Idade Contemporânea
O contexto das independências da África
As independências na África foram
motivadas pela luta dos africanos por sua liberdade política. Após o fim da
Segunda Guerra Mundial, as potências imperialistas europeias estavam
enfraquecidas. Elas enfrentavam uma grave crise econômica e, além disso, tinham
que investir grandes quantias de dinheiro na reconstrução das cidades que
haviam sido bombardeadas e destruídas. Nesse contexto, os países imperialistas
europeus já não tinham condições de reprimir os movimentos de independência em
suas colônias na África e Ásia.
O fato de muitos africanos terem
servidos nos exércitos de suas metrópoles durante a Segunda Guerra Mundial
colaborou para a tomada de consciência dessas pessoas quanto à contradição em
que viviam. Durante o conflito, os soldados africanos ouviam os líderes aliados
falarem de libertação das pessoas oprimidas e do direito à autodeterminação dos
povos, além de criticarem o imperialismo praticado pela Alemanha nazista. Assim,
os soldados africanos perceberam a grande incoerência que havia entre sua
condição colonial e os ideais de liberdade divulgados pelos países
imperialistas.
No contexto da Guerra Fria, os
Estados Unidos e a União Soviética, as novas potências político-econômicas
mundiais, passaram a apoiar os movimentos de independência na África,
principalmente com o interesse de atrair para suas respectivas áreas de
influência os países que se tornassem autônomos. Defendendo uma postura
anti-imperialista e anticolonial, a URSS procurava aumentar a influência do
socialismo nos países em luta pela independência ou recém-emancipados. Como o
colonialismo foi uma prática econômica essencial do capitalismo, os socialistas
argumentavam que lutar contra o capitalismo era uma forma de combater o
colonialismo.
Assim como ocorreu nos países
asiáticos, a ideologia socialista influenciou muitos movimentos de
independência no continente africano. Uma vez que os países africanos haviam
sido colonizados por potências capitalistas, as ideias socialistas forneciam
uma alternativa ao modelo implantado até então pelos europeus. Muitos africanos,
que estudaram a Europa nesse período, entraram em contato com os ideais
socialistas difundidos pelos partidos comunistas e levaram esses ideais para a
África na luta contra o colonialismo.
O sentimento nacionalista ganhou
força primeiramente nas grandes cidades africanas, principalmente entre os
africanos que formavam as elites. Muitos membros dessas elites iam estudar na
Europa, onde se familiarizavam com os valores do colonizador. Porém, alguns
jovens voltavam da Europa para a África dispostos a romper os laços com a
metrópole, pois compreendiam como funcionava a lógica da dominação colonial,
baseada na exploração das riquezas naturais do continente e do trabalho da
população africana. Dois movimentos político-ideológicos também colaboraram
para o processo de independências na África: o pan-africanismo e o
pan-arabismo.
Para que os países da África se tornassem
independentes, foi fundamental a luta dos africanos contra a dominação política
e a exploração econômica estrangeira. Muitos países do continente africano
conquistaram sua emancipação política a partir da década de 1950. A maneira
como cada país conquistou a independência variou conforme as especificidades
das áreas coloniais e as particularidades políticas das potências
colonizadoras. Em alguns casos, como nas colônias inglesas e na maioria das
colônias francesas, o processo de independência não envolveu grandes combates
armados, sendo conduzido por meio de negociações políticas entre os dirigentes
europeus e as elites africanas. Em outros casos, como nas colônias portuguesas
e na Argélia francesa, ocorreram lutas violentas que causaram a morte de
milhares de pessoas.
Referências:
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
Fred Costa
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