Idade Contemporânea
A Gripe Espanhola e a Primeira Guerra Mundial
O século XX começou trazendo várias
tragédias a partir da segunda década. Como se na bastasse a mortes de
manifestantes russos (Domingo Sangrento), passando pelo naufrágio de um transatlântico
(Titanic) e a Primeira Guerra Mundial, também surgiria uma doença deixando
milhares de mortos. Estima-se que entre 50 a 100 milhões de pessoas foram
vítimas da Gripe Espanhola, causa pelo vírus influenza.
Não foi a primeira pandemia da história,
mas que deixou uma grande marca pelo período que ocorreu. Como se não bastasse
uma Europa em guerra, sendo uma das causadoras de tantas mortes, atingiu países
de quase todo o planeta Terra. Subestimada por muitos médicos e governantes,
milhares de pessoas pereceram em hospitais e lugares improvisadores para
tratarem os doentes de uma gripe que por ser chamada de espanhola, não foi lá
que teve origem.
Alguns historiadores como Alfred W.
Crosby, em 2003, afirmou que a gripe originou-se em Kansas nos Estados. E o
pior disso tudo, segundo o historiador Santiago Mata, que a doença teria se
disseminado em campos de treinamento. Logo, os soldados que estavam sendo
treinados para combater em solo europeu foram os responsáveis pela disseminação
dessa doença, tornando-se uma grande pandemia sem controle. Mesmo que outras
pesquisas digam o contrário, é inegável o fato de que a doença tenha se
originado nos Estados Unidos.
Por se tratar de uma gripe, o
contágio se dá através do espirro e tosse, espalhando milhares de partículas
pelo ar. É muito fácil e simples contrair a gripe, ainda mais se tratando de um
campo de batalha, como foi na Primeira Guerra Mundial, onde soldados
amontoavam-se afim de se protegerem não sendo possível manter os cuidados
necessários. A guerra foi a grande responsável pela letalidade da doença
considerando o fato dos soldados se alimentarem muito mal, em constante estado
de desnutrição e o sistema imunológico enfraquecido. O contato de soldados de
diversas nações como americanos, ingleses e franceses que combateram juntos,
levando em conta os prisioneiros alemães entre outros envolvidos diretamente no
conflito, aumentando a sua propagação.
Com a proximidade da guerra e muitos soldados retornando para os seus países, fizeram com que o seu contágio atingisse diversos países. A Espanha que teve uma grande quantidade de pessoas mortas infectada pelo vírus e ganhou grande atenção da imprensa mundial, ficou com a grande pecha de ter a doença associada ao seu nome. A doença que veio pela fronteira da França em meados de Novembro, ceifou milhares de vida na Espanha, apesar do país estar neutro durante a grande guerra, forçando a saída do rei Afonso XIII, para também não ser infectado.
A gripe espanhola chegou ao Brasil através do navio inglês “Demeara” por volta de setembro de 2018, que tinha partido de Lisboa, desembarcando várias pessoas doentes em Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Por falta de cuidado, muitos foram infectados pela gripe, espalhando-se rapidamente pelas cidades mais populosas litorâneas, matando inclusive o presidente da República Rodrigues Alves. Os marinheiros que foram as primeiras vítimas da doença espalharam o vírus para outras pessoas causando a morte de mais de 100 mil pessoas, podendo ter chegado a 300 mil sendo esses dados não tão exatos assim. Ainda carece de muito estudo esse fato, mas a verdade é que foi mais uma pandemia mundial enfrentada e muitas outras viviam a ocorrer.
Referências:
Gripe
Espanhola, disponível em https://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/gripe-espanhola.htm,
acessado em 14 de outubro de 2020.
Fred Costa
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