Brasil Império
Partido Conservador e Partido Liberal
Após a abdicação do trono brasileiro
por Dom Pedro I em 1831, seu filho tinha apenas cinco anos de idade, impedido
de assumir o trono imperial. Iniciava na história do Brasil Império o Período
Regencial. Várias regências se revezaram no poder: Regência Trina Provisória,
Regência Trina Permanente, Regência Una Feijó e Regência Araújo Lima. Nesse período,
diversas revoltas eclodiram pelo Brasil.
Com as agitações nas ruas e nas
províncias, aumentaram os debates políticos sobre a forma de organização para o
país: maior centralização ou descentralização. Na defesa de cada uma dessas
posições, se formou grupos políticos remanescentes dos anteriores que deram
origem aos dois grandes partidos políticos que marcariam o cenário de todo o
governo de D. Pedro II (1840 – 1889): Partido Conservador e Partido Liberal.
Os antigos restauracionistas, que eram
também centralizadores, no Período Regencial desejavam a volta de D. Pedro I
para o Brasil. Após a sua morte, passaram a apoiar o governo, dando origem à
primeira organização a que se poderia dar com propriedade o nome de partido
político, o Partido Conservador. O restante dos moderados que apoiavam as
regências, congregou-se no Partido Liberal. Os dois partidos com pequenas
variações dominaram a política até o final da monarquia.
A filosofia dos conservadores,
desenvolvida por Bernardo Vasconcelos, defendia um Estado central forte e um
governo baseado no que chamava de classes conservadoras, entendendo por isso
aquelas que em momentos de mudança brusca tinham tudo a perder e nada a ganhar.
O grosso dessas classes era formado por proprietários de terra e escravos
voltados para a agricultura de exportação, concentrados nas províncias do Rio
de Janeiro, Bahia e Pernambuco, por grandes comerciantes e pela burocracia,
sobretudo judiciária.
O Partido Liberal, por seu lado,
favorecia a descentralização política e administrativa, era menos resistente às
medidas tendentes a abolir o tráfico e congregava, sobretudo, os proprietários
rurais mais voltados para o mercado interno, como os de Minas Gerais, São Paulo
e Rio Grande do Sul e profissionais liberais urbanos.
Sendo a diferença desses partidos em
defender um governo centralizado ou descentralizado, não havia tanta diferença
entre eles. Os dois eram compostos basicamente de representantes das elites
econômicas: por isso, tornou-se comum afirmar que os dois tinham mais
semelhanças do que diferença. O que eles queriam, na verdade, era chegar ao
poder, por isso a tão conhecida expressão: farinha do mesmo saco.
Referências:
MAGALHÃES,
Gustavo Celso de; HERMETO, Miriam. História,
8° ano: Ensino Fundamental, livro 2.
Belo Horizonte: Editora Educacional, 2017.
Fred Costa
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