República Velha
Política do café com leite
No ano de 1889 o Brasil deixava de
ser Império e passou a se tornava República. O primeiro presidente eleito indiretamente
foi o marechal Deodoro da Fonseca (1827-1892). Pelo seu vice também ser
militar, esse período inicial ficou conhecido como República da Espada. Foi um
início tenso devido a embates do presidente com o Congresso Nacional e também
sua renúncia e o término do mandato pelo vice-presidente Floriano Peixoto
(1839-1895) governando com mãos de ferro, repelindo revoltas na marinha e
também no sul do país.
Com o fim do mandato presidencial
pelos militares, em 1894 foi eleito o primeiro presidente civil do Brasil, o
paulista Prudente de Morais (1841-1902). Isso se deu graças aos partidos
republicanos de cada estado e à possibilidade de autonomia proporcionada pelo
federalismo. Assim, os latifundiários, via partidos republicanos, obtiveram o
controle político e econômico do país (para entende sobre a economia desse
período que já foi tratado nesse blog, clique aqui).
Durante esse período, os presidentes do
Brasil procuraram fazer alianças com as elites regionais, implantando a chamada
política dos governadores. Esse arranjo político, idealizado pelo presidente
Campos Salles (1841-1913), consistia no compromisso de a presidência apoiar os
governos dos estados e dos governadores de apoiarem a presidência. Era vantajoso
para os governos estaduais, porque seus representantes eram premiados com
ministérios, ajuda econômica e liberdade para instituírem impostos estaduais
caso aprovassem medidas de interesses do governo no Legislativo.
Em contrapartida, os governadores
defenderiam as políticas federais e garantiriam, a qualquer custo, a eleição de
deputados que seguissem a orientação política do governo federal.
Um desdobramento importante da
política dos governadores foi a alternância no poder de representantes dos dois
maiores colégios eleitorais e estados mais ricos da federação: São Paulo (café)
e Minas Gerais (leite). Esse arranjo ficou conhecido informalmente como
política do café com leite. A política dos governadores possibilitou que a
elite agrária mantivesse o poder por cerca de 35 anos.
Os arranjos entre as elites
políticas da Primeira República ocorriam em três níveis: municipal, estadual e
federal. Observe:
- Nível Municipal: se destacava a figura do coronel, que exercia seu poder geralmente em uma região do interior do país. Ele era responsável por garantir que a população votasse nos deputados favoráveis ao governo.
- Nível Estadual: era dominado pelos governadores, que recebiam o apoio dos coronéis e concediam a eles muitos privilégios caso garantissem os votos dos candidatos favoráveis ao governo.
- Nível
Federal: o governo contava com o apoio dos governadores dos
estados, que a cada eleição reafirmavam suas alianças e interesses políticos. Em
troca, o presidente atribuía amplos poderes aos governadores que o apoiavam.
Referências:
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
SCHENEEBERGER,
Carlos Alberto. Manual Compacto de
história: ensino fundamental. 1ª ed. São Paulo: Rideel, 2010.
Fred Costa
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