quinta-feira, 25 de junho de 2020

Da Pólis grega a política


História Antiga – Grécia Antiga


Da Pólis grega a política

      Na passagem do século IX a. C. para o VIII a. C., a população e a produção da Grécia Antiga voltaram a crescer. Com isso, a organização em formato de oikos foi substituída pelas chamadas pólis. As polis eram cidades-estados que se desenvolveram cada uma com modelo de organização própria.

       Em termos físicos, cada polis possuía, no mínimo, duas partes: a acrópole (parte mais alta, onde ficava templo principal) e a ágora (parte baixa, onde ficavam a praça com mercado, alguns templos menores, órgãos públicos e administrativos, locais de conversação e as ruas com as residências). Os habitantes de uma pólis geralmente tinham costumes semelhantes e cultuavam as mesmas divindades.


       A polis [...] abrangia as terras circunvizinhas e era o ponto de reunião da população que vivia dentro e fora de seus muros. Nela faziam-se negócios, fabricavam-se artigos, realizavam-se cerimônias e ritos, discutiam-se os assuntos públicos e tomavam-se decisões sobre eles. Embora fosse pequeno o número de pessoas que viviam efetivamente dentro dos muros da polis, a sua população total compreendia os habitantes das aldeias e das zonas rurais, e nos centros marítimos, como Corinto e Atenas, também os homens do mar. Agricultores, artesãos. Comerciantes e marítimos se uniam sem restrições. A vida era ao mesmo tempo variada e íntima, repleta de diversas espécies de atividade física, inclusive aquela a que se refere atualmente o termo “política”. (BOWRA, C. M. Grécia Clássica. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969. p. 58)

      Em vez de uma autoridade que defendesse os interesses do povo, o próprio povo reivindicava participar da vida política, construindo regras que atendesse às suas necessidades. Nos lugares onde isso aconteceu, em oposição à concentração de poder nas mãos do tirano, desenvolveu-se o regime político conhecido como democracia – do grego demos (povo) e kratia (governo), ou governo do povo.

       Somente com Clístenes, eleito magistrado em 509 a. C., o governo de Atenas passou de fato a ser exercido pelo demos, e a democracia foi implantada na cidade. A Eclésia adquiriu plenos poderes em Atenas e passou a opinar sobre todos os assuntos. A Bulé passou de 400 para 500 membros, os quais não eram eleitos, e sim sorteados entre todos os cidadãos gregos.


A democracia ateniense baseava-se na noção de cidadania, que permitia a uma pessoa participar das decisões políticas da polis. Mas em Atenas somente os homens adultos, filhos de pais atenienses, eram cidadãos e, portanto, podiam votar nas assembléias e ser magistrados. Mulheres, estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos.

Referências:

APOLINÁRIO, Maria Raquel. Projeto Araribá: história. 4ª ed. São Paulo: Moderna, 2014.

BOWRA, C. M. Grécia Clássica. Rio de Janeiro: José Olympio, 1969.

MAGALHÃES, Gustavo Celso de; HERMETO, Miriam. História, 6° ano. (Ensino Fundamental – livro 2) Belo Horizonte: Editora Educacional, 2017.


Fred Costa


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