domingo, 5 de junho de 2022

Conheça mais à História - Os malês

 Os malês

          Os africanos muçulmanos da Bahia eram conhecidos por malês, palavra que se aproxima de ìmàle, que quer dizer “muçulmano” em ioruba. Assim, de malês eram chamados quaisquer muçulmanos, fossem eles hauçás, nagôs, tapas ou jejes.

          Os malês utilizavam como símbolos de sua religião os amuletos, patuás ou bolsas de mandingas. Esses amuletos eram muito comuns na África ocidental e considerados verdadeiros talismãs, protegendo os africanos contra ataques em guerras, viagens e espíritos do mal. No Brasil, eram feitos, em geral, de uma oração colada dentro de pequenas bolsinhas de couro. A eles podiam-se acrescentar búzios, algodão, ervas e areia.

          Os malês tinham também como símbolo o abada – uma espécie de camisola grande de cor branca, provavelmente de origem hauçá, utilizada na Bahia apenas nas cerimônias rituais – além de barretes (chapéus), turbantes e anéis de ferro. Organizavam-se em torno de um mestre e reuniam-se em casas de oração e estudo do Alcorão, que, na verdade, eram as residências dos participantes. Aí faziam preces, copiavam orações, aprendiam a ler e escrever em árabe.

Referências:

MATTOS, Regiane Augusto de. História e cultura afro-brasileira. São Paulo: Contexto, 2007. p. 155-156.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 245.

 

Fred Costa

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