República Velha –
Fronteiras
A incorporação do Acre ao Brasil
O Brasil tornou-se uma República em
1889 permanecendo o seu território como antes era no Império. Algumas questões
fronteiriças não estavam muito bem resolvidas tanto no norte como no sul e
oeste. As questões diplomáticas que envolvem outros países precisam ser
resolvidas com muito diálogo e acordo, precisando de muita diplomacia por parte
dos governos e de quem negocia.
José Maria da Silva Paranhos Júnior
(1845-1912), conhecido por Barão de Rio Branco, título nobiliárquico recebido
em 1888. Atualmente é o patrono da diplomacia brasileira, sendo uma das pessoas
mais importantes e respeitadas do país. Graças a sua inteligência como advogado
e conhecimento do país até porque era geógrafo e historiador, conseguiu fazer
acordos resolvendo fronteiras e anexando territórios como o Acre.
A atuação do Barão de Rio Branco na
política externa foi imprescindível. Após ter resolvido uma longa disputa com a
Argentina, sobre delimitação fronteiriça com o oeste catarinense, fato
conhecido como Questão de Palmas, tendo o Brasil a causa ganha, provou o seu
valor como diplomata. Em 1900 também foi convocado para solucionar outra
questão envolvendo a fronteira norte, envolvendo o Amapá e a Guiana Francesa,
sendo o resultado favorável ao Brasil.
No governo do presidente Rodrigues
Alves (1848-1919), Rio Branco foi nomeado para o posto máximo da diplomacia
brasileira, quando o país passava por um impasse com a Bolívia na fronteira
noroeste. A área, então pertencente à Bolívia, era ocupada por seringueiros
brasileiros desde os anos de 1880, fato que havia dado origem a seguidos
conflitos. Essa atividade econômica envolvendo as seringueiras na extração da
borracha, apesar de ser insalubre para os trabalhadores, rendia muitos lucros
para aqueles que exportavam a borracha.
A região foi arrendada para uma
empresa estadunidense Bolivian Syndicate, e assim pudesse explorar a atividade
econômica da borracha. Porém, a grande maioria dos trabalhadores eram
brasileiros, iniciando os conflitos entre brasileiros liderado por Plácido de
Castro contra a empresa estadunidense e o governo boliviano. Forças de
segurança da Bolívia tentaram expulsar os brasileiros, gerando embates e mortes
entre os envolvidos acirrando os ânimos e uma crise diplomática.
O barão de Rio Branco promoveu um intenso diálogo
com o governo boliviano. Em 1903, foi o assinado o Tratado de Petrópolis com a
Bolívia, colocando um fim no conflito e o território do Acre passaria a
pertencer ao Brasil, mediante compensação financeira (o Brasil se comprometeria
a pagar 2 milhões de libras esterlinas) para compensar o fim do contrato com a
empresa estadunidense Bolivian Syndicate, a construção da estrada de ferro
Madeira-Mamoré permitindo que a Bolívia comercializasse tendo acesso ao Rio
Amazonas e ceder alguns territórios a Bolívia. Anos depois teria que fazer
outro acordo diplomático com o Peru, para garantir o território do Acre que
fazia fronteira com esse país.
Referências:
Texto
do Tratado de Petrópolis, disponível em: http://www.newmarc.com.br/drws/tratado.pdf,
acessado em 25 de julho de 2020.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
Mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015.
Fred Costa
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