quarta-feira, 6 de julho de 2022

Anos passam e a censura continua

 Brasil República

Anos passam e a censura continua

No dia 29 de março de 2022, o Brasil voltou para 1967, durante a ditadura militar, quando a imprensa e os nossos artistas foram censurados pelo TSE.

No festival Lollapalooza, que aconteceu nos dias 28, 29, 30 e 31 de março, vários artistas se apresentaram com performances inesquecíveis, tiveram sua liberdade ameaçada pelo governo, quando um ministro do TSE, formalizou a censura para aqueles que fizessem manifestações políticas durante as apresentações, principalmente aquelas contra o atual governo de Jair Bolsonaro, uma multa de 50 mil reais seria aplicada no COPJ do evento a cada manifestação da oposição.

      Os artistas logo reagiram de forma negativa. A cantora Anitta se posicionou: “Rompemos a programação da minha felicidade para falar o seguinte, gente. Não existe isso de proibir artista de manifestar publicamente sua insatisfação diante do governo que está rolando! [...] Porém, proibir a gente de manifestar nossa insatisfação com o governo atual é censura! É como mil novecentos e bolinha, quando o povo não podia fazer nada. Vou lugar com todas as minhas armas contra isso”.

O youtuber e empresário, Felipe Neto, disse através de seu twitter: “Artistas no Lolla. Muitos não podem lidar com perseguição do governo. Caso sejam perseguidos por se posicionarem, nosso movimento Cala Boca Já Morreu se dispões a ajuda-los com a defesa”.

          É revoltante que haja sugestão de punição a um festival de música porque um artista manifestou sua opinião política. Pablo Vittar é ponto luminoso na cena brasileira e a constituição não proíbe espontâneas manifestações públicas de opinião”, disse Caetano Veloso, artista que sofreu com a censura durante a ditadura, ele cita também, assim como Felipe Neto, o movimento “Cala a boca já morreu”.

          Durante os dias de evento houveram muitas manifestações dos artistas, alguns deles são: a banda Fresno, Jão, Emicida, Lulu Santos, Marina Sena, Glória Groove e, principalmente, pela parte do público que acompanhava os shows.

         Em 1968 houve a mesma coisa, só que a partir de um Ato Institucional do governo (AI-5) que instituía a censura, levando a fechamentos de festivais, impedimentos de músicas serem tocadas nas rádios e prisão de cantores e artistas. A lição do passado ficou para que não se repetisse novamente, por isso o que ocorreu no Lollapalooza teve tanta repercussão e apoio de grande parte da sociedade e artistas.

Diante da magnitude que houve com a decisão do ministro do TSE, ele mesmo acabou revogando (tornando nula) a sua própria decisão no dia 28 de março. Conforme o ministro Araújo, sua decisão foi tomada “com base na compreensão de que a organização do evento promovia propaganda política ostensiva estimulando os artistas” a se manifestar politicamente. Para ele, o PL (Partido Liberal), deu a entender que a organização do Lollapalooza “supostamente estaria estimulando a propaganda eleitoral ostensiva e extemporânea no aludido evento”. Ressalva ainda que os artistas tem a garantia à ampla liberdade de expressão prevista na Constituição.

Referências:

https://www.conjur.com.br/2022-mar-29/tse-aceita-arquivamento-derruba-censura-lollapalooza

https://www.politize.com.br/ato-institucional-5/?https://www.politize.com.br/&gclid=Cj0KCQjwgMqSBhDCARIsAIIVN1XODSdFUVT-8ozgvJ_7CcJE3_NiMwC8vgpclvpz52j_uBZxoBvJc_QaAj8IEALw_wcB

https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2022/03/lollapalooza-e-marcado-por-censura-manifestacoes-de-artistas-e-luto-no-palco.shtml

 

 

Jullya Rodrigues Lopes, estudante do 1º ano Ensino Médio da Escola Militar Tiradentes, Rondonópolis – MT.

 

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