quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O fim da Iugoslávia.

 Guerra Fria - geopolítica

O fim da Iugoslávia

        O território que pertenceu a ex-Iugoslávia, foi palco de muitos conflitos étnicos por pertencerem uma diversidade de povos e também religiões. Esses povos não tinham uma relação pacífica e sofreram influência de diversos países, principalmente os russos eu desejavam manter seus interesses e por estarem próximos do Mar Negro. A língua eslava falada por muitos desses povos eram motivo de um movimento nacionalista denominado pan-eslavismo, a união em uma só nação desses povos, porém os interesses dessas etnias não convergiriam para uma solução pacífica.

          Foi justamente nos Bálcãs que originou a Primeira Guerra Mundial. O interesse do Império Autro-Húngaro em anexar o território da Bósnia-Herzegovina fez com que o grupo nacionalista sérvio denominado mão negra promovessem um atentado contra Francisco Ferdinando, herdeiro do trono Austro-Húngaro, culminando com um ultimato contra a Sérvia e posteriormente uma declaração de guerra. O Império Russo logo veio em socorro dos eslavos, declarando guerra contra o Império Austro-Húngaro e gerando a uma sucessiva declaração de guerras entre os diversos países.

      Logo após a Primeira Guerra Mundial, formaram-se 3 nações: Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos. Em 1929, essas nações foram unificadas formando a Iugoslávia, que significa “Terra dos eslavos do sul”. Mesmo com a unificação dessas três nações os conflitos não cessaram, já que a mistura de religiões como católicos, cristãos ortodoxos e muçulmanos fizerem com que se enfrentassem constantemente. Ataques terroristas covardes e mortes de inocentes aumentaram a tensão nessa região, ficando cada vez mais longe de uma solução pacífica.

          Quando iniciou a Segunda Guerra Mundial, formou-se uma guerra civil, com vários guerrilheiros sob a liderança do comunista Josip Tito, recebendo total apoio da União Soviética. Quando encerou a guerra, a Iugoslávia foi transformada em um Estado Socialista, apoiado pela URSS. Mesmo com um governo forte e centralizado, característica desses governos socialistas, vários grupos étnicos estavam divididos em 6 repúblicas: Eslovênia, Croácia, Bósnia-Herzegovina, Sérvia, Montenegro e Macedônia.

        Com a morte do Tito na década de 1980 e a crescente crise enfrentada pelo socialismo fez aumentar ainda mais a insatisfação dos habitantes levando a uma onde de protestos contra o regime socialista. As eleições que eram fraudadas tempos antes, após a morte de Tito ocorreu um revés e os comunistas perderam nas urnas gerando mais tensão ainda. Na década seguinte, Croácia e Eslovênia se declarariam independente sofrendo intervenção do exército e iniciando uma guerra civil. Outros países do bloco também declarariam sua independência, provocando novos conflitos e acelerando para o fim da Iugoslávia.


Desde o início da década de 1990 até o final da primeira década do século XXI, os 6 países que pertenciam a Iugoslávia declarariam independência. Em 2006, a província do Kosovo declarou a sua independência da Sérvia, gerando mais tensão e guerra civil, sendo que alguns países reconheceram a sua independência e a ONU não. Fato é que os Bálcãs ficou fragmentado, expondo a diversidade étnica e religiosa além da influência das ideologias capitalista e socialista ocorrida durante a guerra fria. O que foi um barril de pólvora antes da Primeira Guerra Mundial, durou por todo o século XX e início do XXI, completando quase 1 século de conflitos e tensões.

Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto Mosaico: história anos finais (ensino fundamental), 9° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015.

 

Fred Costa

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário