Governo Militar
As greves no fim do Governo Militar
Iniciado em 1964 com o apoio da
sociedade civil, os militares assumiram o poder em uma eleição indireta pelo
Congresso Nacional. Medidas autoritárias foram tomadas a partir dos Atos
Institucionais sendo o famigerado AI-5 a forma mais cruel em forma de lei para
se instituir uma ditadura no país. Perseguições, censuras, prisões ilegais e
arbitrárias ocorreram nos grandes centros urbanos. As liberdades individuais
estavam ameaçadas.
Porém com o passar do tempo a
resistências de muitas pessoas fizeram o governo se sentir enfraquecido. Na
cultura, burlando a censura, músicas, peças teatrais, livros e filmes
conseguiram romper a barreira do controle militar. Os políticos no Congresso
Nacional faziam de tudo para barrar ou amenizar o impacto do governo na vida
das pessoas, correndo o risco de ser cassados. Já a economia que demonstrou um
rápido crescimento, ruiu levando a uma grande crise e diminuição do poder de
renda.
No final da década de 1970 o
movimento sindical se fortalecia cada vez mais, devido ao seu envolvimento nas
pautas políticas e em defesa dos trabalhadores. Esses movimentos culminou com a
criação da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em 1983 e de um partido que
defenderia esses trabalhadores. Mas essa força culminaria em greves, como
ocorreu em 1978 em São Bernardo do Campo, nas fábricas da Saab-Scania.
Aproximadamente 2 mil metalúrgicos
paralisaram, reivindicando 20% de aumento salarial. Como o governo militar
congelou os salários para conter a alta da inflação, rapidamente o salário
ficou defasado, já que os preços aumentavam. Outras fábricas como a Ford,
Mercedes-Benz e Volkswagen também paralisaram os seus serviços.
Nos outros 2 anos seguintes mais
greves ocorreriam em São Paulo, como Osasco e Guarulhos. Dessa vez não era mais
os metalúrgicos e sim professores, bancários, funcionários públicos, jornalistas,
operários da construção civil, médicos, lixeiros entre outras categorias. No
ano de 1980, os metalúrgicos novamente paralisaram, surgindo novas lideranças,
mobilizando os trabalhadores e obtendo o apoio da população em prol da causa
trabalhista.
Mesmo com o governo militar desgastado em seu final,
conseguiu reprimir as manifestações, ocorrendo intervenção nos sindicatos, prisões
arbitrárias e até mortes, como ocorreu em Minas Gerais. A Lei de Segurança
Nacional era o instrumento para reprimir os movimentos sindicais. Mas as greves
conseguiram enfraquecer ainda mais os militares no poder, e mobilizou
trabalhadores e populares a favor do retorno da democracia no Brasil.
Referências:
As
greves no ABC e o fim da ditadura, disponível em https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/as-greves-no-abc-fim-ditadura.htm#:~:text=Em%201980%2C%20uma%20nova%20greve,vontade%20das%20antigas%20dire%C3%A7%C3%B5es%20sindicais,
acessado em 02 de fevereiro de 2022.
Fred Costa
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