segunda-feira, 27 de julho de 2020

A incorporação do Acre ao Brasil


República Velha – Fronteiras


A incorporação do Acre ao Brasil

  O Brasil tornou-se uma República em 1889 permanecendo o seu território como antes era no Império. Algumas questões fronteiriças não estavam muito bem resolvidas tanto no norte como no sul e oeste. As questões diplomáticas que envolvem outros países precisam ser resolvidas com muito diálogo e acordo, precisando de muita diplomacia por parte dos governos e de quem negocia.

     José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), conhecido por Barão de Rio Branco, título nobiliárquico recebido em 1888. Atualmente é o patrono da diplomacia brasileira, sendo uma das pessoas mais importantes e respeitadas do país. Graças a sua inteligência como advogado e conhecimento do país até porque era geógrafo e historiador, conseguiu fazer acordos resolvendo fronteiras e anexando territórios como o Acre.


  A atuação do Barão de Rio Branco na política externa foi imprescindível. Após ter resolvido uma longa disputa com a Argentina, sobre delimitação fronteiriça com o oeste catarinense, fato conhecido como Questão de Palmas, tendo o Brasil a causa ganha, provou o seu valor como diplomata. Em 1900 também foi convocado para solucionar outra questão envolvendo a fronteira norte, envolvendo o Amapá e a Guiana Francesa, sendo o resultado favorável ao Brasil.

      No governo do presidente Rodrigues Alves (1848-1919), Rio Branco foi nomeado para o posto máximo da diplomacia brasileira, quando o país passava por um impasse com a Bolívia na fronteira noroeste. A área, então pertencente à Bolívia, era ocupada por seringueiros brasileiros desde os anos de 1880, fato que havia dado origem a seguidos conflitos. Essa atividade econômica envolvendo as seringueiras na extração da borracha, apesar de ser insalubre para os trabalhadores, rendia muitos lucros para aqueles que exportavam a borracha.

   A região foi arrendada para uma empresa estadunidense Bolivian Syndicate, e assim pudesse explorar a atividade econômica da borracha. Porém, a grande maioria dos trabalhadores eram brasileiros, iniciando os conflitos entre brasileiros liderado por Plácido de Castro contra a empresa estadunidense e o governo boliviano. Forças de segurança da Bolívia tentaram expulsar os brasileiros, gerando embates e mortes entre os envolvidos acirrando os ânimos e uma crise diplomática.


   O barão de Rio Branco promoveu um intenso diálogo com o governo boliviano. Em 1903, foi o assinado o Tratado de Petrópolis com a Bolívia, colocando um fim no conflito e o território do Acre passaria a pertencer ao Brasil, mediante compensação financeira (o Brasil se comprometeria a pagar 2 milhões de libras esterlinas) para compensar o fim do contrato com a empresa estadunidense Bolivian Syndicate, a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré permitindo que a Bolívia comercializasse tendo acesso ao Rio Amazonas e ceder alguns territórios a Bolívia. Anos depois teria que fazer outro acordo diplomático com o Peru, para garantir o território do Acre que fazia fronteira com esse país.

Referências:

Texto do Tratado de Petrópolis, disponível em: http://www.newmarc.com.br/drws/tratado.pdf, acessado em 25 de julho de 2020.

VICENTINO, Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto Mosaico: história – anos finais (ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2015.


Fred Costa


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