terça-feira, 6 de outubro de 2020

A participação da Igreja no Golpe Civil-Militar de 1964

 Governo Militar 

 

A participação da Igreja no Golpe Civil-Militar de 1964

          Nas décadas de 1950 e 1960, o Brasil tinha se tornado um verdadeiro barril de pólvora pronto pra explodir. Desde o fim da Ditadura do Estado Novo, nesse período conhecido como Populismo, apenas 2 presidentes cumpriram os seus mandatos integralmente. Vargas que se suicidou, agravou ainda mais a crise política, aumentando a pressão dos militares sobre o governo e intervirem quando fosse necessário.

           A Igreja Católica foi aplaudida e criticada nesse período. Por ser uma instituição grande e possuir um grande porte, até mesmo porque possui um forte presença em todo o país teve posições divergentes. Se por um lado, a elite da Igreja apoiaram os militares a tomarem o poder e angariar apoio da sociedade, anos depois abrigaram muitos movimentos e deram suporte as idéias contra o governo militar.

          O período que antecede o governo militar foi de transformação nas bases da Igreja Católica. A perda de devotos para outras dominações religiosas aumentavam ainda mais a pressão por mudanças, até porque os jovens não se identificavam com a doutrina o que se percebe na diminuição dos seminaristas. As organizações criadas pela Igreja, aproximaram-se dos jovens, operários, indígenas e movimentos sem-terra que anos depois se voltariam contra o Governo Militar e teria amplo apoio dos padres.

        A Igreja que por anos foi considerada uma instituição conservadora, elitista, afastada das camadas mais pobres da sociedade brasileira assumiu um novo viés. Com a criação das pastorais e organizações localizadas nas periferias e movimentos sociais, mudou o rumo e direção do clero, ao lançar um olhar diferenciado e perceber quais os reais problemas que a sociedade enfrentava e a participação ou não do governo em buscar soluções. A defesa da justiça social e Direitos Humanos, colocaria a Igreja em linha de frente contra o Governo Militar nas décadas seguintes após o golpe Civil-Militar, diante dos casos de prisões arbitrárias e torturas praticada pelos militares.

        As diversas notícias que eram veiculadas contra o presidente João Goulart, criou uma imagem negativa da sua pessoa e governo. Essa imagem, muitas vezes criadas pela mídia se replicava nas missas e rodas sociais, minguando ainda mais o apoio ao presidente da república. As autoridades mais influentes da Igreja deram aval a intervenção militar, culminando com o golpe civil-militar de 31 de março de 1964. As idéias difundidas que o comunismo poderia prosperar no Brasil influenciou padres e bispos a darem esse apoio ao novo governo.

Portanto com o passar do tempo a Igreja percebeu a demora dos militares em passar o poder para os civis rompendo com a ordem democrática. A insatisfação da população e que o clero estava mais próximo e presente influenciou na retirada de apoio que havia outrora. Os excessos praticados pelos membros do governo militar, ferindo os direitos humanos, mudou a posição dessa instituição religiosa passando a combater pelo fim da presença dos militares no governo. A participação da Igreja pelo fim do Governo Militar foi essencial, não só na defesa dos Direitos Humanos, mas por conseguir influenciar e difundir idéias contra o autoritarismo.

Referências:

Ditadura Militar – O papel da Igreja Católica, disponível em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia-brasil/ditadura-militar-2-o-papel-da-igreja-catolica.htm, acessado em 06 de outubro de 2020.

 

Fred Costa

 

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