Brasil Colônia –
Escravidão
O trabalho escravo nos engenhos
Na passagem do século XVI para o
XVII, no Nordeste, os senhores de engenho começaram a comprar africanos para
substituir os indígenas no trabalho. E o fizeram pelas seguintes razões: a) a
falta de indígenas nas áreas açucareiras por fuga ou morte devido a doenças e
maus-tratos; b) os interesses envolvendo o tráfico de africanos pelo Atlântico;
c) a experiência dos africanos na produção do açúcar nas plantações portuguesas
das ilhas de Cabo Verde e Madeira.
Muitos africanos trazidos para o
Brasil nos séculos XVI e XVII eram bantos, povos agricultores e pastores com
grande domínio da metalurgia do ferro.
Toda a produção açucareira desde o
plantio, até o produto final (pães de açúcar) eram feitos pelos escravos. Era um
trabalho duro e insalubre, devido a precariedade do trabalho, longa jornada de
trabalho e condições de moradia. Os escravos que viçavam na senzala, muitos
vezes não tinham uma alimentação de qualidade, não sendo suficiente para agüentar
o trabalho duro.
No
engenho o trabalho escravo consistia: (...)
Os escravos cortavam a cana e enchiam com ela os carros de boi, que eram então
levados para o engenho propriamente dito. Ali outra equipe de escravos produzia
o açúcar de cana sob a direção de técnicos e com a ajuda de artesãos que podiam
ser escravos ou livres. O processo era difícil e complicado. Primeiro a cana
era passada por uma prensa de roletes verticais, que, nos grandes engenhos, era
movida a água, e nos pequenos, por juntas de bois. O caldo extraído da cana
passava então por uma série de tachos, onde era fervido e clarificado até ficar
suficientemente limpo para fazer açúcar. O líquido era despejado em moldes
cônicos, colocados em longas filas de pranchas num local especial para secagem.
Depois de mais drenagem, que levava de três semanas a um mês, os moldes eram
abertos para a retirada do açúcar cristalizado na forma característica de “pão
de açúcar”. (SCHWARTZ, Stuart B; LOCKHART, James. A América Latina na época colonial. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2002, p. 246-247)
O período do açúcar foi muito importante para a
história do Brasil Colonial. E mais importante ainda foi a utilização da mão de
obra africana. Sem ela não seria possível obter grandes produções assim como o
comércio de escravos tornou-se bastante rentável. Porém, infelizmente é um fato
muito triste para a nossa história e todos os horrores cometidos com eles,
desde a sua captura até a forma de trabalho nas fazendas de engenho.
Referências:
BOLOS
JÚNIO, Alfredo. História &
Cidadania: 7° ano (ensino fundamental – anos finais). 4ª ed. São Paulo: FTD, 2018.
SCHWARTZ,
Stuart B; LOCKHART, James. A América
Latina na época colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p.
246-247).
Fred Costa
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