O vestuário como afirmação da distinção social
Em diversas épocas e culturas, o
vestuário tem servido para representar visualmente a posição dos indivíduos na
sociedade.
Na Idade Moderna, tecidos caros e
peças elaboradas eram usados pelos nobres para se diferenciar das pessoas de
outras camadas sociais. Rainhas, reis, princesas, príncipes e a alta nobreza
serviam de exemplo de elegância.
Na França, esse hábito chegou a seu
extremo no reinado de Luís XIV (1636-1715), que se tornou uma referência da
moda aristocrática em toda a Europa. Suas vestes reais eram faustosas, cheias
de minúcias e riqueza. Seus mantos em jacquard eram acolchoados, para proteger
do frio, e forrados com materiais de toque macio. As mangas e golas possuíam
babados em renda branca trabalhada à mão, entre seus acessórios, destacava-se a
espada dourada, que mostrava a origem guerreira do rei e sua nobreza.
Os homens da aristocracia usavam
calções justos e casacos ajustados na cintura, além lenços ou golas em torno do
pescoço. Entre as mulheres, predominavam os vestidos longos e volumosos,
forrados com grandes armações e decotados de modo a deixar o colo à mostra.
Ao portar esses trajes, a nobreza
ostentava sua riqueza.
Perucas também eram muito cobiçadas nos século XVII
e XVIII. Feitas de cabelos humanos, fibras vegetais ou crina (de bode ou de
cavalo), elas eram, além de caras, muito trabalhosas, exigindo que seus donos
tivessem empregados que os ajudassem a vesti-las e as deixassem sempre limpas e
brilhantes.
A medida que enriqueciam, os burgueses adotavam os
hábitos de ostentação da nobreza, exteriorizando sua ascensão social por meio
das vestimentas e das regras de etiqueta.
No século XIX, as transformações sociais iniciadas
com a Revolução Francesa e a industrialização refletiram nas indumentárias
masculina e feminina. No lugar da ostentação tradicional, ganhou força a
distinção individualizada. Eram os preparativos para o advento do consumo de
massa, substituindo o mundo fechado da Corte. A profusão de mercadorias, apesar
do acesso ainda limitado, teve na atuação da burguesia a alavanca fundamental. O
vestir ganhava novas estratégias de diferenciação, garantindo a distinção entre
as elites econômicas e os trabalhadores.
Referências:
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 8° ano. 1ª ed. São
Paulo: Scipione, 2015. p. 114-115.
Fred Costa
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