A concentração de terras no Império
O documento a seguir foi escrito por
Antonio Pedro de Figueiredo, jornalista e editor da revista O Progresso, publicada entre os anos de
1846 e 1848, em Recife. Nesse texto, Figueiredo faz duras críticas à situação
política e social de Pernambuco.
Hoje
mais de ¾ da população da nova província se acha concentrada à beira do mar e
numa profundeza de 10 a 15 léguas; mas lá, quase com poucas exceções, todas as
terras pertencem a um pequeno número de grandes proprietários que delas mal
cultivam uma mínima parte e recusam a vender o resto. Daí vem que 200 ou 3000
000 dos nossos concidadãos, mais porventura vivem em terras de que podem ser
despedidos dentro de poucas horas; humildes vassalos do proprietário, cujos
ódios, partido político e companhia, são obrigados a esposar. Neste fato da
grande propriedade territorial, nesses novos latifundia, deparamos nós a base
desta feudalidade que mantém diretamente, sob jugo terrível, metade da
população da província, e oprime a outra metade por meio de imenso poder que
lhe dá esta massa de vassalos obedientes [...]. Reconhecemos, numa palavra, que
a divisão do nosso solo em grandes propriedades era a fonte da maior parte dos
nossos males.
FIGUEIREDO,
Antonio Pedro de. Revista O Progresso,
Recife. (1846-1848). QUINTAS, Amaro. Nordeste. História geral da civilização brasileira, t. II. v. 4. São Paulo:
Difusão Europeia do Livro, 1978. p. 229.
Referência:
FIGUEIREDO,
Antonio Pedro de. Revista O Progresso,
Recife. (1846-1848). QUINTAS, Amaro. Nordeste. História geral da civilização brasileira, t. II. v. 4. São Paulo:
Difusão Europeia do Livro, 1978. p. 229.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015. p. 295.
Fred Costa
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