Governo Militar
A participação da Igreja no Golpe Civil-Militar de 1964
Nas décadas de 1950 e 1960, o Brasil
tinha se tornado um verdadeiro barril de pólvora pronto pra explodir. Desde o
fim da Ditadura do Estado Novo, nesse período conhecido como Populismo, apenas
2 presidentes cumpriram os seus mandatos integralmente. Vargas que se suicidou,
agravou ainda mais a crise política, aumentando a pressão dos militares sobre o
governo e intervirem quando fosse necessário.
A Igreja Católica foi aplaudida e
criticada nesse período. Por ser uma instituição grande e possuir um grande
porte, até mesmo porque possui um forte presença em todo o país teve posições
divergentes. Se por um lado, a elite da Igreja apoiaram os militares a tomarem
o poder e angariar apoio da sociedade, anos depois abrigaram muitos movimentos
e deram suporte as idéias contra o governo militar.
O período que antecede o governo
militar foi de transformação nas bases da Igreja Católica. A perda de devotos
para outras dominações religiosas aumentavam ainda mais a pressão por mudanças,
até porque os jovens não se identificavam com a doutrina o que se percebe na
diminuição dos seminaristas. As organizações criadas pela Igreja, aproximaram-se
dos jovens, operários, indígenas e movimentos sem-terra que anos depois se
voltariam contra o Governo Militar e teria amplo apoio dos padres.
A Igreja que por anos foi
considerada uma instituição conservadora, elitista, afastada das camadas mais
pobres da sociedade brasileira assumiu um novo viés. Com a criação das
pastorais e organizações localizadas nas periferias e movimentos sociais, mudou
o rumo e direção do clero, ao lançar um olhar diferenciado e perceber quais os
reais problemas que a sociedade enfrentava e a participação ou não do governo
em buscar soluções. A defesa da justiça social e Direitos Humanos, colocaria a
Igreja em linha de frente contra o Governo Militar nas décadas seguintes após o
golpe Civil-Militar, diante dos casos de prisões arbitrárias e torturas
praticada pelos militares.
As diversas notícias que eram
veiculadas contra o presidente João Goulart, criou uma imagem negativa da sua
pessoa e governo. Essa imagem, muitas vezes criadas pela mídia se replicava nas
missas e rodas sociais, minguando ainda mais o apoio ao presidente da
república. As autoridades mais influentes da Igreja deram aval a intervenção
militar, culminando com o golpe civil-militar de 31 de março de 1964. As idéias
difundidas que o comunismo poderia prosperar no Brasil influenciou padres e
bispos a darem esse apoio ao novo governo.
Portanto com o passar do tempo a Igreja percebeu a
demora dos militares em passar o poder para os civis rompendo com a ordem
democrática. A insatisfação da população e que o clero estava mais próximo e
presente influenciou na retirada de apoio que havia outrora. Os excessos
praticados pelos membros do governo militar, ferindo os direitos humanos, mudou
a posição dessa instituição religiosa passando a combater pelo fim da presença
dos militares no governo. A participação da Igreja pelo fim do Governo Militar
foi essencial, não só na defesa dos Direitos Humanos, mas por conseguir
influenciar e difundir idéias contra o autoritarismo.
Referências:
Ditadura
Militar – O papel da Igreja Católica, disponível em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/ditadura-militar-2-o-papel-da-igreja-catolica.htm,
acessado em 06 de outubro de 2020.
Fred Costa
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