quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Inconfidência Mineira

 Brasil Colônia

A Inconfidência Mineira

        As conspirações ocorridas no Brasil no século XVIII demonstraram a insatisfação da população diante da dominação portuguesa. Em vários lugares do Brasil ocorreram conspirações populares anticoloniais motivadas pela insatisfação com as políticas impostas pela administração portuguesa na Colônia. Entre essas conspirações destacou-se a chamada Conjuração Mineira, ocorrida entre os anos de 1788 e 1789.

        Esse acontecimento foi uma reação de membros da elite colonial que habitavam Vila Rica (criadores de gado, proprietário de terras, exploradores das minas, arrecadadores de impostos, religiosos, intelectuais e até militares e magistrados) contra os abusos econômicos da Coroa portuguesa. A crise entre os colonos e a Coroa portuguesa se agravou em um contexto de grave recessão econômica iniciada na capitania de Minas Gerais na década de 1760. Essa crise se deu, principalmente, pela diminuição na quantidade de ouro extraída das minas.

            Com a menor retirada de ouro, a capitania de Minas Gerais não conseguiu pagar a totalidade de impostos, acumulando uma enorme dívida com a Coroa portuguesa. Sem considerar as dificuldades de captação do ouro nas minas, o secretário colonial Martinho de Melo e Castro ordenou ao governador de Minas Gerais, Visconde de Barbacena, que realizasse a derrama (cobrança à força de impostos). Percebe-se a forma que a Coroa Portuguesa lidava com a colônia e um rígido controle das minas e cobrança de impostos gerando diversas reclamações entre os colonos.

            Endividados e insatisfeitos, vários colonos passaram a fazer reuniões para planejar a revolta, que seria iniciada no dia da cobrança da derrama. Os principais objetivos da revolta eram cancelar o pagamento dos impostos e das dívidas com a Coroa portuguesa e proclamar uma República em Minas Gerais. Depois que a capitania se tornasse autônoma, os conjurados pretendiam, entre outras iniciativas, instalar manufaturas na região, iniciar a exploração de ferro e implantar uma universidade em Minas Gerais.

            Contudo, o governador foi informado dos planos dos conspiradores e ordenou a suspensão da derrama. Desarticulados, os conjurados decidiram esperar por uma melhor oportunidade para iniciar o movimento, porém acabaram presos e condenados. Entre os envolvidos na Inconfidência Mineira, estava o alferes Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792). Ele era conhecido como Tiradentes e foi um dos membros mais ativos do movimento.

Quando a conjuração foi descoberta pelas autoridades, Tiradentes foi preso e assumiu toda a responsabilidade por sua organização. Assim, enquanto os demais conjurados foram condenados ao exílio na África, Tiradentes foi o único condenado à morte. Apesar de ter sido considerado um traidor pela Coroa portuguesa, quando o Brasil tornou-se uma República, em 1889, Tiradentes foi transformado em “herói nacional”. Em vários momentos da história do Brasil, a imagem de Tiradentes foi apresentada pelos historiadores e defendida por diferentes governos como um exemplo de luta e sacrifício em defesa da liberdade.

Referências:

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 7° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa

 


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