Idade Moderna
A Crise do sistema colonial espanhol
A crise do sistema colonial foi
determinante para que as colônias espanholas conquistassem sua independência. No
decorrer do século XVIII, a autoridade do governo espanhol sobre suas colônias
na América foi se tornando cada vez menor nessa época, a Espanha não possuía
navios suficientes para fazer a fiscalização de todo o litoral de suas
colônias. Assim os colonos conseguiam comercializar com outros Estados
europeus, contrariando o exclusivo comercial, característico do colonialismo
mercantilista.
Nesse contexto, o comércio entre as
colônias espanholas foi liberado gradativamente. O aumento da circulação de
mercadorias entre as colônias proporcionou mais lucros para os comerciantes,
que em sua maioria eram criollos. O enriquecimento
das elites criollas, porém, não veio
acompanhado de maior participação política. Os cargos mais importantes, como os
de vice-rei, capitão-geral e arcebispo, continuaram sendo ocupados apenas pelos
chamados chapetones, isto é, pessoas
nascidas na Espanha e que residiam nas colônias. A insatisfação dos criollos com essa situação aumentou no
fim do século XVIII, quando a Espanha, envolvida em guerras na Europa, aumentou
a cobrança de impostos.
A Guerra de Sucessão Espanhola foi
uma série de conflitos pela sucessão do trono da Espanha, no início do século
XVIII. Com a morte do rei Carlos II, que não deixou herdeiros, teve início a
disputa pela Coroa espanhola, na qual se envolveram diferentes nações
europeias, como Áustria, Inglaterra, Prússia, Portugal e França. O término dos
conflitos foi marcado pela assinatura dos Tratados de Utrecht (1713-1715), os
quais determinaram o reconhecimento de Felipe V de Bourbon, neto do rei francês
Luís XIV, como rei da Espanha, além de garantir à Inglaterra o direito de
comercializar com as colônias espanholas na América.
Em 1700, o trono espanhol passou a
ser ocupado pela dinastia dos Bourbons. Alguns reis dessa dinastia empreenderam
reformas no Estado espanhol, que permitiram o desenvolvimento de um pequeno
comércio entre as colônias. Além disso, eles promoveram a modernização das
instituições imperiais e nomearam novos funcionários para as colônias, com o
objetivo de melhorar a gestão das finanças do governo e aumentar o controle
sobre elas, reforçando o poder da monarquia espanhola e o sistema de
arrecadação de impostos coloniais.
As reformas dos Bourbons tiveram
ampla repercussão nas colônias espanholas, e o comércio entre elas foi sendo
liberado gradualmente. Desse modo, aumentaram os contatos comerciais e a
circulação de produtos entre as colônias, e também entre elas e as nações
estrangeiras, que proporcionaram maiores lucros para os criollos.
Entre os anos de 1807 e 1808, o exército do
imperador francês Napoleão Bonaparte invadiu a península Ibérica com o objetivo
de fazer valer o Bloqueio Continental, impedindo o comércio de Portugal e
Espanha com a Inglaterra. Nessa ocasião, o rei espanhol, Fernando VII, foi
deposto, preso e levado para o exílio na França. Na América, a repercussão da
queda do rei espanhol foi imediata e aumentou o desejo dos colonos de lutar por
sua independência. As elites coloniais, então, organizaram-se em juntas governativas que, em um primeiro
momento, apenas resistiram à dominação francesa, tentando ampliar sua relativa
autonomia política. Mas, com o retorno de Fernando VII ao trono espanhol, em
1814, ocorreu uma retomada da política absolutista, tornando o sentimento
separatista ainda mais forte na América espanhola.
Referências:
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 8° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
Fred Costa
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