Brasil Império
Revoltas Regenciais
O período Regencial foi marcado por
crises políticas e revoltas populares. O príncipe D. Pedro tinha apenas cinco
anos de idade quando seu pai abdicou o trono. De acordo com a Constituição de
1824, até que ele atingisse a maioridade, o império seria governado por
regentes nomeados pelos deputados e senadores. Essa situação, no entanto,
provocou intensas disputas entre grupos políticos distintos.
As províncias brasileiras eram
governadas por membros das elites regionais, formadas por proprietários rurais
e grandes comerciantes. Esses líderes regionais, influenciados por ideais
liberais, buscavam maior autonomia em relação ao governo central e disputavam o
poder com os políticos da capital. Estes últimos, por sua vez, defendiam um
governo centralizado que conservasse as mesmas características políticas do
governo de D. Pedro I.
No início do século XIX, revoltas de escravos aconteceram em diferentes regiões da Bahia, como a Revolta dos Malês (Bahia, 1835). Em razão das péssimas condições de vida, os africanos escravizados e os libertos de Salvador se uniram para lutar por sua liberdade e melhores condições de vida. Eles planejaram um levante com objetivo de tomar o poder na província da Bahia. O levante contaria com a participação de centenas de escravos e ex-escravos sob a liderança de nagôs e hauçás. Os nagôs e os hauçás eram originários de uma região da África que havia sido conquistada e convertida ao islamismo. O levante estava planejado para ocorrer na madrugada do dia 24 para o dia 25 de janeiro de 1835, mas foi delatado à polícia, que passou a invadir as casas onde poderiam ser encontrados os líderes do movimento.
A Cabanagem
(Pará, 1835), foi outra revolta que aconteceu no período Regencial e que contou
com a participação efetiva de grupos populares. No século XIX, os conflitos
entre populares e governo eram freqüentes na província do Pará. A cobrança de
altos impostos e os preços elevados das mercadorias manufaturadas causavam
muita insatisfação desde que o Brasil havia se tornado independente. Descontente
com essa situação, em 1835, um grupo de revoltosos invadiu a cidade de Belém e
executou o governador da província. Após tomarem o poder os cabanos nomearam
vários de seus líderes para ocupar cargos administrativos. Para governar a
província, eles nomearam Eduardo Angelim, que permaneceu cerca de nove meses no
poder. Em maio de 1836, Belém foi retomada pelas tropas regenciais, mas os
cabanos resistiram até 1840, lutando em meio a florestas e rios. Quando o
governo lhes concedeu a anistia, grande parte dos rebeldes já havia morrido em
combate contra as tropas do governo.
A alta tributação imposta aos
estancieiros do Sul pelo governo central foi um dos principais motivos da Revolução Farroupilha (Rio
Grande do Sul, 1835). Os grandes estancieiros do Rio Grande do Sul, entretanto,
estavam descontentes com o governo central, que cobrava impostos mais altos
sobre o charque gaúcho do que sobre o charque uruguaio. Além das mudanças
tributárias, os gaúchos reivindicavam o direito de escolher o governador de sua
província. Em setembro de 1835, Bento Gonçalves liderou um exército rebelde que
ocupou a capital Porto Alegre, depôs o governador e assumiu o controle da
província, proclamando a República Rio-Grandense, independente em relação ao
restante do Império. Em 1842, o governo imperial reagiu enviando Luís Alves de
Lima e Silva, o barão de Caxias, com o objetivo de negociar a pacificação da
região com os líderes revolucionários e reincorporar a província rebelde ao
Império do Brasil. Os rebeldes encontraram dificuldades em manter o movimento
revolucionário. Em 1845, foi assinado o Acordo de Poncho Verde, que encerrava o
conflito.
Outras também aconteceram no Maranhão como a Balaiada e novamente na Bahia a Sabinada. Todas essas revoltas
ocorreram devido as péssimas condições de vida da população, principalmente das
camadas mais humildes, com ressalvas, que levaram a levantes populares. Tiveram
por características contestar o poder dos governadores, seja por meio da
violência ou deposição dos presidentes das províncias, culminando com a
repressão do Governo Imperial.
Referências:
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 8° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
Fred Costa
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