Era Vargas – Estado Novo
O Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo
Em 1937, Getúlio Vargas implantou um
governo autoritário no Brasil, marcado pela repressão política. No poder desde
1930, passando pelos períodos “Provisório” e “Constitucional”, para não sair do
governo brasileiro, uma artimanha foi feita, utilizando-se de um falso plano
(Plano Cohen), utilizando-se de uma ameaça comunista de tomar o governo. Na terceira
fase da Era Vargas, vários meios foram utilizados tanto para acalmar a população
como para melhorar sua imagem. Para aprofundar melhor sobre Estado Novo, esse blog já tratou desse tema. Clique aqui.
Vários mecanismos foram utilizados
para o controle social. Durante o Estado Novo, o governo interferiu em vários
aspectos da vida social do país. A repressão política e a censura, aliadas ao
uso em massa dos meios de comunicação e da propaganda, tornaram-se as
principais características do regime ditatorial de Vargas.
O DIP (Departamento de Imprensa e
Propaganda) foi criado por um decreto presidencial em 1939. Seu principal
objetivo era difundir a ideologia do Estado Novo entre as camadas mais
populares. Desde o início da era Vargas que existia departamentos com o
objetivo de criar propagandas a favor do governo, como em 1931 tinha o DOP
(Departamento Oficial de Publicidade), em 1934 DPDC (Departamento de Propaganda
e Difusão Cultura) e já no Estado Novo em 1938 DNP (Departamento Nacional de
Propaganda) até se tornar no DIP.
Como era preciso reafirmar o campo ideologia,
a censura e a propaganda foram importantes para o governo construir e divulgar
a imagem do país, como uma “unidade nacional”, em que o povo e os governantes
se relacionavam de forma harmoniosa, visando ao bem comum da pátria e da
sociedade. Cabia ao DIP submeter a censura todos os órgãos de comunicação do
país, como o rádio, os jornais e as revistas. O objetivo era impedir a
disseminação nos lares brasileiros de conteúdos contrários aos interesses do
governo.
A idéia de que Getúlio Vargas era o
pai dos pobres, criador da CLT que favoreciam os trabalhadores eram bastante
difundidos e utilizadas como propagandas a favor do governo. Cartazes com fotos
e faixas exaltando Vargas em comemorações nacionais eram levadas por pessoas,
mostrando-o como um grande líder carismático e querido pelo povo. O resultado
disso é que mesmo ter permanecido 15 anos no poder, muitos ainda desejavam que
continuasse no poder a partir do movimento “Queremismo”. Para entender melhor sobre esse movimento, que também já foi tratado nesse blog, clique aqui.
Na imprensa havia uma uniformização
da notícia em todo o país. Era muito difícil uma voz contra o governo ser
levantada através dos canais de comunicações, apesar de que poderiam ser
presos, já que o período do Estado Novo era uma ditadura. Destaca-se que nesse
período foi criado a “Hora do Brasil”, transmitido pelo radio e todo o
território nacional, informando sobre as principais notícias. Tanto as rádios
governamentais como privadas eram obrigadas a fazer essa transmissão, que se
mantém até os dias atuais, porém conhecida por “Voz do Brasil”.
Como a cultura no país era controlada e
supervisionada pelo DIP, havia setores responsáveis pelo teatro e cinema. O “Cinejornal
Brasileiro” foi criado, pequenos documentários transmitidos obrigatoriamente
antes das sessões do cinema. Temas envolvendo a política nacional, assim como
outros que favorecessem a ideologia desse período. Esse programa de exaltação
do governo surtiu bastante efeito, angariando mais apoio das camadas humildes
da população.
Referências:
Departamento
de Imprensa e Propaganda. Disponível em: https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/anos37-45/EducacaoCulturaPropaganda/DIP,
acessado em 04 de julho de 2020.
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
Fred Costa
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