Guerra Fria - geopolítica
O fim da Iugoslávia
O território que pertenceu a
ex-Iugoslávia, foi palco de muitos conflitos étnicos por pertencerem uma
diversidade de povos e também religiões. Esses povos não tinham uma relação
pacífica e sofreram influência de diversos países, principalmente os russos eu desejavam
manter seus interesses e por estarem próximos do Mar Negro. A língua eslava
falada por muitos desses povos eram motivo de um movimento nacionalista
denominado pan-eslavismo, a união em uma só nação desses povos, porém os
interesses dessas etnias não convergiriam para uma solução pacífica.
Foi justamente nos Bálcãs que originou
a Primeira Guerra Mundial. O interesse do Império Autro-Húngaro em anexar o
território da Bósnia-Herzegovina fez com que o grupo nacionalista sérvio
denominado mão negra promovessem um atentado contra Francisco Ferdinando,
herdeiro do trono Austro-Húngaro, culminando com um ultimato contra a Sérvia e
posteriormente uma declaração de guerra. O Império Russo logo veio em socorro
dos eslavos, declarando guerra contra o Império Austro-Húngaro e gerando a uma
sucessiva declaração de guerras entre os diversos países.
Logo após a Primeira Guerra Mundial,
formaram-se 3 nações: Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. Em 1929, essas
nações foram unificadas formando a Iugoslávia, que significa “Terra dos eslavos
do sul”. Mesmo com a unificação dessas três nações os conflitos não cessaram,
já que a mistura de religiões como católicos, cristãos ortodoxos e muçulmanos
fizerem com que se enfrentassem constantemente. Ataques terroristas covardes e
mortes de inocentes aumentaram a tensão nessa região, ficando cada vez mais
longe de uma solução pacífica.
Quando iniciou a Segunda Guerra
Mundial, formou-se uma guerra civil, com vários guerrilheiros sob a liderança do
comunista Josip Tito, recebendo total apoio da União Soviética. Quando encerou
a guerra, a Iugoslávia foi transformada em um Estado Socialista, apoiado pela
URSS. Mesmo com um governo forte e centralizado, característica desses governos
socialistas, vários grupos étnicos estavam divididos em 6 repúblicas: Eslovênia,
Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedônia.
Com a morte do Tito na década de
1980 e a crescente crise enfrentada pelo socialismo fez aumentar ainda mais a
insatisfação dos habitantes levando a uma onde de protestos contra o regime
socialista. As eleições que eram fraudadas tempos antes, após a morte de Tito
ocorreu um revés e os comunistas perderam nas urnas gerando mais tensão ainda. Na
década seguinte, Croácia e Eslovênia se declarariam independente sofrendo
intervenção do exército e iniciando uma guerra civil. Outros países do bloco
também declarariam sua independência, provocando novos conflitos e acelerando
para o fim da Iugoslávia.
Desde o início da década de 1990 até o final da primeira
década do século XXI, os 6 países que pertenciam a Iugoslávia declarariam
independência. Em 2006, a província do Kosovo declarou a sua independência da
Sérvia, gerando mais tensão e guerra civil, sendo que alguns países
reconheceram a sua independência e a ONU não. Fato é que os Bálcãs ficou fragmentado,
expondo a diversidade étnica e religiosa além da influência das ideologias
capitalista e socialista ocorrida durante a guerra fria. O que foi um barril de
pólvora antes da Primeira Guerra Mundial, durou por todo o século XX e início
do XXI, completando quase 1 século de conflitos e tensões.
Referências:
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
Mosaico: história anos finais (ensino fundamental), 9° ano. 1ª ed. São
Paulo: Scipione, 2015.
Fred Costa
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