domingo, 3 de maio de 2020

Brasil Império - O Movimento Abolicionista e o protagonismo de Luís Gama


Brasil Império - Abolicionismo


O Movimento Abolicionista e o protagonismo de Luís Gama

         No dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel que ocupava o trono do Império interinamente assinava a Lei Áurea. Após cerca de 350 anos de escravidão no Brasil, chegava ao fim. Não foi uma luta fácil, exigindo bastante da sociedade guiada pelo movimento abolicionista.

     Surgido na década de 1870, várias pessoas de grupo sociais diferentes, questionariam a escravidão, propondo o seu fim. Já iniciava a substituição de mão de obra livre pela escrava. Surgiam os Movimentos Abolicionistas.

       Os membros desse movimento eram profissionais liberais, como advogados, jornalistas e intelectuais. Pessoas ligadas a monarquia como o republicanismo comungavam das mesmas idéias: “A cada dia surgiam clubes abolicionistas, dedicados à coleta de recursos para alforria de escravos, para os quais até mesmo grandes damas concorriam com jóias (sendo o gesto quase sempre noticiado em folhas, para maior vaidade dos doadores), crianças e estudantes com seus [trocados], cada qual segundo suas posses (Jorge Caldeira e outros. Viagem pela história do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 118-119).

        Os abolicionistas combatiam a escravidão porque acreditavam no direito de liberdade. Além de que a sociedade brasileira não se desenvolveria enquanto houvesse escravos. Já outros acreditavam que com o fim da escravidão aumentaria a mão de obra livre e os altos custos devido à compra de escravos poderiam ser investidos em outras coisas, como modernização e maquinários das fazendas.


  •          Luís Gama

Luís Gonzaga Pinto da Gama, nascido em Salvador no dia 21 de junho de 1830, era filho de uma escrava com um homem branco. Aos 10 anos de idade foi vendido como escravo pelo seu pai para pagar uma dívida de jogo. Após ser alfabetizado, o que teria ocorrido após os 17 anos, percebeu que sua condição de escravizado era ilegal, fugiu para a cidade, conquistando a sua liberdade por vias judiciais.

   Estudou direito por conta própria, sendo aos 29 anos autor consagrado. Mesmo sem diploma, passou a defender escravos nos tribunais. Foi um dos poucos intelectuais negros no Brasil escravocrata do século XIX. Por ser um autodidata, demonstrou ser possível o poder da educação em prol da liberdade.

         Como jornalista junto a Ângelo Agostini fundou o primeiro jornal ilustrado humorístico, em 1864. Defensor dos ideais de liberdade fundou a Loja Maçônica América, juntamente com Ruy Barbosa e dela também teria feito parte Joaquim Nabuco. Quando morreu, era Luís Gama o Venerável da Loja. A partir de 2018 é considerado o patrono da Abolição da Escravidão no Brasil.

Referências: 

CALDEIRA, Jorge. Viagem pela história do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

FIRMINO, Carolina; AGUIAR, Érica. Protagonista da resistência. In: História em Foco. Ano 4, n° 9, 2019.

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 8° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.


Fred Costa



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