sexta-feira, 17 de julho de 2020

O trabalho escravo nos engenhos


Brasil Colônia – Escravidão


O trabalho escravo nos engenhos

   Na passagem do século XVI para o XVII, no Nordeste, os senhores de engenho começaram a comprar africanos para substituir os indígenas no trabalho. E o fizeram pelas seguintes razões: a) a falta de indígenas nas áreas açucareiras por fuga ou morte devido a doenças e maus-tratos; b) os interesses envolvendo o tráfico de africanos pelo Atlântico; c) a experiência dos africanos na produção do açúcar nas plantações portuguesas das ilhas de Cabo Verde e Madeira.

      Muitos africanos trazidos para o Brasil nos séculos XVI e XVII eram bantos, povos agricultores e pastores com grande domínio da metalurgia do ferro.


      Toda a produção açucareira desde o plantio, até o produto final (pães de açúcar) eram feitos pelos escravos. Era um trabalho duro e insalubre, devido a precariedade do trabalho, longa jornada de trabalho e condições de moradia. Os escravos que viçavam na senzala, muitos vezes não tinham uma alimentação de qualidade, não sendo suficiente para agüentar o trabalho duro.
       No engenho o trabalho escravo consistia: (...) Os escravos cortavam a cana e enchiam com ela os carros de boi, que eram então levados para o engenho propriamente dito. Ali outra equipe de escravos produzia o açúcar de cana sob a direção de técnicos e com a ajuda de artesãos que podiam ser escravos ou livres. O processo era difícil e complicado. Primeiro a cana era passada por uma prensa de roletes verticais, que, nos grandes engenhos, era movida a água, e nos pequenos, por juntas de bois. O caldo extraído da cana passava então por uma série de tachos, onde era fervido e clarificado até ficar suficientemente limpo para fazer açúcar. O líquido era despejado em moldes cônicos, colocados em longas filas de pranchas num local especial para secagem. Depois de mais drenagem, que levava de três semanas a um mês, os moldes eram abertos para a retirada do açúcar cristalizado na forma característica de “pão de açúcar”. (SCHWARTZ, Stuart B; LOCKHART, James. A América Latina na época colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 246-247)
     
      O período do açúcar foi muito importante para a história do Brasil Colonial. E mais importante ainda foi a utilização da mão de obra africana. Sem ela não seria possível obter grandes produções assim como o comércio de escravos tornou-se bastante rentável. Porém, infelizmente é um fato muito triste para a nossa história e todos os horrores cometidos com eles, desde a sua captura até a forma de trabalho nas fazendas de engenho.

Referências:

BOLOS JÚNIO, Alfredo. História & Cidadania: 7° ano (ensino fundamental – anos finais). 4ª ed. São Paulo: FTD, 2018.

SCHWARTZ, Stuart B; LOCKHART, James. A América Latina na época colonial. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002, p. 246-247).


Fred Costa


Nenhum comentário:

Postar um comentário