domingo, 26 de junho de 2022

Conheça mais à História - O rompimento das relações entre Brasil e Inglaterra

 O rompimento das relações entre Brasil e Inglaterra

            A decretação da lei Bill Aberdeen pelos ingleses ajudou a desenvolver um crescente sentimento antibritânico no país.

            No início dos anos 1860, dois incidentes intensificaram as tensões entre Brasil e Inglaterra. O primeiro ocorreu em 1861, quando o navio inglês Príncipe de Gales, que carregava mercadorias para o Uruguai, naufragou no litoral do Rio de Janeiro do Sul. A carga, salva e levada para a costa, foi roubada por desconhecidos. Irritado com o acontecimento, o embaixador britânico William Christie exigiu que o governo brasileiro indenizasse a Inglaterra.

            Enquanto se discutia a questão da carga roubada, outro incidente ocorreu em 1862: no Rio de Janeiro, marinheiros ingleses embriagados, em trajes civis, foram presos fazendo arruaças; entretanto, foram libertados tão logo se constatou sua condição militar. O embaixador Christie exigiu que o governo brasileiro pedisse, oficialmente, desculpas à Inglaterra e que demitisse os policiais que tinham efetuado a prisão.

            Dada a recusa por parte do governo brasileiro em atender a essas exigências, Christie ordenou que os navios de guerra ingleses aprisionassem cinco navios brasileiros que estavam ancorados no Rio de Janeiro. Diante dessa atitude, diversas manifestações populares contra a Inglaterra tiveram lugar na cidade do Rio de Janeiro.

            Para arbitrar sobre a questão, dom Pedro II recorreu ao rei da Bélgica, Leopoldo I. Porém, antes mesmo do monarca belga se pronunciar, dom Pedro II resolveu pagar a indenização exigida pelo roubo da carga do navio inglês. Em 1863, Leopoldo I deu seu parecer favorável ao Brasil. Como a Inglaterra se negava a pedir desculpas oficiais pelas atitudes de seu embaixador, dom Pedro II rompeu relações diplomáticas com aquele país.

         Brasil e Inglaterra só reataram suas relações em 1865, quando o governo inglês, finalmente, apresentou as desculpas oficiais ao imperador brasileiro.


Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 283.

 

Fred Costa

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