domingo, 5 de julho de 2020

O Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo


Era Vargas – Estado Novo


O Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo

     Em 1937, Getúlio Vargas implantou um governo autoritário no Brasil, marcado pela repressão política. No poder desde 1930, passando pelos períodos “Provisório” e “Constitucional”, para não sair do governo brasileiro, uma artimanha foi feita, utilizando-se de um falso plano (Plano Cohen), utilizando-se de uma ameaça comunista de tomar o governo. Na terceira fase da Era Vargas, vários meios foram utilizados tanto para acalmar a população como para melhorar sua imagem. Para aprofundar melhor sobre Estado Novo, esse blog já tratou desse tema. Clique aqui.

    Vários mecanismos foram utilizados para o controle social. Durante o Estado Novo, o governo interferiu em vários aspectos da vida social do país. A repressão política e a censura, aliadas ao uso em massa dos meios de comunicação e da propaganda, tornaram-se as principais características do regime ditatorial de Vargas.


      O DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) foi criado por um decreto presidencial em 1939. Seu principal objetivo era difundir a ideologia do Estado Novo entre as camadas mais populares. Desde o início da era Vargas que existia departamentos com o objetivo de criar propagandas a favor do governo, como em 1931 tinha o DOP (Departamento Oficial de Publicidade), em 1934 DPDC (Departamento de Propaganda e Difusão Cultura) e já no Estado Novo em 1938 DNP (Departamento Nacional de Propaganda) até se tornar no DIP.

       Como era preciso reafirmar o campo ideologia, a censura e a propaganda foram importantes para o governo construir e divulgar a imagem do país, como uma “unidade nacional”, em que o povo e os governantes se relacionavam de forma harmoniosa, visando ao bem comum da pátria e da sociedade. Cabia ao DIP submeter a censura todos os órgãos de comunicação do país, como o rádio, os jornais e as revistas. O objetivo era impedir a disseminação nos lares brasileiros de conteúdos contrários aos interesses do governo.

      A idéia de que Getúlio Vargas era o pai dos pobres, criador da CLT que favoreciam os trabalhadores eram bastante difundidos e utilizadas como propagandas a favor do governo. Cartazes com fotos e faixas exaltando Vargas em comemorações nacionais eram levadas por pessoas, mostrando-o como um grande líder carismático e querido pelo povo. O resultado disso é que mesmo ter permanecido 15 anos no poder, muitos ainda desejavam que continuasse no poder a partir do movimento “Queremismo”. Para entender melhor sobre esse movimento, que também já foi tratado nesse blog, clique aqui.

       Na imprensa havia uma uniformização da notícia em todo o país. Era muito difícil uma voz contra o governo ser levantada através dos canais de comunicações, apesar de que poderiam ser presos, já que o período do Estado Novo era uma ditadura. Destaca-se que nesse período foi criado a “Hora do Brasil”, transmitido pelo radio e todo o território nacional, informando sobre as principais notícias. Tanto as rádios governamentais como privadas eram obrigadas a fazer essa transmissão, que se mantém até os dias atuais, porém conhecida por “Voz do Brasil”.


  Como a cultura no país era controlada e supervisionada pelo DIP, havia setores responsáveis pelo teatro e cinema. O “Cinejornal Brasileiro” foi criado, pequenos documentários transmitidos obrigatoriamente antes das sessões do cinema. Temas envolvendo a política nacional, assim como outros que favorecessem a ideologia desse período. Esse programa de exaltação do governo surtiu bastante efeito, angariando mais apoio das camadas humildes da população.

Referências:

Departamento de Imprensa e Propaganda. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/EducacaoCulturaPropaganda/DIP, acessado em 04 de julho de 2020.

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.


Fred Costa


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