Brasil República
Anos passam e a censura continua
No dia 29 de março de 2022, o Brasil voltou para
1967, durante a ditadura militar, quando a imprensa e os nossos artistas foram
censurados pelo TSE.
No festival Lollapalooza, que aconteceu nos dias 28,
29, 30 e 31 de março, vários artistas se apresentaram com performances
inesquecíveis, tiveram sua liberdade ameaçada pelo governo, quando um ministro
do TSE, formalizou a censura para aqueles que fizessem manifestações políticas
durante as apresentações, principalmente aquelas contra o atual governo de Jair
Bolsonaro, uma multa de 50 mil reais seria aplicada no COPJ do evento a cada
manifestação da oposição.
Os artistas logo reagiram de forma
negativa. A cantora Anitta se posicionou: “Rompemos a programação da minha
felicidade para falar o seguinte, gente. Não existe isso de proibir artista de
manifestar publicamente sua insatisfação diante do governo que está rolando!
[...] Porém, proibir a gente de manifestar nossa insatisfação com o governo
atual é censura! É como mil novecentos e bolinha, quando o povo não podia fazer
nada. Vou lugar com todas as minhas armas contra isso”.
O youtuber e empresário, Felipe Neto, disse através
de seu twitter: “Artistas no Lolla. Muitos não podem lidar com perseguição do
governo. Caso sejam perseguidos por se posicionarem, nosso movimento Cala Boca Já
Morreu se dispões a ajuda-los com a defesa”.
É revoltante que haja sugestão de
punição a um festival de música porque um artista manifestou sua opinião
política. Pablo Vittar é ponto luminoso na cena brasileira e a constituição não
proíbe espontâneas manifestações públicas de opinião”, disse Caetano Veloso,
artista que sofreu com a censura durante a ditadura, ele cita também, assim
como Felipe Neto, o movimento “Cala a boca já morreu”.
Durante os dias de evento houveram
muitas manifestações dos artistas, alguns deles são: a banda Fresno, Jão,
Emicida, Lulu Santos, Marina Sena, Glória Groove e, principalmente, pela parte
do público que acompanhava os shows.
Em 1968 houve a mesma coisa, só que
a partir de um Ato Institucional do governo (AI-5) que instituía a censura,
levando a fechamentos de festivais, impedimentos de músicas serem tocadas nas
rádios e prisão de cantores e artistas. A lição do passado ficou para que não
se repetisse novamente, por isso o que ocorreu no Lollapalooza teve tanta
repercussão e apoio de grande parte da sociedade e artistas.
Diante da magnitude que houve com a decisão do
ministro do TSE, ele mesmo acabou revogando (tornando nula) a sua própria
decisão no dia 28 de março. Conforme o ministro Araújo, sua decisão foi tomada
“com base na compreensão de que a organização do evento promovia propaganda
política ostensiva estimulando os artistas” a se manifestar politicamente. Para
ele, o PL (Partido Liberal), deu a entender que a organização do Lollapalooza
“supostamente estaria estimulando a propaganda eleitoral ostensiva e
extemporânea no aludido evento”. Ressalva ainda que os artistas tem a garantia
à ampla liberdade de expressão prevista na Constituição.
Referências:
https://www.conjur.com.br/2022-mar-29/tse-aceita-arquivamento-derruba-censura-lollapalooza
Jullya Rodrigues Lopes,
estudante do 1º ano Ensino Médio da Escola Militar Tiradentes, Rondonópolis –
MT.
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