As mulheres na guerra de libertação
Nos campos de luta, as mulheres, às
vezes com filhos, acompanhavam os soldados – maridos, amantes ou irmãos. Como não
havia abastecimento regular das tropas, cozinhavam, lavavam, costuravam, em
troca de algum dinheiro. Essas mulheres agüentavam as duras caminhadas e as agruras
das batalhas sem qualquer reconhecimento positivo. [...] Também participaram de
batalhas como soldados. Uma delas foi Juana Azurduy de Padilla que nasceu em
Chuquisaca (hoje Sucre), em 1780. Junto com o marido, homem de posses, dono de
fazendas, liderou um grupo de guerrilheiros, participando de 23 ações armadas,
algumas sob o seu comando. Ganhou fama por sua coragem e habilidade, chegando a
obter a patente de tenente-coronel. Depois da morte do marido, Juana, que
perdeu todos os seus bens, continuou participando da luta guerrilheira, ainda
que com dificuldades crescentes. A seu lado, nos combates, havia um grupo de
mulheres, chamadas “las amazonas”.
Mulheres de famílias abastadas,
demonstrando sua adesão à causa da independência, abriram seus salões para tertúlias
(reunião familiar) em que se discutiam ideias e se propunham estratégias em
favor do movimento.
Entre mensageiras, um exemplo
extraordinário foi o de Policarpa Salavarrieta, conhecida como Pola, nascida em
Guaduas, na atual Colômbia, em 1795, numa família de regular fortuna ligada à
agricultura e ao comércio. Póla trabalhava como costureira em casas de famílias
defensoras dos realistas e, como tal, colhia informações para serem enviadas às
tropas guerrilheiras, das quais fazia parte seu noive, Alejo Sabaraín. Ao ser
preso, foi encontrada com ele uma lista de nomes de realistas e de patriotas
que Pola havia entregue. Assim, ela foi capturada e julgada e condenada à morte
por um Conselho de Guerra. No dia 14 de Novembro de 1817, Policarpa
Salavarrieta e Alejo Sabaraín e outros oito homens foram fuzilados na Praça
Maior de Santa Fé de Bogotá. Sua morte causou grande comoção, provocando fortes
reações. Imediatamente após seu fuzilamento, ela foi retratada, num célebre
quadro, esperando pelo momento final.poemas e peças teatrais surgiram cantando
sua lealdade à causa independentista e sua coragem diante do cadafalso.
PRADO, Maria
Lígia Coelho; PELLEGRINO, Gabriela. História
da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014. p. 38-39.
Referências:
PRADO,
Maria Lígia Coelho; PELLEGRINO, Gabriela. História
da América Latina. São Paulo: Contexto, 2014.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São
Paulo: Scipione, 2015. p. 134.
Fred Costa
Nenhum comentário:
Postar um comentário