quarta-feira, 11 de maio de 2022

O contexto das independências da África

 Idade Contemporânea

O contexto das independências da África

           As independências na África foram motivadas pela luta dos africanos por sua liberdade política. Após o fim da Segunda Guerra Mundial, as potências imperialistas europeias estavam enfraquecidas. Elas enfrentavam uma grave crise econômica e, além disso, tinham que investir grandes quantias de dinheiro na reconstrução das cidades que haviam sido bombardeadas e destruídas. Nesse contexto, os países imperialistas europeus já não tinham condições de reprimir os movimentos de independência em suas colônias na África e Ásia.

            O fato de muitos africanos terem servidos nos exércitos de suas metrópoles durante a Segunda Guerra Mundial colaborou para a tomada de consciência dessas pessoas quanto à contradição em que viviam. Durante o conflito, os soldados africanos ouviam os líderes aliados falarem de libertação das pessoas oprimidas e do direito à autodeterminação dos povos, além de criticarem o imperialismo praticado pela Alemanha nazista. Assim, os soldados africanos perceberam a grande incoerência que havia entre sua condição colonial e os ideais de liberdade divulgados pelos países imperialistas.

            No contexto da Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética, as novas potências político-econômicas mundiais, passaram a apoiar os movimentos de independência na África, principalmente com o interesse de atrair para suas respectivas áreas de influência os países que se tornassem autônomos. Defendendo uma postura anti-imperialista e anticolonial, a URSS procurava aumentar a influência do socialismo nos países em luta pela independência ou recém-emancipados. Como o colonialismo foi uma prática econômica essencial do capitalismo, os socialistas argumentavam que lutar contra o capitalismo era uma forma de combater o colonialismo.

            Assim como ocorreu nos países asiáticos, a ideologia socialista influenciou muitos movimentos de independência no continente africano. Uma vez que os países africanos haviam sido colonizados por potências capitalistas, as ideias socialistas forneciam uma alternativa ao modelo implantado até então pelos europeus. Muitos africanos, que estudaram a Europa nesse período, entraram em contato com os ideais socialistas difundidos pelos partidos comunistas e levaram esses ideais para a África na luta contra o colonialismo.

        O sentimento nacionalista ganhou força primeiramente nas grandes cidades africanas, principalmente entre os africanos que formavam as elites. Muitos membros dessas elites iam estudar na Europa, onde se familiarizavam com os valores do colonizador. Porém, alguns jovens voltavam da Europa para a África dispostos a romper os laços com a metrópole, pois compreendiam como funcionava a lógica da dominação colonial, baseada na exploração das riquezas naturais do continente e do trabalho da população africana. Dois movimentos político-ideológicos também colaboraram para o processo de independências na África: o pan-africanismo e o pan-arabismo.

Para que os países da África se tornassem independentes, foi fundamental a luta dos africanos contra a dominação política e a exploração econômica estrangeira. Muitos países do continente africano conquistaram sua emancipação política a partir da década de 1950. A maneira como cada país conquistou a independência variou conforme as especificidades das áreas coloniais e as particularidades políticas das potências colonizadoras. Em alguns casos, como nas colônias inglesas e na maioria das colônias francesas, o processo de independência não envolveu grandes combates armados, sendo conduzido por meio de negociações políticas entre os dirigentes europeus e as elites africanas. Em outros casos, como nas colônias portuguesas e na Argélia francesa, ocorreram lutas violentas que causaram a morte de milhares de pessoas.

Referências:

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa

 

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