domingo, 3 de julho de 2022

Documento Histórico - A concentração de terras no Império

 A concentração de terras no Império

            O documento a seguir foi escrito por Antonio Pedro de Figueiredo, jornalista e editor da revista O Progresso, publicada entre os anos de 1846 e 1848, em Recife. Nesse texto, Figueiredo faz duras críticas à situação política e social de Pernambuco.

            Hoje mais de ¾ da população da nova província se acha concentrada à beira do mar e numa profundeza de 10 a 15 léguas; mas lá, quase com poucas exceções, todas as terras pertencem a um pequeno número de grandes proprietários que delas mal cultivam uma mínima parte e recusam a vender o resto. Daí vem que 200 ou 3000 000 dos nossos concidadãos, mais porventura vivem em terras de que podem ser despedidos dentro de poucas horas; humildes vassalos do proprietário, cujos ódios, partido político e companhia, são obrigados a esposar. Neste fato da grande propriedade territorial, nesses novos latifundia, deparamos nós a base desta feudalidade que mantém diretamente, sob jugo terrível, metade da população da província, e oprime a outra metade por meio de imenso poder que lhe dá esta massa de vassalos obedientes [...]. Reconhecemos, numa palavra, que a divisão do nosso solo em grandes propriedades era a fonte da maior parte dos nossos males.

FIGUEIREDO, Antonio Pedro de. Revista O Progresso, Recife. (1846-1848). QUINTAS, Amaro. Nordeste. História geral da civilização brasileira, t. II. v. 4. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1978. p. 229.

Referência:

FIGUEIREDO, Antonio Pedro de. Revista O Progresso, Recife. (1846-1848). QUINTAS, Amaro. Nordeste. História geral da civilização brasileira, t. II. v. 4. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1978. p. 229.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 295.

 

Fred Costa

 

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