quarta-feira, 16 de março de 2022

O Anarquismo

 Idade Contemporânea

O Anarquismo

         No século XIX pensadores analisaram a sociedade europeia e propuseram diferentes formas de organização social e política. A sociedade fervilhava com várias ideias de como os trabalhadores deveriam se organizar e reivindicar por mais direitos entre outras pautas, principalmente políticas. E a disputa pelo poder fazia parte desse ideal denominado anarquismo.

          A palavra anarquia significa estar ou viver sem governo. Essa idéia, a partir de meado do século XX, passou a configurar um dos princípios básicos de uma doutrina que afirmava que a autoridade não deveria emanar de uma instituição governamental, mas da própria sociedade e das relações entre os indivíduos.

        Os anarquistas defendiam mudanças políticas, econômicas e morais, propondo a eliminação do Estado, do capitalismo e da Igreja, pois negavam a autoridade governamental, a propriedade privada e a moral religiosa da época. Essa doutrina também afirmava que o Estado é fonte de grande parte dos problemas da sociedade e que existiram formas alternativas de organização social que valorizariam as relações comunitárias. Os anarquistas acreditavam que a educação das pessoas era fundamental para a mudança social, pois só assim elas poderiam conhecer o mundo e as suas possibilidades de transformação.

      Com relação ao trabalho, o anarquismo propunha a organização voluntária dos operários em comunidades autogestoras (quando uma empresa é dirigida pelos próprios funcionários), em que a responsabilidade pela produção fosse dividida igualmente entre todos os trabalhadores. Tais ideias, idênticas ao comunismo, seria uma das conseqüências imediatas do fim da propriedade privada. Essas medidas é a essência do anarquismo, uma sociedade sem o Estado regulador, o grande provedor da desigualdade social.

          Um dos grandes expoentes das ideias anarquistas foi Mikhail Alexandrovitch Bakunin (1814-1876), que pertencia a uma família russa de proprietários de terra. Quando era jovem, abandonou o serviço militar russo e foi estudar filosofia em Moscou e na Alemanha. É conhecido, em grande parte, por suas ideias e atuações revolucionárias. Participou de várias insurreições populares, incluindo a Primavera dos Povos em Praga, no ano de 1848. Em uma de suas obras, ele expõe uma de suas principais ideias: “A futura organização da sociedade deveria ser realizada de baixo para cima, pela livre associação e união dos operários; [...] Só assim poderá ser estabelecida a liberdade e a felicidade geral da nova ordem [...]”.

Bakunin foi preso várias vezes e teve que se exilar em países como Estados Unidos e Japão. Em 1876, após décadas de ativismo político e com a saúde debilitada, ele faleceu. No entanto, suas ideias coletivistas e sua atuação nos movimentos populares do final do século XIX continuam tendo grande importância para o movimento anarquista.

Referências:

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 8° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário