Os malês
Os africanos muçulmanos da Bahia
eram conhecidos por malês, palavra que se aproxima de ìmàle, que quer dizer “muçulmano” em ioruba. Assim, de malês eram
chamados quaisquer muçulmanos, fossem eles hauçás, nagôs, tapas ou jejes.
Os malês utilizavam como símbolos de
sua religião os amuletos, patuás ou bolsas de mandingas. Esses amuletos eram
muito comuns na África ocidental e considerados verdadeiros talismãs,
protegendo os africanos contra ataques em guerras, viagens e espíritos do mal. No
Brasil, eram feitos, em geral, de uma oração colada dentro de pequenas
bolsinhas de couro. A eles podiam-se acrescentar búzios, algodão, ervas e
areia.
Os malês tinham também como símbolo
o abada – uma espécie de camisola grande de cor branca, provavelmente de origem
hauçá, utilizada na Bahia apenas nas cerimônias rituais – além de barretes
(chapéus), turbantes e anéis de ferro. Organizavam-se em torno de um mestre e
reuniam-se em casas de oração e estudo do Alcorão, que, na verdade, eram as
residências dos participantes. Aí faziam preces, copiavam orações, aprendiam a
ler e escrever em árabe.
Referências:
MATTOS,
Regiane Augusto de. História e cultura
afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2007. p. 155-156.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São
Paulo: Scipione, 2015. p. 245.
Fred Costa
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