sábado, 23 de abril de 2022

Documentos Históricos - A defesa dos trabalhadores feita por teóricos socialistas e a Igreja

 A defesa dos trabalhadores feita por teóricos socialistas e a Igreja

           Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels redigiram o Manifesto do Partido Comunista, que foi amplamente divulgado em sua época.

            Quatro décadas depois, em 1891, o papa Leão XIII escreveu e publicou uma encíclica chamada Rerum Novarum, em que a Igreja católica assumia posições bastante diferentes daquelas pregadas por Marx e Engels.

          Leia atentamente um trecho do Manifesto do Partido Comunista e outro da encíclica Rerum Novarum.

Manifesto do Partido Comunista (1848)

         Sintetizando, os comunistas dão seu apoio a qualquer atividade revolucionária que se movimenta contra o atual estado de coisas, numa luta social e política, em qualquer parte do mundo.

     Como prioridade desses movimentos, a questão fundamental que se coloca é a questão da propriedade, revestida de que forma for, mais ou menos desenvolvida.

         Concluindo, os comunistas estão empenhados na união e no entendimento dos partidos democratas de todo o mundo.

     Os comunistas não dissimulam suas opiniões e seus objetivos, e disso se orgulham. Pregam abertamente que seus objetivos só serão alcançados com a destruição violenta de toda ordem social existente. Que a classe dominante se sinta ameaçada na iminência de uma revolução comunista! Que a classe operária nada perderá com ela, a não ser a sua prisão. Mas terão um mundo a conquistar.

          Proletários de todos os países, uni-vos!

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Global, 1984. p. 45.

Encíclica Rerum Novarum (1891)

Deus não a concedeu aos homens para que dominassem a terra confusamente todos juntos

            Não se oponha também à legitimidade da propriedade particular o fato de que Deus concedeu a todo o gênero humano para a gozar, porque Deus não a concedeu aos homens para que a dominassem confusamente todos juntos. Tal não é o sentido dessa verdade. Ela significa, unicamente, que Deus não assinou uma parte a nenhum homem em particular, mas quis deixar a limitação das propriedades à indústria humana e às instituições dos povos. Aliás, posto que dividida em propriedades particulares, a terra não deixa de servir à utilidade comum de todos, atendendo a que ninguém há entre os mortais que não se alimente do produto dos campos. Quem os não tem supre-os pelo trabalho, de maneira que se pode afirmar, com toda a verdade, que o trabalho é o meio universal de prover às necessidades da vida, quer ele se exerça num terreno próprio, quer em alguma arte lucrativa cuja remuneração, apenas, sai dos produtos múltiplos da terra, com os quais ela se comuta.

ENCÍCLICA, Rerum Novarum. Disponível em: www.montfort.org.br/documentos/propriedade.html. Acesso em: 23 jan. 2015.

Referências:

ENCÍCLICA, Rerum Novarum. Disponível em: www.montfort.org.br/documentos/propriedade.html. Acesso em: 23 jan. 2015.

MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. Manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Global, 1984. p. 45.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 120-121.

 

Fred Costa

 

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