O
padre, filósofo, místico, poeta, autor de peças de teatro, Giordano Bruno
nasceu em 1548, na cidade de Nola, localizada na Itália. Era filho único dos
nobres Giovanni Bruno e Fraulissa Savolino, que o batizaram como Filippo Bruno.
A família considerou que tinha vocação religiosa e, por isso, foi encaminhado a
um convento na cidade de Nápoles. Bruno tinha 13 anos e passou a estudar
Humanidades, Lógica e Dialética.
Pagava
com a vida pela ousadia de ter desafiado a Igreja e discordado das ideias então
vigentes, entre as quais a de que a Terra era o centro do universo. É provável,
dizem, que o temperamento inquieto e contestador de Giordano Bruno o tivesse
levado por si só à fogueira, mas ter lido Erasmo ajudou a marcá-lo como herege.
Na verdade, desde cedo ele mostrou tendências heterodoxas. Ainda noviço, ele
atraiu atenção pela originalidade de seus pontos de vista e por suas exposições
críticas das doutrinas teológicas então aceitas.
Vida
religiosa e conturbada
Assim,
não é de estranhar que tenha chamado a atenção da Inquisição desde que começou
a se tornar conhecido. Apesar de Bruno, que trocou o nome Filippo por Giordano
aos 15 anos, quando entrou para a Ordem Dominicana, ter sempre estado ligado à
religião, nunca foi aceito pelos religiosos.
Em 1575, três anos depois de ter
sido ordenado padre, o futuro condenado concluiu o curso de teologia no
Convento Dominicano de San Dominica de Maggiori, em Nápoles, o mesmo em que
havia estudado e lecionado Santo Tomás de Aquino. Foi o início do seu calvário.
Bruno conhecia e apoiava a teoria de Copérnico, o
heliocentrismo, que dizia ser o Sol o centro do universo. Mas foi além.
“Ele pregava que o Universo era
infinito, sem centro, e repleto de mundos habitados, como o nosso”, explica
Langhi, que desenvolve pesquisas, projetos e publicações na área de Educação em
Astronomia.
“Ele disse o seguinte na obra Acerca
do Infinito, do Universo e dos Mundos: que haja nesse espaço inúmeros corpos
como nossa Terra e outras terras, nosso Sol e outros sóis, todos os quais
executam revoluções nesse espaço infinito”. Em 1591, cometeu aquele que
seria, certamente, seu maior erro. Quinze anos depois de deixar sua terra
natal, resolveu retornar à Itália a convite de um nobre veneziano, Giovanni
Mocenigo, que o alojou em sua casa em troca de aulas de memorização, outra
especialidade dele.
No entanto, Mocenigo traiu Bruno,
entregando-o à Inquisição veneziana. Dessa vez, Bruno resolveu se retratar e
argumentou que suas ideias eram filosofia e não teologia – portanto, não
questionavam o poder da Igreja. Ele deveria ser solto, mas a Inquisição romana resolver
exigir extraditá-lo.
Assim, em 27 de janeiro de 1593, ele tornou-se
prisioneiro do Santo Ofício, de onde só saiu para a fogueira.
Há 422 anos, em 17 de fevereiro de
1600, uma quinta-feira ensolarada, Roma presenciou um espetáculo dantesco.
Centenas de pessoas lotaram o Campo dei Fiori (Campo das Flores), uma praça no
centro da cidade, para assistir à morte na fogueira de Giordano Bruno, por ordem
da Santa Inquisição.
Referência:
https://www.bbc.com/portuguese/geral-43081130.amp#amp_tf=De%20%251%24s&aoh=16558967349313&referrer=https%3A%2F%2Fwww.google.com
Laisa
da Costa Oliveira, estudante do 2º ano Ensino Médio da
Escola Militar