domingo, 20 de fevereiro de 2022

Conheça mais à História - Festas do Brasil colonial

Festas do Brasil colonial

            Desde o início da colonização, realizavam-se na América portuguesa festas públicas de caráter oficial ou religioso. As festas oficiais eram impostas pela Coroa portuguesa para celebrar nascimentos reais, casamentos e coroações, ou ainda manifestar o pesar pela morte de um rei. As festas religiosas, organizadas pela Igreja, comemoravam datas santas, como Páscoa, Natal e Corpus Christi. Os principais objetivos dessas comemorações eram manter presente a figura do rei, geograficamente distante, e fortalecer a fé católica entre os colonos.

            Grande parte dessas festas remontava a antigas tradições cristãs da península Ibérica. É o caso da Festa do Divino Espírito Santo, instituída em Portugal no ano de 1321 para comemorar o dia de Pentecostes, por meio de procissões e banquetes.

        Na colônia, porém, as festas de origem portuguesas misturaram-se a tradições indígenas e africanas, originando diversas manifestações que fazem parte daquilo que hoje chamamos de cultura popular brasileira.

           Durante as festas de Natal ou de Reis, por exemplo, começaram a ser encenados pequenos autos que representavam a morte e a ressurreição de um boi. Essas encenações foram provavelmente criadas pelos jesuítas para explicar aos indígenas e africanos o conceito de ressurreição, tão importante na fé católica. Aos poucos, essas encenações foram incorporando elementos trazidos pelos escravos (como o cabumba e o ganzá, instrumentos de origem africana) e indígenas (como suas danças, ritmos e adereços). Essa prática deu origem a um folguedo (brincadeira) popular que se espalhou por todo o Brasil, recebendo diferentes nomes: Bumba meu Boi (Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas e Piauí), Boi-Bumbá (Pará e Amazonas), Bumbá (Pernambuco), Boi de Mamão (Santa Catarina e Paraná), entre outros.

           Outra festa colonial que misturava elementos de diferentes culturas era o rito de coroação do rei e da rainha do Congo. Essa festa evocava uma história que corria entre escravos e libertos de origem africana sobre um antigo rei do Congo, trazido como escravo para Minas Gerais, onde recebeu o nome de Chico-Rei. Aqui, ele conseguiu acumular fortuna e comprar sua alforria, fundando uma irmandade de negros que tinha como padroeira Nossa Senhora do Rosário. Durante uma Festa de Reis, ele e sua mulher foram coroados rei e rainha do Congo, readquirindo o status que tinham antes de ser escravizados.

         Com base nessa tradição, os negros aproveitavam a Festa de Reis para encenar a coroação de Chiro-Rei. O evento se iniciava com uma missa, na qual um padre católico coroava as pessoas escolhidas para ser os monarcas do Congo. Em seguida, começavam os festejos com cantos, danças, percussão e desfile da realeza pelas ruas, acompanhadas de sua “corte” devidamente caracterizada. Essa festa deu origem à tradição popular da congada, praticada até hoje em algumas regiões do país.

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Referências:

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto mosaico: história – anos finais (ensino fundamental), 7° ano. 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015. p. 288-289.

 

Fred Costa

 

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