quarta-feira, 29 de julho de 2020

Brasil. Ame-o ou deixe-o


Governo Militar


Brasil, Ame-o ou Deixe-o

  Na década de 1960, o Brasil passou por uma fervorosa crise política. Houve presidente que renunciou com menos de 1 ano no poder, outro que inicialmente teve os seus poderes esvaziados para depois ser entregue novamente devido a uma consulta popular. Todos esses fatos culminou com um golpe civil militar em 31 de março de 1964.

     Passados os anos com os militares no poder, várias ondas de violência assolaram o país. Os parlamentares do Congresso Nacional não aceitavam a forma como os militares vinha conduzindo o país, intervenções em jornais e contra os próprios políticos que usavam a tribuna para criticar o governo (esse assunto já foi tratado nesse blog, clique aqui para saber mais). No dia 13 de dezembro de 1968, entrava em vigor o Ato Institucional número 5 (AI 5), instaurando a censura no país além do fechamento do Congresso Nacional e outras séries de cassações de direitos civis e políticos.


      Diante de tantos fatos negativos, o os presidentes militares resolveram insuflar uma campanha ufanista, de amor e exaltação à pátria. Milhões de cruzeiros foram gastos com propaganda no intuito de melhorar a imagem do governo junto à população. Ao mesmo tempo em que proibia a circulação de informações e idéias consideradas impatrióticas, o governo divulgava massivamente a sua própria ideologia por meio da propaganda nos meios de comunicação e de instituições educacionais.

   Lemas como “Brasil, Ame-o ou deixe-o” ou “Ninguém mais segura este país” buscavam transmitir ideais nacionalistas e desenvolvimentistas, valorizando o país e promovendo uma imagem positiva do governo militar. No campo econômico o governo estava indo muito bem, com o alto crescimento do PIB, e bastante divulgado nas propagandas como “é preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo” (a economia durante o governo militar já foi ressaltada nesse blog, clique aqui).

      Nas escolas, a partir de 1969, o ensino de Educação Moral e Cívica se tornou obrigatória em todos os níveis. Nessa disciplina os alunos aprendiam conceitos e valores alinhados à ideologia do regime militar. Nas salas de aula, através dessa disciplina os alunos aprendiam a exaltação da pátria, aos símbolos nacionais e o despertar do sentimento em que ser brasileiro era um orgulho para todos. Apesar de tudo, o sistema de governo vigiava todas as atividades, sejam elas educacionais, culturais e comunicações. Tudo que desagradava ao governo militar era censurado. Não era admitido críticas, nem que fosse uma oposição pacífica.


       Mesmo que transparecesse que o Governo Militar seria bonzinho com aqueles que eram contra a sua política, como muitos assim o defenderam, não passou de uma propaganda e mostrar para a população que havia uma democracia. Toda e qualquer crítica não era aceita. Muitos tiveram que fugir para não ser interrogados e por vezes torturados por serem acusados de ligação com grupos terroristas e etc. O jornalista Vladmir Herzog, que teria falsamente se suicidado, uma morte forjada pelo governo militar, era um exemplo do que poderia acontecer contra aqueles que discordavam publicamente do governo e exerciam publicamente a sua liberdade de expressão.

Referências:

Ame-o ou deixe-o, disponível em https://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2002/eleicoes/historia-1969.shtml, acessado em 20 de julho de 2020.

PELLEGRINI, Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.


Fred Costa


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