quinta-feira, 29 de outubro de 2020

A Escravidão Indígena.

 Brasil Colônia

 A Escravidão Indígena

         Quando os portugueses chegaram ao Brasil não encontraram nenhum metal precioso para que pudesse iniciar a exploração na sua nova colônia. Mas encontrou o pau-brasil que interessou de início devido a sua utilidade na Europa devido a extração de um pigmento para tingir tecidos, que tinha um alto valor comercial. A mão de obra utilizada naquele momento foi dos indígenas.

          Foram os indígenas quem cortaram, transportaram e armazenaram as toras de pau-brasil nas feitorias, deixando-as prontas para serem embarcadas nos navios. Em troca, eles recebiam objetos e ferramentas que não conheciam, como facas, foices e machados. Esse sistema de troca de trabalho por objetos é chamado de “escambo”. Também foram os indígenas que ensinaram os europeus a sobreviverem em terras brasileiras.

            Os portugueses desde que chegaram à colônia utilizaram-se do trabalho indígena. A necessidade de mão de obra tanto para o corte do pau-brasil, construção de feitorias e anos mais tarde o cultivo do açúcar, perceberam a necessidade de escravizar os indígenas. Milhares de indígenas foram obrigados a realizar tarefas árduas no dia a dia dos canaviais.

            A maioria dos indígenas não aceitaram aceitou a situação de ser escravo:

       [...] Descontentes, queimaram engenhos, acabaram com roças e povoados, obrigando os portugueses a recuar e fugir.

            As revoltas indígenas destruíram os núcleos fundados pelos donatários do Espírito Santo, Ilhéus, Porto Seguro, Bahia e ameaçaram seriamente os de Pernambuco e São Vicente. [...]

Laima Mesgravis; Carla B. Pinsky. O Brasil que os europeus encontraram: a natureza, os índios, os homens brancos. São Paulo: Contexto, 2000. p. 83.

          Preocupados, os donatários, donos das capitanias hereditárias (primeira forma de organização territorial da colônia Portuguesa), solicitaram ajuda do rei de Portugal, informando-lhe que, se não enviasse reforços, as capitanias corriam sério risco de serem destruída. Reforços com militares foram enviados, assim como os próprios indígenas foram utilizados para guerrearem entre si, destacando os serviços prestados pelo potiguar Zorobabé contra os aimorés. Mas fato é que iniciou ainda no século XVI a chegada de africanos para trabalharem compulsoriamente nos engenhos de açúcar.

Os padres jesuítas que chegariam ainda no século XVI na colônia portuguesa logo se posicionaram contra a escravidão dos indígenas. Fizeram inclusive forte oposição a todos aqueles que utilizavam a mão de obra indígena escrava. Criaram as chamadas “missões” com o objetivo de catequizar os nativos, ensinando a língua portuguesa e a religião cristã. Não teve o sucesso esperado, mas serviu de contraponto contra aqueles que desejavam utilizar-se da mão de obra nativa.

Referências:

Laima Mesgravis; Carla B. Pinsky. O Brasil que os europeus encontraram: a natureza, os índios, os homens brancos. São Paulo: Contexto, 2000. p. 83.

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 7° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.

 

Fred Costa

 

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