Colônias de exploração e colônias de povoamento
Durante muito tempo, atribuiu-se o
sucesso econômico dos Estados Unidos ao tipo de colonização inicialmente
praticada na região norte do continente americano. Ali, ao contrário do que
ocorreu no resto da América, não se explorou a terra em busca de metais
preciosos nem se produziram artigos agrícolas para o consumo externo. Em vez
disso, os colonos reproduziram as condições de vida que tinham na Europa,
organizando-se em pequenas propriedades com produção voltada para consumo
interno.
De acordo com essa visão, os
ingleses teriam estabelecido “colônias de povoamento”, em oposição aos espanhóis
e portugueses, que fundaram “colônias de exploração”. Contudo, essa explicação
não leva em conta inúmeras peculiaridades presentes no desenvolvimento colonial
do continente.
Tanto na América ibérica como na
América inglesa existiram núcleos de povoamento (pequenos vilarejos construídos
em torno de fortes militares, regiões portuárias, zonas de plantio). Tanto sob
domínio inglês como sob domínio ibérico, foram comuns as atividades agrárias
destinadas ao mercado externo, com mão de obra escrava, e produção econômica
voltada para o consumo da população colonial.
A diferença entre o domínio colonial
ibérico e o inglês na América foi, de certa forma, a interferência dos governos
metropolitanos no processo de colonização. Tanto a Coroa espanhola como a
portuguesa logo implantaram nas colônias estruturas administrativas e
militares, dando mostras de que se manteriam presentes em solo americano pelo tempo
que fosse necessário.
Situação diversas aconteceu na
América inglesa. No século XVII, as conturbações políticas na Inglaterra afastaram
a Coroa britânica de uma fiscalização colonial intensa, o que possibilitou aos
colonos viverem sob uma liberdade política e econômica que não ocorria nos
domínios da Espanha e de Portugal. A exploração dos recursos naturais e a produção
de manufaturas puderam ser desenvolvidas sem o controle tributário da
administração metropolitana. Além disso, houve ali certa liberdade religiosa,
existindo colonos católicos, judeus e protestantes. O mesmo não aconteceu na
América ibérica, onde houve a imposição do catolicismo.
Referências:
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 7° ano. 1ª ed. São
Paulo: Scipione, 2015. p. 210.
Fred Costa
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