americana Brazil Railway Company.
Os posseiros que perderam suas terras ficaram muito
descontentes assim como os madeireiros que faliram. A insatisfação crescente
somou-se a vários outros camponeses que viviam em situação de miséria
desassistidos pelo governo. A situação se agrava com a presença do beato José
Maria, ao iniciar uma pregação aquelas pessoas carentes e supostamente ter
ressuscitado uma jovem.
Todos os fazendeiros, posseiros e camponeses
desempregados e sem terras, prejudicados por causa da estrada de ferro,
aconselhados pelo monge decidiram resistir a esse contrato do governo
brasileiro e a empresa. Várias pessoas se juntaram a eles, vivendo em
comunidades armadas, até que José Maria resolver que a comunidade se tornaria
um governo independente, nomeando um fazendeiro como Imperador do Brasil, já
que desprezava o governo republicano. Acendia o sinal de preocupação e os grandes
latifundiários perceberam o quanto era preocupante politicamente e
economicamente.
Na primeira incursão da polícia do Paraná contra os
revoltosos, ficando conhecida como Baralha do Irani, mais de vinte pessoas dos
dois lados morreram inclusive o beato José Maria. Após ser enterrado, os seus
seguidores imaginavam que ele ressuscitaria e se juntaria ao exército de São
Sebastião, ex-rei português que desapareceu em combate contra os mouros. Achavam
que um poderoso exército se juntariam a eles e derrubariam o governo
republicano brasileiro.
Vários outros ataques ocorreriam depois com a união
de forças dos governos estaduais do Paraná, Santa Catarina e exército
brasileiro. Os revoltosos após a morte do seu líder, receberia “chamados” de
jovens meninas que diziam ouvir as ordens do falecido José Maria. Ambos os
lados sairiam vitoriosos nos conflitos que se seguiram, até que o Marechal
Deodoro nomeou veteranos da Guerra de Canudos para cuidarem dessa situação. Pela
primeira vez foi utilizado no Brasil aviões para fins militares, apesar de serem
utilizados somente em missões de reconhecimento.
Várias resistências foram vencidas pelo general
Setembrino, encarregado de por fim ao conflito. Mais de cinco mil pessoas
morreram na Guerra do Contestado, inclusive diversas mulheres que se passaram
por soldados. Em agosto de 1916, o último líder Adeodato foi capturado pelas
forças federais acabando com esse lamentável conflito.
Referências:
SCHNEEBERGER,
Carlos Alberto. Manual Compacto de
História. Ensino Fundamental. 1ª ed. São Paulo: Rideel, 2010.
Fred Costa
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