domingo, 17 de abril de 2022

Conheça mais à História - O vestuário como afirmação da distinção social

 O vestuário como afirmação da distinção social

          Em diversas épocas e culturas, o vestuário tem servido para representar visualmente a posição dos indivíduos na sociedade.

           Na Idade Moderna, tecidos caros e peças elaboradas eram usados pelos nobres para se diferenciar das pessoas de outras camadas sociais. Rainhas, reis, princesas, príncipes e a alta nobreza serviam de exemplo de elegância.

          Na França, esse hábito chegou a seu extremo no reinado de Luís XIV (1636-1715), que se tornou uma referência da moda aristocrática em toda a Europa. Suas vestes reais eram faustosas, cheias de minúcias e riqueza. Seus mantos em jacquard eram acolchoados, para proteger do frio, e forrados com materiais de toque macio. As mangas e golas possuíam babados em renda branca trabalhada à mão, entre seus acessórios, destacava-se a espada dourada, que mostrava a origem guerreira do rei e sua nobreza.

          Os homens da aristocracia usavam calções justos e casacos ajustados na cintura, além lenços ou golas em torno do pescoço. Entre as mulheres, predominavam os vestidos longos e volumosos, forrados com grandes armações e decotados de modo a deixar o colo à mostra.

           Ao portar esses trajes, a nobreza ostentava sua riqueza.

Perucas também eram muito cobiçadas nos século XVII e XVIII. Feitas de cabelos humanos, fibras vegetais ou crina (de bode ou de cavalo), elas eram, além de caras, muito trabalhosas, exigindo que seus donos tivessem empregados que os ajudassem a vesti-las e as deixassem sempre limpas e brilhantes.

A medida que enriqueciam, os burgueses adotavam os hábitos de ostentação da nobreza, exteriorizando sua ascensão social por meio das vestimentas e das regras de etiqueta.

No século XIX, as transformações sociais iniciadas com a Revolução Francesa e a industrialização refletiram nas indumentárias masculina e feminina. No lugar da ostentação tradicional, ganhou força a distinção individualizada. Eram os preparativos para o advento do consumo de massa, substituindo o mundo fechado da Corte. A profusão de mercadorias, apesar do acesso ainda limitado, teve na atuação da burguesia a alavanca fundamental. O vestir ganhava novas estratégias de diferenciação, garantindo a distinção entre as elites econômicas e os trabalhadores.

Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 114-115.

 

Fred Costa

 

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