segunda-feira, 18 de maio de 2020

Brasil Império - Partido Conservador e Partido Liberal


Brasil Império


Partido Conservador e Partido Liberal

    Após a abdicação do trono brasileiro por Dom Pedro I em 1831, seu filho tinha apenas cinco anos de idade, impedido de assumir o trono imperial. Iniciava na história do Brasil Império o Período Regencial. Várias regências se revezaram no poder: Regência Trina Provisória, Regência Trina Permanente, Regência Una Feijó e Regência Araújo Lima. Nesse período, diversas revoltas eclodiram pelo Brasil.

   Com as agitações nas ruas e nas províncias, aumentaram os debates políticos sobre a forma de organização para o país: maior centralização ou descentralização. Na defesa de cada uma dessas posições, se formou grupos políticos remanescentes dos anteriores que deram origem aos dois grandes partidos políticos que marcariam o cenário de todo o governo de D. Pedro II (1840 – 1889): Partido Conservador e Partido Liberal.

     Os antigos restauracionistas, que eram também centralizadores, no Período Regencial desejavam a volta de D. Pedro I para o Brasil. Após a sua morte, passaram a apoiar o governo, dando origem à primeira organização a que se poderia dar com propriedade o nome de partido político, o Partido Conservador. O restante dos moderados que apoiavam as regências, congregou-se no Partido Liberal. Os dois partidos com pequenas variações dominaram a política até o final da monarquia.


    A filosofia dos conservadores, desenvolvida por Bernardo Vasconcelos, defendia um Estado central forte e um governo baseado no que chamava de classes conservadoras, entendendo por isso aquelas que em momentos de mudança brusca tinham tudo a perder e nada a ganhar. O grosso dessas classes era formado por proprietários de terra e escravos voltados para a agricultura de exportação, concentrados nas províncias do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco, por grandes comerciantes e pela burocracia, sobretudo judiciária.

   O Partido Liberal, por seu lado, favorecia a descentralização política e administrativa, era menos resistente às medidas tendentes a abolir o tráfico e congregava, sobretudo, os proprietários rurais mais voltados para o mercado interno, como os de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul e profissionais liberais urbanos.

      Sendo a diferença desses partidos em defender um governo centralizado ou descentralizado, não havia tanta diferença entre eles. Os dois eram compostos basicamente de representantes das elites econômicas: por isso, tornou-se comum afirmar que os dois tinham mais semelhanças do que diferença. O que eles queriam, na verdade, era chegar ao poder, por isso a tão conhecida expressão: farinha do mesmo saco.

Referências:

MAGALHÃES, Gustavo Celso de; HERMETO, Miriam. História, 8° ano: Ensino  Fundamental, livro 2. Belo Horizonte: Editora Educacional, 2017.


Fred Costa


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