Era Vargas – Estado Novo
Os Pelegos Sindicalistas
O Estado Novo foi o terceiro período
da Era Vargas. Apesar de ter chegado ao poder de forma revolucionária, acabando
com a Política dos Governadores (esse assunto já foi tratado nesse blog, clique
aqui), tomou o poder mudando o sistema político, além das transformações
econômicas. Porém o terceiro e último período assumiria características
ditatoriais (se quiser saber mais clique aqui).
Se o Estado Novo faria um controle
social da população, as instituições também passariam por esse crivo. O uso da
violência e da propaganda ideológica fez-se bastante presente para o presidente
poder governar sem nenhuma oposição ao seu governo e embates políticos. Os trabalhadores
foram grandes vítimas desse controle, já que os sindicatos eram controlados por
pessoas conhecidas por “pelegos”.
Pelego é uma pele que fica entre a
cela e o animal. Mas se assumiu como gíria, que significaria capacho, uma
pessoa dominada, persuadida a fazer algo contra a sua vontade. Durante a Era
Vargas, esses sindicalistas passariam a ter esse apelido porque além de serem
pessoas de confiança do governo e intermediavam as relações entre empresas e
trabalhadores. Assim, a participação política dos trabalhadores acabava
ocorrendo por meio de órgãos oficias do governo.
Mas em seu governo, Getúlio Vargas
criou em 1943 a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), unificando toda a
legislação trabalhista existente no Brasil. Entre outros direitos, a CLT
estabeleceu descanso semanal remunerado, férias, décimo terceiro salário, carteira
de trabalho, licença-maternidade e aposentadoria. Após várias alterações, até
hoje essas leis estão presentes atualmente.
Com todas essas leis trabalhistas,
os trabalhadores deixaram-se de se organizar, passando o Estado a ocupar tais
cargos. Assim era mais fácil manipular os acordos garantindo uma harmonia entre
empregados e patrões. Já que a propaganda oficial do governo era garantir um lide
forte e querido por todos, os trabalhadores não seria um problema que pudesse
arranhar a sua popularidade.
Apesar de a CLT tenha beneficiado os trabalhadores
trazendo mais leis, foi por meio de muita reivindicação que ocorreu a sua
aprovação. Que ganhou o ônus de ter criado a CLT foi o Governo Vargas,
ignorando a luta dos trabalhadores e de tantas outras leis criadas
anteriormente. O seu prestígio com certeza foi aumentado, ganhando o apelido de
“pai dos pobres” ou “protetor dos trabalhadores”.
Referências:
PELLEGRINI,
Nelson; DIA, Adriano; GRINBERG, Keila. Vontade
de saber história, 9° ano. 3ª ed. São Paulo: FTD, 2015.
VICENTINO,
Cláudio; VICENTINO, José Bruno. Projeto
Mosaico: história (anos finais – ensino fundamental). 1ª ed. São Paulo:
Scipione, 2015.
Fred Costa
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